Em manutenção!!!

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Senhor, dai-me força para continuar otimista



Por Zezinho de Caetés

Hoje, já estou meio saudoso da Comissão Especial de Impeachment (CEI). Era diversão garantida, como ainda foi ontem, quando vi a Gleisi Hoffmann ainda dar seu show de mau humor e irritação, que lhe são peculiares. Isto até receber a notícia de que seu marido, o Paulo Bernardo havia sido solto, e sem devolver-me o meu dinheirinho do Crédito Consignado.

Aliás, o Toffoli, depois de um longo tempo, voltou a ser aquele do mensalão, quando tentou salvar o Zé Dirceu até o último momento. Mandou soltar o maridão da Gleisi dizendo que a prisão preventiva só se aplicaria a crimes violentos. Como a violência dos ricos no Brasil, vem sempre com o colarinho branco ou guardanapos na cabeça, sobra apenas para os pobres. Coitados dos pobres, que ganharam um aumento do Bolsa Família, dado pelo Temer e criticado, pasmem, pela ex-presidenta.

É como dizia a cantiga: “Tá tudo errado, cumpadre! Tá tudo errado! O sujo não se acanha de criticar o mal lavado!”. Como disse alguém, vivemos num país surreal, digno de pintura do Salvador Dali. Com a decisão do Toffoli, temos meio caminho andado para que todos os presos da Lava Jato sejam soltos. Parece até brincadeira, e é para se esperar se o STF vai manter esta decisão dele, para dizermos: “Até tu, STF?!”. Quando até o Joaquim Barbosa critica a decisão do ex-colega, é para se esperar tudo, e foi o que ele fez ao ser citado em sua decisão.

No entanto, eu talvez seja, o que a Helena Chagas chama do “otimista dos otimistas” no texto abaixo transcrito, que ela chama de “Ao vencendor, as batatas. A Temer, o Brasil da intolerância”, onde mostra algums dos cenários que poderão se apresentar no futuro próximo deste país que parece não ser mais o “país do futuro”. Continuo otimista, talvez por índole e tendo me apegar a alguns poucos fatos que me dão uma pequena esperança.

Por exemplo, depois de serem ouvidas 40 testemunhas da defesa de Dilma na CEI, que disseram a mesma coisa todo o tempo, não houve um só senador que tivesse mudado de opinião, a não ser para ser a favor do impeachment, na esperança de que o “Quinteto Abilolado”, não cante mais e porque sabem agora que o grande crime da Dilma foi não ter renunciado quando eu previ que faria. Por este ela não escapa.

Agora fiquem com a Helena, que eu vou tentar começar este novo semestre, tentando sustentar meu otimismo. Vai ser duro!

“A proposta de convocação de um plebiscito sobre novas eleições caiu no vazio. Por alguns dias, chegou a representar chance de virar votos no Senado na reta final do impeachment e trazer Dilma Rousseff de volta. Mas foi recebida com frieza pelo PT, má-vontade pelos movimentos sociais e enigmático silêncio por parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não colou. E, se não colou até agora, dificilmente haverá condições, até por falta de tempo, para que se viabilize junto àqueles que, em última instância, podem mudar o rumo das coisas: as ruas.

Se Dilma não recebeu o apoio nem dos seus a essa articulação, como ficou claro no encontro que teve nesta terça com a executiva do PT, o que dirá da negociação com os senadores, que passaram a ser paparicados dia e noite pelo novo Planalto? Chega a ser melancólico o saldo divulgado dessa conversa: um anúncio de que a presidente afastada deve viajar mais pelo país - grande novidade! - e sua foto ao lado de petistas que pareciam um bando de alegres turistas em visita ao Alvorada. E mais nada.

No ritmo em que as coisas vão, e sem a tal bala-de-prata da Lava Jato que poderia hipoteticamente fulminar Michel Temer, caminha-se para o desfecho previsível: lá pelo final de agosto, ou nos primeiros dias de setembro, ele passa de interino a efetivo. E aí? Isso é tudo com o que sonham hoje o Planalto e seus aliados, que trabalham 24 horas por dia com esse propósito. Mas não há indicações de que o laço vai afrouxar, ou seja, de que as coisas vão ficar menos difíceis.

Afinal, o Temer interino não desperta paixões, como bem mostram as pesquisas de popularidade que o colocam em patamares semelhantes aos de Dilma, mas conta com a boa vontade da maioria do Congresso, do grosso do PIB e de amplas fatias da mídia - todos apavorados com a ideia da volta da presidente afastada. É uma forte aliança, mas tende a se enfraquecer no embate do dia-a-dia e no rastro das divergências e contradições inevitáveis entre essas forças, que vão estourar nas mãos do Temer efetivo. Aliás, a aliança política já tem data marcada para derreter: as eleições de outubro, poucas semanas depois do provável afastamento definitivo.

Sem a ameaça da volta de Dilma ao cenário, também vai ficar mais difícil responsabilizar a herança maldita por todos os infortúnios, como hoje. É provável que, antes mesmo do Natal, o brasileiro já esteja cobrando do governo Temer sinais de melhora na economia, sobretudo em relação ao emprego - o que, na visão de economistas, será quase impossível apresentar. Ainda que a economia tenha parado de piorar, a retomada ainda não ocorreu, muito menos sua percepção concreta por parte da maioria das pessoas, que é o mais demorado. Na visão do mais otimista dos otimistas, ainda que tudo dê certo, com as reformas estruturais aprovadas e o retorno da confiança e do investimento, o eventual clima de alto astral só se fará sentir depois de 2018 - quando haverá eleições e ninguém tem a menor ideia do que acontecerá.

Ainda como interino, e com pressa para se efetivar, Michel começa a perceber que não será  fácil aprovar reformas como a da Previdência, por exemplo, já adiada para o fim do ano. Até a aparentemente incontestável lei das Estatais, aprovada no Congresso, passou de panacéia a abacaxi na hora da sanção, contestada pela base inconformada em reduzir suas indicações políticas. Sem falar na Lava Jato, na bala-de-prata que sempre pode aparecer e nas surpresas que qualquer investigação pode trazer para um governo do PMDB.


Ao vencedor, as batatas. Ao vencedor do processo de impeachment, que, ao que tudo indica, será Michel Temer, restará governar esse Brasil do início do século XXI em que o velho e o novo, o preto e o vermelho, o Fla e o Flu travam, com as armas da intolerância e do atraso, suas lutas de vida e morte em torno de tudo e de nadas.”

quarta-feira, 29 de junho de 2016

O "Brexit" e o "Dilmexit". A estupidez de cada um




Por Zezinho de Caetés

É, o mundo político está muito louco mesmo. Seria o final dos tempos, pelo menos para a Democracia? Será que as ditaduras prevalecerão, como a vontade das maiorias. Sei não!

Mas, quando vejo a Dilma ser eleita, depois de mentir descaradamente aos eleitores, enganando-os com pirulitos chupados, e o Reino Unido saindo da Europa, no chamado “Brexit”, uma abreviatura para “Grã-Betanha sai da Europa”, no maior retrocesso do mundo político que se tem notícia, eu fico um pouco pessimista.

No entanto, internamente, parece que o nosso “Dilmexit”, ou saída da ex-presidenta renitenta, vai de vento em popa, mesmo que tenha aparecido uma perícia que politicamente não quer dizer coisa nenhuma, mas seguindo a renitência do PT ela tenha declarado em Porto Alegre, de onde não deve voltar: “Hoje ficou caracterizado que os motivos pelos quais eles me acusam não caracterizam crime. Nós viemos dizendo isso há muito tempo, mas agora a própria perícia constatou isso”.

Para quem leu a tal perícia com outros olhos, o que ela mostra é apenas que a sua defesa deu um tiro de canhão no pé, em pedi-la. Tudo se passa como um acusado de ter matado o pai, o irmão e a mãe, além de ter morto um cachorrinho, a perícia tenha dito que na morte do cachorrinho ela não teve culpa. Ou seja, a ex-presidenta, dizem, é inocente no crime do cachorrinho.

Então, enquanto os defensores da Dilma dizem que não se pode impichar uma presidente de 54 milhões de votos porque ela matou um simples cachorro, os que são favoráveis, dizem que ela ainda matou pai, mãe e irmão. Quem teria razão?

E por aí vamos na nossa ensandecida saga política, quando comparamos a vitória de Dilma com a vitória do “Brexit”, em termos da diferença de votos. Em ambos os casos, deveria haver um mecanismo para, quando a diferença fosse tão pequena, se voltar atrás, quando descoberto o desastre da decisão.

O que espero é que o Reino Unido e Europa encontrem uma solução para evitar o desastre, dentro da lei e da ordem, como nós estamos encontrando aqui, com o impeachment. E que Deus me ouça!

Ontem li um texto do Arnaldo Jabor, no O Globo, que transcrevo abaixo (“O triunfo da estupidez”), onde ele faz um paralelo não tão explícito, como o que fiz acima, embora com muito mais detalhes sobre a estupidez política do nosso tempo, nos dois casos. Vade retro!

“”Como podem 60 milhões de pessoas serem tão estúpidas?” Essa foi a manchete de capa do jornal inglês “The Guardian”, quando Bush foi reeleito. E hoje? 52 milhões de imbecis jogaram fora a Grã-Bretanha por ignorância e velhice (a maioria era de velhos burros). Como sentenciou a “The Economist”, “foi um gesto de automutilação”, impensado, preconceituoso.

Vocês viram aquele sósia do Trump, o Boris Johnson, ex-prefeito de Londres? Pois é; na última hora ele traiu o babaca do Cameron, que convocou aquele plebiscito desnecessário e imprudente, e liderou o “leave”. Esse Boris é um rato igual ao Trump: o mesmo cabelinho louro, mesmas fuças boçais, mesmas frases agressivas e populistas para o povo entender, ou melhor, “não entender” a complexa situação econômica e política de hoje. O Reino Unido tem uma eterna saudade do império que se estendeu ao mundo todo. Ainda se sentem donos de um passado glorioso. Usando essa estupidez, Boris arrasou o Reino Unido.

O triunfo da barbárie, da estupidez está no mundo todo. A Síria agoniza nas mãos daquele assassino Assad, que destrói o próprio país, envia milhões de desgraçados para a Europa e não pode ser destruído porque o outro assassino Putin não deixa. Esse outro canalha tem bomba atômica e se vale disso. Pode?

O Oriente Médio se estraçalhou, a “primavera” virou inferno e todo o horror dessa zona geral migra para o Ocidente, aumentando a bagunça institucional da crise agora acirrada por aquele Trump inglês.

E, por outro lado, já imaginaram aquele Trump americano, um doente mental sem escrúpulos, com os dedos nos botões de guerra nuclear? Espero que não seja eleito, mas sua presença já mostra que a democracia pode ser um perigo quando cai nas mãos da ditadura da chamada “maioria silenciosa” (Tocqueville). A única coisa boa dessa repulsiva figura é mostrar a verdadeira cara do partido Republicano, aquele antro de fundamentalistas, o EI da América.

Esse plebiscito inglês foi o primeiro sinal. Com o mundo tão incompreensível, a tendência das pessoas mais burras é se isolar, ter a nostalgia de um passado que pensam que era bom, com ódio e rancor contra a “lenta” democracia. A imediata atitude é o nacionalismo como o envoltório de um narcisismo boçal, a recusa à convivência com contrários. Os estúpidos amam o autoritarismo. Por isso, hoje pululam ditadores, desde o ratinho atômico da Coreia do Norte até os Maduros e aquela fascista Le Pen.

Como é o “design” da estupidez? A estupidez, antes de tudo, é uma couraça. A estupidez é um mecanismo de defesa. É o bloqueio de qualquer dúvida de fora para dentro, é o ódio a qualquer luz que possa clarear as deliciosas trevas onde vivem. Bush se orgulhava de sua burrice. Uma vez ele disse em Yale: “Eu sou a prova de que os maus estudantes podem ser presidentes dos USA”. E aí, invadiu o Iraque e escangalhou o Ocidente.

Mesmo inconscientemente, aqui e lá fora, sociedades estão famintas por tiranias rápidas. A democracia decepciona as massas porque é muito complexa para ser entendida. O homem comum de hoje não entende mais nada. Assim, adotam apelos populistas, invenção de “inimigos” do povo, divisão entre “bons” e “maus”

E aqui, como se comporta a estupidez?

Bem, estamos saindo, se Deus quiser, da maior onda de estupidez justificada teoricamente, desde Cabral. A pretensa “esquerda” que se apossou do país há doze anos fez tudo ao contrário do que deveria. Por quê? Porque são incompetentes? Sim, claro que são; mas a razão é mais estúpida ainda. Fizeram tudo ao contrário, pois acham que o certo está no oposto. Já disse e repito (gostei da frase) que, para o comuna típico, o óbvio é “de direita”.

Os estúpidos são militantes, têm fé em si mesmos e têm a ousadia que os inteligentes não têm. Mas, o sujeito também pode ser culto e burro. Quantos filósofos sabem tudo de Hegel ou Espinoza e são bestas quadradas? Seu mundo tem três ou quatro verdades que eles chupam como picolés. Nosso futuro era determinado pelos burros da elite intelectual numa fervorosa aliança com os analfabetos.

Esses gênios, em seus latifúndios teóricos, trouxeram-nos a suprema estupidez regressista, um desejo de voltar para a taba, para o casebre com farinha, paçoca e violinha. Assim, teríamos um país solidário, simplesinho — um doce rebanho político que deteria a marcha das coisas do mundo, do mercado voraz, das pestes e, claro, dos “canalhas” neoliberais.

Aqui, também assistimos à vitória da testa curta, o triunfo das toupeiras. Inteligência é chata; traz angústia, com seus labirintos. Inteligência nos desorganiza; burrice consola. A burrice é a ignorância com fome de sentido, é a utopia de cabeça para baixo, o culto populista da marcha a ré.

Em nossa cultura, achamos que há algo de sagrado na ignorância dos pobres, uma “sabedoria” que pode desmascarar a mentira “inteligente” do mundo. Só os pobres de espírito verão a Deus, reza nossa tradição. Existe na base do populismo brasileiro uma crença lusitana, contrarreformista, de que a pobreza é a moradia da verdade.

Aqui e no planeta, o que está rolando hoje é um irracionalismo automutilador, uma estupidez desorientada, a ilógica como lógica. Crescem em toda parte ideologias nacionalistas, sempre pautadas pela exclusão do outro, sejam imigrantes famintos, sejam muçulmanos pacíficos, sejam os inimigos do PT.


A burrice tem a “vantagem” de “explicar” o mundo. Não querem frescuras complexas, sutis, situações políticas democráticas. Preferem a estupidez como solução. O diabo é que a estupidez no poder chama-se “fascismo”.”

terça-feira, 28 de junho de 2016

A Gleisi Consignada e o meu pobre dinheirinho




Por Zezinho de Caetés    

Amigos, voltei! O São João, exceto para aquelas cidades onde o poder público se dispôs a pagar por um Safadão da vida, até o número de bombas entrou em crise. Ou seja, nem São João aguentou a herança maldita do PT.

E, hoje, mesmo já tarde, não poderia deixar de transcrever um texto do Ricardo Noblat onde ele clama no título “Não chore pelo PT”. E eu não choro, a não ser de raiva, depois que descobri ter feito doações ao partido e à Gleisi Hoffmann, quando estava mais precisado.

Estou procurando os advogados de aposentados que se endividaram no Crédito Consignado para ver se recupero  pelo menos parte do que doei de forma espúria ao PT e seus asseclas. Quando vir a “Narizinho Arrebitado”, na Comissão de Impeachment, não sei se desligarei ou chorarei, quando sei que seu marido levou R$ 7 milhões, onde estão uma parte do meu contado dinheirinho.

Hoje, estava lendo nas redes sociais o que alguém perguntou à Gleisi Consignada: “E aí senadora, vai à Comissão do Impeachment hoje ou vai à cadeia levar cigarro para o maridão?”. Eu não sei qual foi a resposta, mas, eu gostaria de ter feito a mesma pergunta. Pensei que ela iria levar o cigarro, porque, o que ela iria dizer na Comissão? Que vai restituir meu dinheirinho? Ou que o culpado de tudo é o Michel Temer? Ledo engano. Ela compareceu à comissão e ao Senado e não disse onde devo cobrar meu dinheirinho

No entanto, pensei que a Comissão ontem seria imperdível, porque a Gleisi Consignada, devido à Dilma ainda não ter se manifestado a favor do seu marido, iria dizer que metade da minha grana foi para Dilma fazer os cabelos e comprar uma bicicleta nova para andar em Porto Alegre. Não o fez. Quem sabe hoje? 

Mas, agora fiquem com o Noblat que eu vou ver se retiro o cheiro de fumaça para acompanhar a louca política nacional e internacional (lembram do que fez o Reino Unido?).                  

“Para Hiroo Onoda, a 2ª Guerra Mundial só terminou no dia 9 de março de 1974 quando ele emergiu da selva da ilha Lubang, nas Filipinas, e se rendeu ao seu superior, o major Yoshimi Taniguch, que lhe ordenara 30 anos antes resistir até à morte.

Depôs a espada e o rifle ferrolho Arisaka, em perfeito estado de revista. Vestia um gasto uniforme de soldado. De volta ao Japão, foi recebido como herói.

Onoda alistou-se com 20 anos para servir ao exército imperial japonês em guerra contra os Estados Unidos, a União Soviética, a Inglaterra e demais países aliados. Foi enviado a Lubanga para evitar que a ilha caísse em mãos inimigas.

Como ela caiu, ele e mais três soldados se refugiaram nas montanhas para resistir. Dois morreram. Onoda não acreditava que o Japão fora derrotado.

Talvez fosse o caso de Lula procurar Dilma para informá-la que a guerra contra o impeachment acabou, e que ela, ele e o PT foram derrotados. Ao contrário de Onoda, Dilma não recebeu ordem do seu superior para resistir até à morte.

Resiste por teimosia. Lula está em outra, negociando a salvação da própria pele.  O PT estima suas perdas que podem ser maiores do que supõe.

O que menos interessa ao PT é o que Dilma promete caso sobreviva ao julgamento do Senado e retorne ao cargo: um plebiscito para que o brasileiro decida se quer antecipar a eleição presidencial de 2018.

Plebiscito ou referendo nem sempre é a melhor solução. Milhões de ingleses arrependeram-se do referendo que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia.

Em seu pior momento desde que foi fundado, o PT está condenado a perder as eleições municipais de outubro próximo. Como poderia ganhar uma eleição presidencial?

De resto, por que o Senado devolverá o poder a Dilma se ela acena com a possibilidade de não governar até o fim do mandato? Não devolverá. O melhor seria que Dilma se rendesse sem provocar mais danos ao país.

Bastam os danos que provocou legando ao presidente interino a herança maldita de mais de 11 milhões de desempregados. Bastam os que o PT também provocou – entre eles, a corrupção que contaminou todo o aparelho do Estado e suas relações com sócios e fornecedores privados.

O que a Lava-Jato já descobriu empurrou o Brasil para o cume dos países mais corruptos. O que começa a ser descoberto poderá catapultar o PT para a galeria dos partidos mais cruéis com o povo.

Que tal um partido capaz de roubar parte do salário de funcionários públicos, pensionistas e aposentados endividados que para manter suas famílias recorriam a empréstimos consignados cujas prestações são descontadas automaticamente em folha de pagamento?

Na semana passada, Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministro do Planejamento do governo Lula, ex-ministro das Comunicações do governo Dilma, foi preso sob a suspeita de ter sido um dos chefes da organização criminosa que arrecadou entre 2009 e 2015 algo como R$ 100 milhões em propina para financiar o PT e enriquecer seus caciques.

De cada um real pago mensalmente por um servidor público como taxa de gerenciamento do seu empréstimo, setenta centavos iam parar nos cofres do PT.

Roubar dinheiro de quem trabalha para ganhá-lo? Um partido, aqui, nunca ousou tanto.


“Chorei por mim e por meus amigos. Tem várias maneiras de ser assaltada”, comentou a servidora pública Ana Gori, de Brasília, endividada há 16 anos.”

segunda-feira, 27 de junho de 2016

A semana - O Reino Unido separado, os aposentados financiando o PT e Viva São João




Por Zé Carlos

Ufa!!! Conseguimos ficar mais uma semana sem uma parte do  Brasil desaparecer do mapa. O mesmo não ocorreu com a Europa. Esta semana a população do Reino Unido resolveu se separar da Comunidade Europeia. E por que começo com isso, já que nosso país nos dar todo o humor de necessário para escrever esta coluna semanal? Porque morei na Inglaterra o suficiente para ver que o humor inglês é diferente do nosso. Ambos fazem rir, no entanto, para fazer um inglês rir, tem que ser piada para inglês ver. E com a piada do resultado do referendo que procurava saber se o Reino Unido deveria continuar unido ao continente europeu, como era em minha época, resolveu sair. Ou seja, eu antes poderia dizer que morei na Europa, agora só posso dizer que morei na Inglaterra. E ainda mais, quando se pensa o que será feito do enorme contingente de portugueses que lá habitam, ficamos chocados. Certamente, tem mais português lá do que no Brasil. E todos contando piada de brasileiro. Eu imagino o que eles não estão contando sobre o que anda se passando pelo Brasil, com as últimas notícias da operação Lava Jato, que é de matar de rir até português.

Aqui no Brasil, a semana passada começou com as notícias sobre um acordo que o Temer fez com os Estados brasileiros, numa tentativa de se manter no cargo até 2018. Reuniu-se com os governadores e disse: Se todos concordarem que sou um melhor humorista do que a Dilma, estou disposto a ser mais caridoso com vocês do que ela. Ora, como todos sabem que os governadores e prefeitos deste país, já viviam a esmolar por Brasília mesmo antes de saber que o governo federal já falira, e que apenas a nossa musa, a Dilma e o Lula não sabiam, fizeram ar de riso, e disseram: “Caro presidente, de hoje em diante, mesmo que o Vossa Excelência abrir a boca para falar em latim, nós já estaremos rindo. Dilma? Quem é Dilma? Não sabemos desta mulher já faz algum tempo.” O Temer fez um risinho chocho, daqueles  que só ele sabe fazer, e arrematou: “Então, meus diletos correligionários, não terás que me pagar nem um real até o final do ano. Vão com Deus!”.

A imprensa não mostrou, mas, eu fico imaginando que houve até alguns que se mijaram de alegria. E agora eu pergunto, com a maioria que o Temer já tem no Congresso e agora com o apoio dos governadores, quando será que a nossa musa do humor, a Dilma, estará aqui, em nossa coluna em tempo integral? Se for pela Escolinha do Professor Raimundo, como é chamada a Comissão Especial de Impeachment (CEI), não passará de agosto. Ou seja, quando entrar agosto, não tem dia nem hora, como se dizia lá em Bom Conselho. Então aguardem mais humor por aí.

E já que falei na CEI, não poderia deixar de falar no grande fato da semana política no Brasil, que foi a ausência de Gleisi Hoffmann durante toda a semana. Eu confesso que o nível de humor caiu muito. Sei que o Lindberg, a Fátima Bezerra e a Vanessa Graidiotin, são dos melhores cômicos que já tivemos, mas, a chamada “Narizinho Arrebitado”, era só comparável a Dilma em matéria de produzir humor. E por que ela não compareceu, para tristeza de seus colegas de bancada que se habituaram com suas tiradas de grande potencial humorístico? E tenho que mudar de parágrafo para contar, até por que o fato poderia ter me atingido em cheio.

O Paulo Bernardo, aquele que foi ministro do Planejamento e das Comunicações dos governos Lula e Dilma, foi preso. Não haveria problema nenhum dele ter sido preso, porque todos os dias são presos muitos e muitos brasileiros. No entanto, há fatos que, para efeito de nossa coluna, são importantíssimos. Este senhor que hoje se encontra sob a guarda da Lava Jato de Brasília é o esposa da Gleisi Hoffman, além de ser petista. Vejam que inusitado. Eu já havia me habituado em contar piadas aqui de presos do PMDB. Recentemente, e até esperava, e ele também, que um deles poderia ser até o Temer. Todavia, esta turma do Sérgio Moro, que não brinca nem rir em serviço, pouco importa que morramos de rir. E agora já há até outro Moro, o Moro II, que é um juiz de São Paulo responsável pela prisão do Paulo Bernardo, e pasmem, mandou passar o pente fino no apartamento do casal em Brasília. Foi o maior alarido, e não foi porque eles tivessem surrupiado peças íntimas do casal, como soe acontecer em um país onde os locais de guardar dinheiro mais populares são cuecas e calcinhas. O grande babado, como se diz, foi que o Senado ficou possesso com a invasão de habitação de uma senadora. E quem mais se doeu, como não poderia deixar de ser, foi a maior atração do chamado “Quinteto Abilolado”, a Gleisi. Ela declarou:

“Conheço o pai dos meus filhos. Sei das suas qualidades e do que não faria, por isso sei da injustiça que sofreu nesta manhã. Mais de dez pessoas estranhas entraram em minha casa com ordem de busca e apreensão ..... Trouxeram também uma ordem de prisão preventiva contra o Paulo. Vieram coercitivamente buscá-lo em casa, na presença de nossos filhos menores. Um desrespeito humano sem tamanho, desnecessário. Não havia nada em nossa casa que podia ser levado. Mesmo assim levaram o computador do meu filho adolescente. Fiquei olhando meu menino e pensei sobre a dor que sentia com aquela situação.”

Eu também imagino, e nem riria da lorota se não soubesse do potencial humorístico da Senadora. Sabem aquela piada com que Dilma ainda tenta fazer as plateias rirem, “Impeachment é golpe!”? Dizem que foi ela que criou. Alguns dizem que foi a Vanessa Graidiotin, mas, sei que não foi. Esta senadora criou outra que fez toda CEI sorrir junto com todo o Brasil, quando disse que o que os defensores do impeachment querem fazer é “botar chifre em cabeça de vaca”. Quando tentaram lhe dizer que normalmente a vaca já vem com chifre, ela estranhou porque não tinha chifres. E a declaração acima, da Gleisi, se tornou mais hilária quando a PF contou o que o marido dela fez, que até quase que me atingia, na qualidade de aposentado, como é a maioria dos meus, agora, 12 leitores. Vejamos.

Pois o Paulo Bernardo, não teve o que fazer, e perguntou: Qual o pessoal mais idiota no mundo? E ele mesmo respondeu, só pode ser o aposentado que pensa que pode gastar mais do que ganha, e tentou facilitar a ele crédito bancário. E criou uma empresa para facilitar o tal de Crédito Consignado que é o paraíso para os aposentados e banqueiros. Isto porque o aposentado pensa que tem aumentada a capacidade de gastar e o banqueiro tem certeza que aumenta sua capacidade de lucrar, porque amarra seu pagamento à mísera quantia que os primeiros recebem mensalmente. Ora, para uma empresa administrar este tipo de éden financeiro, deve cobrar algo daqueles que dele se beneficiam. Aí, entra Paulo Bernardo e seus planejadores de fortuna com o pulo do gato e diz: Vamos cobrar R$ 1,00 por cada idiota, digo, incauto, que obtiver o crédito consignado para pagar esta empresa. Ora, mas o que tem de graça nisto? Nada, até que se descobre que havia empresas que poderiam fazer o mesmo serviço por R$ 0,30. No entanto, não havia empresa como a do Paulo Bernardo que, além de receber mais de R$ 0,30, deixava o resto para ele e para o PT. E se multiplicarmos R$ 1,00 pelo número de idiotas, digo, incautos, que entraram na transação, isto dá muitos milhões de reais que iam para o marido da Gleisi ou para o PT. O que mais eu senti foi, quando eu poderia ter financiado o PT sem saber, se tivesse embarcado no crédito consignado. Poderia até ser processado, pois no final das contas quem paga o pato é sempre o necessitado.

Os sisudos, que não riram até aqui, não perdem por esperar. Como todos já sabem o Cunha, nosso estimado Cunhão, foi defenestrado no Conselho de Ética por ter mentido publicamente. A vontade de rir já é grande quando se pensa que o mal não é mentir e sim ser pego na mentira. E foi o próprio Cunhão, já se vendo quase em estado prisional que deu uma entrevista coletiva para explicar porque 1 mais 1 é igual a 3, e só o mundo não entende. O que teve de importância na entrevista foi ele ter dito que foi a Dilma, que vive sempre fazendo graça, só para aparecer aqui na coluna, que mandou o Jaques Wagner, o ministro que deu o lugar ao Lula, quando foi convidado pelo Bessias para assumir a Casa Civil, dizer ao Cunha que se ele não soltasse o pedido de impeachment, ela garantiria que o PT votaria a favor dele no Conselho de Ética. Segundo o Cunhão, pela sua honestidade e firmeza de caráter, e aí está a piada que nos leva aos píncaros do riso, não aceitou e enviou o processo de impeachment que é o motivo de todos shows da Dilma. E durma-se ou fique-se sisudo com uma piada destas.

E o que eu já observei foi que o número de delações, igual ao cordão dos puxa sacos, cada vez aumenta mais. Alguns já pensam que as delações da Odebrecht e da OAS vão proporcionar tantos investigados que o Temer já está pensando em fazer um concurso para a Polícia Federal e ampliar no número de presídios. E se descobrem que os aposentados faziam doações para o PT embutidos dentro do R$ 1,00 que eles pagavam, eu temo que o Japonês da Federal vá até à residência do meu amigo e grande colaborador deste Blog, o Zezinho de Caetés. Te cuida, amigo!

E agora, não é só um problema de número de delatores e indiciados. Os próprios Procuradores da República, aqueles que andam com uma mangueira na mão lavando a jato a sujeira deste país, pela própria característica do instituto da colaboração premiada, que só pode ser aceita se houver algum crime novo na delação, já está em dúvida quem escolhe para delatar, se a OAS ou a Odebrecht. A única coisa de que eles tem certeza é que, qualquer das duas que seja escolhida, poderão levar a Dilma e o Lula para o xilindró, o que para nós desta coluna é uma alegria por poder contar com eles em tempo integral. Não sei se é verdade que eles podem escolher a empresa na porrinha ou no “palitinho”, mas, não importa. Qualquer uma delas poderá atingir o objetivo.

Danou-se, agora voltei à vista para o início deste texto e ele já está muito grande, sem que eu falasse nem do São João, que pelo jeito que as coisas andam poderá ser o próximo pego na operação Lava Jato, porque seu dia pode ser um incentivo aos incendiários, da mesma forma que dizem que o Jair Bolsonaro incentivou o estupro quando disse que só não estuprava uma deputada do PT porque ela não merecia. As mulheres dos outros partidos devem ter ficado muito receosas dele achar que quem merece são elas. Cito este fato apenas para mostrar que a capacidade de fazer humor não escolhe ideologia nem credo. Curto até as piadas do Papa Francisco, mesmo sendo argentino.

E se estivermos vivos, até à próxima semana, que, como todas recentes, promete. Um feliz dia de São Pedro, que mentiu, mas não tinha contas na Suíça e por isso foi perdoado. E para quem chegou até aqui, morra de rir com a Vanessa Graidiotin.


sexta-feira, 24 de junho de 2016

A Beleza Cruel das Fogueiras Juninas




Por Jameson Pinheiro

A origem das fogueiras de São João remete à tradição cristã de haver Isabel, mãe de João Batista, ter prometido a Maria, mãe de Jesus Cristo, acender uma fogueira no cume de um monte, para avisar quando João nascesse. Ela também prometeu que ergueria um mastro próximo à fogueira, colocando nela uma boneca, dando origem a outra tradição, a da bandeira do santo.

Minha infância e adolescência foram cercadas de fogueiras no mês de junho. E até hoje a tradição se mantém. Durante a infância eu as curti. Onde morava, não havia calçamento. Era rua de barro, própria para as brincadeiras que eram o terror de quem lavava nossas roupas e muito apropriadas para a existência de fogueiras, neste mês. Lembro minha tia partindo para roça e voltando com uns feixes de lenhas próprias para cozinhar o feijão e queimar nas fogueiras. Nesta época as idas e vindas eram mais acentuadas.

Eu nunca tive recursos para a compra de fogos sofisticados, como vulcões e chuvinhas coloridas, que via de passagem pelas casas do centro ou perto dele. Mas, uns “traques de massa”, um “beijo de moça” ou um “estalo de bebê”, minha avó me dava. O que ela não me dava era uma “roqueira” mas, nunca deixei de ter uma. Era muito fácil de fazer. Explicarei para os ignorantes de hoje. O material era um prego, um arame, uma peça de torneira velha (aquele que fica dentro da torneira e que tem um buraquinho onde entra a carrapeta) e muita engenhosidade. Não minha, porque a tecnologia para sua produção era conhecida de qualquer menino, naquela época. Havia inclusive outras “roqueiras”, feitas de ferro, dizem, por Pai Tomás, mas destas eu não usava. Ligava-se o arame ao prego e a peça de uma forma que podíamos pegar no arame e ao colocar o prego no buraco da peça podíamos balançá-los e bater numa pedra ou no meio fio, quando na rua havia. Dentro do buraquinho colocávamos pólvora e o atrigo entre o prego e a peça da torneira gerava um som de explosão que variava, principalmente com a quantidade de pólvora utilizada. Espero tenham entendido, se não, vejam o que aconteceu num dia destes de junho.

Encontrei com o Oswaldo (penso era este o seu nome) enquanto ele preparava sua “roqueira” para a ação. Estava na fase de tirar a pólvora de um “beijo de moça” para colocar na "roqueira". Cheguei perto e perguntei: Oswaldo, tu não achas que esta pólvora está demais, não? Ao que ele respondeu em silêncio, com um não, continuando o que vinha fazendo.

Colocou toda o pó preto dentro da “roqueira” e não se conteve, começando a calcar a pólvora com o prego, dizendo que era para o estrondo ser maior. A sensação que tive na época foi aquilo que hoje sinto quando o Irã ameaça o mundo construindo bombas atômicas, ou quando, naqueles filmes da TV alguém começa a fazer algo muito perigoso, e eu digo mentalmente: Isto não vai dar certo. O que vi minutos depois, ainda hoje, não gosto de lembrar. No entanto, nem só de coisas bonitas vive o São João. Simplesmente, depois de um estrondo, vi o dedo polegar do meu amigo pela metade e o sangue cair no chão como uma torneira pigando. A partir deste dia botei minha “roqueira” no saco e nunca mais a vi.

Outra vez, vi o Joaquim. Era marido de uma tia minha, e morava em Recife ou em Paulista, não lembro bem, só sei que era prás bandas do litoral. Neste São João ele estava em Bom Conselho. Uma pessoa alegre e brincalhona, contador de lorotas e bravatas além de uma exímio jogador de dominó. Pelo menos, penso que foi ele que me introduziu no vocabulário do “lai-lou”, que é a situação onde se ganha no dominó combinando as duas cabeças. A partir de Joaquim, bater “lai-lou” era uma glória. Numa noite, já tarde, quando a fogueira já estava em brasas, ele inventou que poderia andar sobre estas brasas sem se queimar. A fogueira dos santos tinha algo mágico, ele dizia, que a concentração e mais umas rezas que ele sabia, fazia com que a dor sumisse quando do contacto com o fogo. Óbvio que todos o incentivaram a fazer a proeza, tirando as espigas de milho das brasas, já com um tom de dourado, quase prontas para comilança.

O Joaquim chegou perto da fogueira, baixou a cabeça, fechou os olhos, balbuciou alguns palavras enquanto mexia de leve nas brasas, ora com um pé ora com o outro. Alguns minutos depois começava ele a caminhada pela fogueira. Primeiro passo, segundo passo, terceiro passo e cada um maior e mais rápido do que o outro. Aqui quebro a narrativa para dizer que me lembrei do nosso conterrâneo Carlos Sena atravessando o açude de seu Liro, quando ele diz que ao chegar ao meio do açude deu um certo medo mas pensou, para voltar vai levar o mesmo tempo que continuar em frente, foi em frente e teve a glória da travessia. O mesmo deve ter ocorrido com o Joaquim naquele dia, os pés estavam queimando mas, ao chegar ao meio ele, a la Carlos Sena, decidiu ir até o fim da fogueira. Ganhou assim os gritos e aplausos que abafaram o seu grito de dor e talvez compensaram as bolhas que vi no dia seguinte nos seus pés.

E as belezas das festas juninas continuam com outra cena por mim presenciada, ainda quando criança, e se deu quase de frente da casa de seu Abelardo, marido de dona Gilda, ou, parece até que foi defronte da Alfaitaria de Antonio da Tupi. Um menino, mais ou menos da minha idade, nunca soube o seu nome, soltava “cobrinhas”, aquele troço pequeninho que encosta no fogo, você sacode e ele sai correndo com um rabo de fogo. Já adulto, vi que em algumas cidades fazem umas “cobrinhas” bem grandes e as chamam de “espadas”. A brincadeira é não correr daquelas coisas perigosas. No entanto, como não existe fogos de São João sem risco, naquele dia o menino ao jogar uma “cobrinha”, propositalmente ou não, ela foi direto no tornozelo de uma garota que também brincava com fogos. Sei que a menina, que não morava por ali, se contorcia em dor, enquanto o menino sumia. Chegou uma senhora, não sei se sua mãe, pediu água na casa de seu Leopoldo, que consertava relógio, e que, por muito tempo depois passei defronte a sua casa, quando ia trabalhar. Uma de suas filhas trouxe algo e aliviou a dor da garota. Enquanto isto, Dona Iramir, esposa de seu Leopoldo, aparecia na porta e perguntava: Cadê o menino? Será que foi o Teofinho de seu Marçal? Não sei se o menino era o Teofinho ou se foi punido. Não deveria, São João sim.


Termino dizendo que enveredei pelas coisas cruéis que podem acontecer neste período de fogueiras e fogos. Isto não quer dizer que não haja coisas boas como aquelas que descreveu o Gildo, no seu casamento matuto (http://www.citltda.com/2009/06/memorias-de-um-casamento-matutuo.html ) aqui mesmo neste blog e no site de Bom Conselho, apesar do castigo que ele ganhou por comprar fiado. O nosso colega Cleómenes ainda pediu para falar da influência das fogueiras no aquecimento global, comparando-as com as queimadas da Amazônia. Assim também já era crueldade demais com o São João. Que ele mesmo escreva sobre isto. No entanto, seria prudente pensar mais na tradição dos mastros e das bandeiras.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Seu Salviano e o Forróbom




Por Diretor Presidente

Ana passado eu estive no Forróbom. Aguentei metade dos dias. Desta vez suportei dois dias e mesmo assim porque no primeiro, só passei pela frente, quando me dirigia ao bairro de São Rafael prá falar com meu amigo Seu Salviano. Ele anda um pouco adoentado e não sabe muito bem o que está se passando, a não ser pelas informações que lhe são repassadas pela sua filha Ritinha. Embora continue antenado na internet, e cada vez com mais prática.

Ultimamente, com estas notícias relativas a rastreamento de IP,s, ele como todo Bom Conselho conectado está com medo de tudo. Parece uma neurose coletiva e os boatos a respeito são muitos. O Felipe Alapenha, que eu vi saracoteando pela monumental estrutura do Forrobóm talvez ainda não saiba o mal que fez a Bom Conselho com esta história mal contada de que seria um contumaz rastreador de IP,s.

Principalmente, o Seu Salviano que tem sua filha professora do setor público. Encontrei com o Zé Pilintra. E não esperem que eu vá divulgar sua verdadeira identidade. Ao contrário, o aconselhei a preservá-la, pois sei que ele pode fazer mais o bem a Bom Conselho, do que certas pessoas que pensam, que divulgando seus nomes de batismo, o tornam, inteligentes, éticas e boas. Ledo engano, eu sempre gostei mais do Álvaro de Campos do que do Fernando Pessoa.

Este texto é apenas uma transcrição livre de nossa conversa, franca e amiga como sempre acontece.

- Como é, Seu Salviano, nós viemos aqui para tomar o gostoso café da Ritinha ou prá conversar?

- Meu caro DP, eu hoje preferia ficar só no café da Ritinha. Ando tão enjoado! Não sei se é “mal de velho”, que um dia lhe pegará, ou se é pelo rumo que as coisas estão tomando aqui em nossa terra. Eu nunca tinha visto nada igual. Aqui não se fala mais em saneamento básico, escolas, hospitais, enfim, obras de infraestrutura . Só se fala em sopão e forró. Este foi o pior legado do governo Lula ao nosso povo, e que foi tão bem entendido pelos nossos políticos ansiosos por votos.

- Como assim Seu Salviano?

- Vejam que desde o ano passado que o Açude da Nação estourou e nem isto fez a festa parar, só se fala em Forróbom. Isto só ocorria nas épocas da campanha política, eram os “showmícios”, que parece não existem mais. Agora é o ano todo, natal, carnaval, São João, 7 de setembro. Os showmícios são permanentes. Isto é que dá voto, e o povo gosta! Logo no dia seguinte, como Ritinha sempre fala vai reclamar que não há merenda na escola e que faltou professora, e seu filho não sabe o “a”. Vai ao hospital e espera durante 8 horas para saber que tem “espinhela caída” e não tem remédio em estoque. Isto quando o médico não o manda prá Garanhuns. Aqui na comunidade, com um pouco de exagero e jocosidade, (e a Lucinha como vai, ela é da pesada, quando ela vier aqui um dia traga ela prá me ver), eu diria que de dia falta água e de noite falta luz na casa que tem uma privada é milagre de Jesus. E assim vai, quando se verifica que há denúncias pelo rádio, junta-se a equipe da prefeitura para resolver o problema. Como? Abrindo um sopão ou fazendo novo show com esta bandas caça níqueis que estão por ai todo o tempo.

- Mas, Seu Salviano, o que eu soube é que o povo adora as festas, como o governo do povo não deveria satisfazê-lo?!

- Ora, caro jovem. O povo adorou condenar Jesus. Adorava ver as execuções na idade média, chegando ao absurdo, e tá aí a Ritinha que não me deixa mentir, de certos governantes enforcarem inocentes para dar diversão ao povo. Lembra dos gladiadores que eram alimentos de leões em Roma? Quem você pensa que urrava e aplaudia Hitler em seus discursos? Só para ficar nas chamadas ditaduras. E você acha que ao dá voto ao analfabeto nossa constituição cidadã formou cidadãos? Isto o Lula, que é um dos políticos mais inteligentes de nossa história descobriu quando era líder sindical, e depois criador do PT. Ele sabe que o povo de que fala a constituição é uma ficção boa para nos manter numa ditadura com aspecto de governo do povo, pelo povo e para o povo, igualzinho nas ditaduras do proletariado. Hoje o circo é mais importante do que o pão, para o nosso povo.

- Mudando um pouco de assunto, Seu Salviano, o que o senhor achou do Felipe Alapenha querer nos extinguir por decreto?

- Eu acompanhei o caso e fiquei com pena do Zé Carlos. O Zé Carlos talvez não se lembre mais de mim, mas eu me lembro dele. Quando eu frequentava a casa do Pai dele, há muito tempo, ele era um rapaz, parece que estudava em Recife, diziam que era muito estudioso. Depois o perdi de vista até que ele apareceu com este blog novo da Gazeta. Eu ainda penso que se ele quisesse escrever deveria ter começado pelo Blog da CIT, mas parece que vocês o engabelaram e ele quis criar algo novo. Vaidade? Não sei, mas, que ele ficou numa bananosa danada ele ficou. Se disser que ele é vocês, além de está mentindo, estará traindo os amigos. Se ficar calado, o povo vai terminar acreditando na mentira do Felipe. Se diz que não é ele quem escreve perde aquela sensação de vaidade que todos temos em nos julgarem que fazemos mais do que o que realmente fazemos. Se ele for inteligente como dizem eu seguiria a terceira opção, que é a verdadeira, embora ele vai perder pontos entre os que os admirava. Eu estou dizendo isto supondo que o Felipe esteja errado, pois estou falando com você, e pelo menos em relação a você eu sei que ele está. Se ele escreve pelos outros, o raciocínio é outro.

- Seu Salviano já há quase 3 anos que comando aquela corja lá da CIT, e sei que o Felipe é um mentiroso, ou talvez um ingênuo que pensa que para ser um bom político basta lançara uma mentira que dá certo. O que ele fez foi fazer com que nosso Blog seja mais um cobrador do governo de sua mãe, que um dia defendemos tanto. Mas, vamos ver em que vai dar.

- E vocês vão deixar o Zé Carlos tirar a foto que o Felipe exigiu? Seria uma solução.

- É, seria. Mas isto iria contra nossos direitos individuais em adotarmos pseudônimos. O que a nossa Constituição prega sobre anonimato é algo tão atrasado que nenhuma democracia moderna adota. Foi um ranço de autoritarismo do passado deixado nela, e que estamos lutando para derrubar, principalmente, numa época como a de hoje onde esta grande rede nos faz todos anônimos, basta querermos. Por exemplo, o senhor hoje poderia criar o Blog do Salviano, colocar sua foto verdadeira, seus dados verdadeiros e pedir para a Ritinha escrever nele pelo senhor. Então todo mundo acreditaria que seria o senhor que escreve, e enquanto o senhor não disser nada, os escritos da Ritinha serão os seus escritos para a opinião pública. O que seria isto? Anonimato? Pseudonímia? Charlatanismo? Enganação? Pois, como o senhor sabe muito bem, que pelos boatos não tão escondidos assim, todos diziam aqui em Bom Conselho que quem escrevia o Blog da Prefeita era seu filho. Se era ou não eu não sei, e não posso dizer que é errado pois, a prefeita nunca reclamou, nem veio a público dizer se isto era verdade ou não. Por falar nisso, o senhor não quer que criemos um Blog para o senhor? O Jameson me disse que leva apenas 3 minutos para fazer um e que fica muito mais bonito do que o Blog da CIT que ainda não se modernizou.

- Eu não tenho mais saúde para isto. Mas seria uma boa ideia. Ritinha, vem ouvir isto....


Aí acabou um pouco a importância da nossa conversa, pelo menos que interesse ser publicada, pois o bom mesmo, foi a conversa particular, sobre a surra que deram no vereador, mas aí eu já estava com o gravador desligado, e se um dia escrever sobre isto, esqueçam que eu estive com o Seu Salviano, mesmo porque soube a respeito em muitos outros pontos da cidade.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

O início do Forróbom e o "triângulo" do Dandan (*)


É a Banda Villa-Lobos? É o Trio Agrestino?
Não! É o início do Forróbom.


 Por Lucinha Peixoto 

Ontem as manifestações continuaram e penso que, daqui para frente, se tornarão rotina dentro do quadro social e político deste Brasil [manifestações populares de em 2013]. Penso que as arruaças e vandalismo irão diminuindo no mesmo ritmo em que a sociedade for despertando para as consequências de passeatas que não tem objetivos claros e que estes objetivos vão sendo descobertos, e, ao mesmo tempo, as autoridades comecem a pensar em cumprir a lei quanto à organização destes eventos, dentro da lei e da ordem. Protestar é válido, bagunçar deve ser proibido. Principalmente, continuar infernizando a vida dos outros quanto ao direito de ir e vir.

Eu penso que é muito difícil ainda escrever sobre outra coisa, do que estas manifestações ou sobre a vitória de ontem sobre a Itália. Noutros tempos, um resultado assim, levaria as multidões a cantar “Prá frente Brasil, salve a seleção”. Mas, o PT conseguiu até mexer com o espírito esportivo do brasileiro. Agora, só se fala: “Abaixo a corrupção”, e vaia-se presidentes nos estádios.

No entanto, é muito forte o motivo para mudar de assunto, neste domingo, aqui na serra, onde já começou a fazer frio, e com o cheiro de fumaça das fogueiras que já sinto neste comecinho do São João. E este motivo não é o São João de Gravatá e sim o começo do Forróbom, lá em minha terra querida, Bom Conselho. Ontem começou a festa e procurei nos blogs sobre o que lá aconteceu.

Fui ao Blog do Tiago Padilha e parece que não deram um camarote a ele, pois até o momento que escrevo (e é cedo porque ainda vou à missa, e aqui o caminho é mais desconhecido) ele não toca na festa. O Blog do Poeta coloca umas fotos, inclusive uma junto com o Ronaldo César, que é o Poeta da cidade vizinha, e diz que há um bom público (o que isto significa eu não sei) e cita as atrações de hoje. Mas foi o Blog do Emmanuel que me trouxe o motivo para estar aqui teclando, enrolada, tiritando de frio, mas cumprindo minha obrigação de cidadã, já que não pude ir à manifestação lá em Recife.

Ele traz a foto que ilustra esta matéria, com o Dandan tocando triângulo. Eu juro que não sabia que esta era a especialidade do jovem prefeito. Mas, deveria ser evidente, pois ele já usou o instrumento em outros eventos. E tem outro prefeito tocando zabumba. Faltou apenas um prefeito para tocar sanfona e formar o Trio Agrestino. Poderia ser o Isaías levado pelo Roberto Almeida ou pelo Ronaldo César, que também são blogueiros oficiais do Dandan, da cidade vizinha, terra também de Simoa Gomes.

Causa-me espécie (que saudade do Joaquim Barbosa) que, ao invés de um pronunciamento sobre a seca e sobre o que está ocorrendo no Brasil, no início da festa, os prefeitos vão formar conjuntos musicais. Eu quero ver mesmo se vai aparecer alguém da imprensa que relate o que está se passando pelos bastidores do Forróbom.

Eu não me lembro se a Judith ou o Dr. Filhinho chegaram, no auge do Forróbom deles, a tocarem algum instrumento, no palco do Forróbom. Nem me lembro que outros prefeitos tenham feito isto. Então, só temos uma conclusão a tirar, ou o Dandan espera que o Forróbom seja um fracasso e tenta dar uma ajudinha dentro de sua especialidade (o triângulo) ou ele pensa que a festa será o suprassumo e quer aparecer para o distinto público. Mas, que isto é normal, não é não. Se pelo menos fosse com uma sanfona....

E, continuando na foto, ele contém tantos políticos que ao invés de um trio poderíamos recriar a Banda de Música Vilas Lobo, de saudosa memória, aproveitando o esforço do vereador Carlos Alberto em estudar a cultura de Bom Conselho com ênfase em Zé de Puluca. O Dandinho poderia tocar trombone. Quem ficaria com o piston eu não sei, pois o único que tocava nas épocas recentes está desafinando que é um horror.

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(*) Depois que o Zezinho de Caetés me falou que iria forrozar lá pelo interior, e eu também ir para Caruaru, só me restava não deixar a Gazeta Digital morta, no São João. Como sempre faço nestas ocasiões, socorro-me dos amigos que escreveram no passado, em Blogs quase irmãos.
Escolhi, alguns textos que falam da nossa grande festa junina. É claro, que todos têm seus vieses políticos, que pensando bem se mostraram muito atuais, como verão.


Então, que todos tenham um bom São João, e até a próxima semana, se o santo quiser. (Zé Carlos – Administrador da Gazeta Digital)

terça-feira, 21 de junho de 2016

Temer: Uma no cravo, outra na ferradura e outra em Dilma




Por Zezinho de Caetés

Hoje começo me despedindo. Não escreverei mais para este Blog. Calma àqueles que me leem, não se desesperem, porque isto só acontecerá até a próxima semana. Eu também sou filho de Deus e afilhado dos santos juninos, e vou fazer um curto périplo pelo meu interior. Afinal de contas, São João na capital é só camisa desbotada e remendo no fundão.

Ainda tenho hoje para falar um pouco de nossa política louca. É uma verdadeira temeridade, só para não fugir do trocadilho com o governo Temer. Tanto é só um trocadilho que pude concluir ontem ser o Temer um político talhado para nosso país no momento atual, que estava precisando de alguém que desse “uma no cravo, outra na ferradura”, quando nossa ex-presidenta era exímia especialista em “dar uma no cocô e outra nas nádegas”, o que fedia demais ou doía demais.

Todos sabem que a gastança pública nestes últimos tempos no Brasil, para seguir o modelo chamado de “inclusão social” do PT, que agora se sabe que só incluiu o Lula e um punhado de apaniguados, foi grande e os Estados contribuíram muito com ela. Desde a época do Levy, de saudosa memória, que o PT, convencido que, se o modelo continuasse quebraríamos todos, que nossa ex-presidenta e ex-gastanta, tentava fazer um acordo com os entes federativos para contornar a situação de penúria que envolvia Estados e Municípios.

Não conseguiu, como todos nós sabemos. E os Estados a começar pela terra onde ela morava, o Rio Grande do Sul, para onde voltará em breve, e seguiu até semana passada com o anúncio da falência total do Rio de Janeiro, foram companheiros inseparáveis na lambança de gastos, continuam na penúria, quase à beira da morte.

Pois não é que se noticia que o governo Temer, com um mês, conseguiu um acordo razoável para que os Estados permaneçam vivos?! Pois é, por isso digo que o Temer é o homem certo no lugar certo, pelo menos até agora. Ele já conseguiu, muitas coisas no Congresso, e se continuar assim, vai conseguir aprovar a PEC do Teto de Gastos, e além disso, conseguiu, ontem que os Estados também entrem na dança. Até que enfim vamos conseguir diminuir a intromissão do poder público na economia, o que é sempre razoável e salutar.

Alvíssaras! Se ele conseguir isto, e sei que conseguirá, fatalmente alcançará sua meta mais importante para este país: O impeachment da Dilma e a derrocada do PT, que deverá já começar nas próximas eleições.

O que estou gostando do Temer é que ele é um político matreiro, e mesmo que tenha feito algumas trampolinagens eleitorais, como as delatadas pelo Sérgio Machado, ele soube escolher uma equipe econômica da melhor espécie e que sabe o básico de Economia, que é a certeza de que “não há almoço grátis”, e muito menos “farra grátis”, como a do PT e que hoje estamos todos pagando.

Cada trabalhador que é demitido neste momento está recebendo a conta pela eleição da Dilma, mesmo que não saiba. A pergunta mais importante é se o povo brasileiro vai votar outra vez, na ignorância, para pagar outra farra petista daqui para frente. Espero que não!

Bem, em resumo, mesmo com a sensação de austeridade e gastança que o governo Temer nos passa, penso que isto é um jogada política, de quem só pensa naquilo: Ficar no governo até 2018, e ser um novo Itamar. Os tempos são outros, mas, quem sabe? Dependendo da pancada certa, se no cravo ou ferradura, pode ser até que ele consiga, e vou para interior também pular a fogueira por ele.

Agora, para não perder o hábito, fiquem com o Ricardo Noblat que também fala disso em seu blog, talvez com menos otimismo do que eu porque intitulou seu artigo como “Temer premia os maus gestores”. Eu, que sou mais otimista, acho que ele conseguiu foi enquadrar os maus gestores, e talvez, com isto garantiu o futuro do seu governo. O contrário, como todos os sensatos sabem, a volta da Dilma, seria perda total para o Brasil.

“O austero governo do presidente interino Michel Temer, às voltas com a herança de uma economia em recessão legada pela presidente afastada, anunciou, ontem, um prêmio para os Estados em sérios apuros financeiros devido à incompetência e irresponsabilidade dos seus gestores que gastaram além do que podiam.

Os 27 Estados deixarão de pagar cerca de R$ 50 bilhões ao governo federal até 2018 por conta da renegociação de suas dívidas. Este ano, o impacto será de R$ 20 bilhões, de R$ 15 bilhões em 2017 e de mais R$ 15 bilhões em 2018. As dívidas dos Estados com a União chegam aos R$ 423 bilhões.

Em troca da suspensão do pagamento da dívida por seis meses e descontos por mais dois anos, os governadores se comprometeram a apoiar um limite no teto dos gastos públicos a ser votado pelo Congresso. Para isso deverão pressionar senadores e deputados para que votem como o governo federal quer.

Naturalmente foi isso o que os governadores disseram que farão, embora o poder de mando deles sobre senadores e deputados seja relativo. Naturalmente Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, negou que a renegociação das dívidas dos Estados signifique afrouxamento fiscal – o que é isso? Não, estava tudo previsto!

Antes que se cubra Temer de elogios por ter fechado em tão pouco tempo com os governadores um acordo que Dilma foi incapaz de fechar durante seus últimos 15 meses no cargo, é bom lembrar que a administração dita austera que ele faz, por ora, tem sido tudo menos austera de fato.

Temer já ampliou a previsão do déficit da União para este ano, o que lhe permitirá gastar mais do que deveria; concedeu reajuste de salários para o Judiciário; e concordou com a criação de novos cargos de confiança no Legislativo. Havia anunciado um corte grande nos cargos de confiança do governo. Não o fez ainda.


Uma vez que acalmou o mercado financeiro com a nomeação de Meirelles para xerife da Economia, Temer só tem uma preocupação: agradar a todos os descontentes que possam de uma forma ou de outra atrapalhar a aprovação do impeachment de Dilma no Senado. A austeridade, na verdade, ficará para depois. Se ficar.”

FUNDARPE: A HECATOMBE CULTURAL DE GARANHUNS




Por Altamir Pinheiro

Nos meses que antecedem o  período junino, Caruaru, no auge do seu apogeu(Leia-se: Fundação de Cultura de Caruaru),   DEFECA na cabeça do Governo do Estado, atingindo em cheio as carecas da Secretaria de Cultura/Fundarpe e Secretaria de Turismo/Empetur... Nos meses que antecedem o período do FIG, Garanhuns, no auge do seu fracasso recebe uma tremenda descarga ou jato de MIJO/URINA dessas mesmas entidades acima citadas. A propósito, a FUNDARPE teima em tratar o cidadão garanhuense feito moleque de rua... Esta alusão é feita, única e exclusivamente, NÃO no campo cultural propriamente dito, mas no que diz respeito, peremptoriamente, as atrações(?) que desfilam no palco da Praça Guadalajara, quase sempre, um desastre de tão ruins!!!

Pois bem!!! Aliado  a esses menosprezos e humilhações da FUNDARPE à sociedade garanhuense, de um certo modo, com uma exceção aqui outra acolá, sempre estiveram presentes os nossos frouxos administradores ou prefeitos babacas ou até mesmo  os famosos  Maria-vai-com-as-outras, nesses 26 anos do transcorrer do FIG. Para reverter este quadro, com redundância e tudo,   a nossa esperança só vai ficar  esperançosa no dia  em que surgir um prefeito feito o “político” alagoano Collor de Mello que tenha “AQUILO ROXO” ou então aparecer uma prefeitona com cabelos no sovaco e nos dois buracos da venta, calçando botinas 44, para falar alto e grosso as suas excelências, os pernósticos e intoleráveis fundarpeanos...

O atual prefeito de Garanhuns, que se diz bocão, quando na verdade pousa de frouxo e fica feito uma "cachorrinha de coca" diante  da Fundarpe quando ela impõe o seu calendário ao FIG e, o nosso "bocão", calado fica calado permanece sem dá um "PIU" sequer,  na grade dos respectivos artistas que estarão sendo ou irão ser contratados . O vexame é tamanho, a petulância e o desrespeito da Fundarpe  tornam-se de proporções tão avassaladoras que, pasmem, a comunicação da data ou grade  do evento é feita, pasmem mais uma vez, no Recife e não na cidade onde será realizado o esperado festival e, para chacoalhar ainda mais com os nossos brios exigem a presença do prefeito e ele com o rabo(no sentido figurado)entre as pernas é o primeiro da fila a se fazer presente no tal anúncio convocatório... PENSE NO VEXAME, NA HUMILHAÇÃO E NA CARA DE PANACA DO SENHOR PREFEITO!!!

No dia que Garanhuns tiver no poder, gente que ao sentar-se na poltrona do cargo maior do Palácio Celso Galvão, que ao ser homem tenha "aquilo roxo" ou mulher com "cabelo no sovaco e nos dois buracos da venta, além de calçar 44", não vão lá, pro Recife,  nem que a vaca tussa!!! Ficaria muito mais elegante se, o prefeito enviasse o seu legítimo representante para se fazer presente nessa convocação de jogo de cartas marcadas, donde,  poderiam ser tanto o vice-presidente do Lixão do Buracão da Liberdade, quanto o sub-secretário do Sindicato dos Detritos Bovinos do Matadouro de Garanhuns...

Falando-se dos artistas, presentes em nossos palcos, o que dizer dos que se apresentam no Pau pombo?!?!?! Além de diminuir a quantidade dos dias, nessea últimos festivais a Fundarpe só tem contratado "ributaio", "bedel", "lambaio",  e o pior: todos os anos, os mesmos!!! Artistazinhos que vêm por qualquer merreca desde que deem a boia... Como sempre, os tecnocratas da FUNDARPE, mais uma vez, este ano, alegam que é preciso entender a natureza do processo, haja vista o corte de verbas,  contenção de despesas, crise, recessão e o escambau a quatro. Como se sabe,  tudo isso é lorota; é um discurso retórico e pomposo; prosopopeia flácida para ninar bovinos, equinos, ovinos, caprinos, asininos e garanhuenses  crédulos, trouxas e otários, claro!!!

Baseada em seu rigor excessivo, a FUNDARPE juntamente com sua tropa de choque entenderam que, em razão de boa parte do FIG ser composta de execução e produção musical e na tentativa de compor uma sinfonia que expressasse o ápice da sutiliza, eles inovaram em 2016 ao anunciar  o fomento de nossa fauna, quando será formada predominantemente  por  artistas genuinamente  nordestinos. Isso mesmo, vomitaram que só contratam artistas se tiverem a certidão de batismo da Santa Igreja Católica dos rincões deste seco e sofrido  Nordeste... De duas, uma: ou o nosso prefeito engoliu o vômito da FUNDARPE,  ou então, os fundarpeanos  estão de GOGA com "NÓIS!!!".

ESTE ARTIGO É DE  RESPONSABILIDADE ÚNICA E EXCLUSIVA DE QUEM O ASSINA.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

A semana - Dilma no Recife, Pinochet na China e Lula em casa


Caricatura do show de humor coletivo



Por Zé Carlos

Hoje não estou sabendo por onde, ou por quem começar. E a aqueles incautos que me disserem: “Começa pelo início, imbecil!”, eu já respondo que imbecil é o Dunga, que inventou que era técnico de futebol, sem ser, só para imitar a nossa musa Dilma, que passou muito mais tempo enrolando que era presidente, também sem o ser. Aliás, só por pensar em nossa maior colaboradora, já sei por onde iniciar, e acabo com esta dúvida besta.

Quem melhor levaria os nossos leitores ao riso, logo no início da coluna, senão ela? Sei que agora anda repetindo seu show “Tomei com o golpe!”, no entanto, a novidade é que, nesta semana, veio performar aqui em Recife. Juro que tive uma vontade danada de ir recebê-la pessoalmente porque seu evento maior foi na UFPE, onde trabalhei, quando trabalhava. No entanto, quando minhas fontes me informaram que o Senador Humberto Costa ainda havia conseguido um resto de mortadela para distribuição gratuita, eu desisti. Nunca gostei de mortadela. Todavia, mesmo com o cheiro de mortadela no ar, a nossa musa, dizem, ainda queria ir inaugurar outro conjunto do Minha Casa Minha Vida, levando toda a sua trupe. Quando já estavam partindo para o evento, disseram a ela que o deputado Bruno Araújo tinha chegado primeiro. Então, infelizmente, ela desistiu pois “iria ter luta!” como dizem os seus correligionários.

Deixando a Universidade ela foi para o outro local, com o mesmo show, mas com algumas piadas novas tais como: “Não compactuei nem compactuo com a corrupção”. Dizem que, nesta hora, riam tanto que teve  gente  vomitando mortadela (desculpem a piada suja). Porque, venhamos e convenhamos, a Dilma dizer que não compactuou com a corrupção só não é uma piada de mau gosto porque no Brasil atual não existe mais esta modalidade. Mas, eu entendi o que ela quis dizer. Para o PT, o que vale é o momento. Suas corrupções já passaram e agora o quente são as corrupções do PMDB e de outros. Mas, deixemos de lado nossa Musa, porque o humor abunda em outros locais. Por exemplo, vi na mídia uma piada de que nos musa, a Dilma, parece até aquele cara que matou o pai, e se apresentou ao juiz pedindo clemência para um pobre órfão. Que o Sérgio Moro continue sisudo e não ria!

E, como veremos, nem a Dilma fará falta à coluna. É muito material para rir, que foi acumulado ao longo desta semana. Como diziam lá em meu Bom Conselho: “é porcaria prá mais de metro!”. Então, vamos voltar ao início da semana, que girou, quase toda, em torno de mais uma delação premiada. Aliás, agora, quando fico fazendo o que mais gosto, que é cuidar dos meus dois netos, e eles fazem trela juntos, eu não os deixo ver o noticiário, pois se o vissem ficariam tentados a querer ganhar, ao invés de um pito, uma tornozeleira eletrônica de brinquedo, por fazer delação premiada do irmão. Realmente, nossas crianças têm que ser protegidas.

Vimos que a sensação foi a divulgação do que Sérgio Machado, o gravador oficial da república, que confessou ter ido a uma sessão de quimioterapia do Jader Barbalho com a intenção de gravá-lo. Hoje, o senador paraense estaria na mesma situação do Sarney, do Jucá e do Renan, mas, foi salvo, pasmem, pelo radiação, que não permitiu a entrada do gravador ambulante. A que estágio chegamos! Até nos hospitais ninguém escapa de ser gravado.

Mudando de assunto, sem sair das delações, se eu fosse nomear aqui todos aqueles que foram nelas citados, este texto seria mais longo do que a capacidade dos meus leitores de lê-lo. Frearei minhas más intenções apenas contando o que houve com alguns novatos, que de forma surpreendente, participaram de um show conjunto, durante toda a semana, cuja principal piada era dita, no seu final, por todos com as mãos dadas e levantadas:

“As delações do Sérgio Machado foram irresponsáveis, mentirosas, levianas e criminosas”.

Todos sabiam que esta piada havia sido contada pelo Temer, presidente do país em frente ao seu logo de “Ordem e Progresso”, que também está em nossa bandeira e, pelo que vemos nunca deu certo. No entanto, quando repetido em conjunto num final do show foi um verdadeiro desbunde. Vejam que está havendo uma evolução nas piadas, e hoje, quando o Lula repete, a que diz: “eu não sabia”, o riso já é um pouco frouxo pela caducidade da pilhéria. E o maior encanto do show está na união de 22 pessoas, que daqui para frente, tenho a obrigação de convidar uma por uma para se engajar a esta nossa modesta coluna semanal.

Contei acima que o Jader Barbalho se safou de ser gravado, mas não se safou da lista, tudo segundo o delator maior, o Sérgio Machado, que quis usar o sobrenome para não deixar cabeça sobre cabeça de político neste país, o senador “pressionava muito por propinas, a serem pagas com recursos das empresas que tinham contratos com a Transpetro, para sua base no Pará”. Só na primeira vez ele pediu US$ 100 mil. Vejam que é em dólar a moeda oficial do Brasil para assuntos de propina. Ou seja, além de “propineiro” é exigente.

E desculpem eu ter colocado o Jader antes do Temer, que pela sua importância deveria estar em primeiro lugar. No entanto, a grande piada é que o Temer entrou na lista como Pilatos entrou no credo, só por pedir uma ajudazinha para o Chalita, um menino que queria ser prefeito de São Paulo. Não é para rir?

Renan, segundo o Machado cortante, além de ter levado R$ 32 milhões e ter a modéstia de receber em reais, papou R$ 24 milhões em espécie. Já pensou o tamanho do cofre? E o mais hilário é que ele ficou recebendo uma mesada de R$ 300 mil por um longo tempo. O Jucá também levava um mesada de R$ 200 mil por muito tempo. O Lobão, por ser um lobo muito grande, ganhava R$ 500 mil de mesada e levou nisto R$ 24 milhões. Quando vejo a mesada dos meus netos, eu vou às lágrimas, pois quando eles pedem mais são ameaçados pelo Lobo Mau.

E o Aécio que entrou na lista com R$ 1 milhão?! O dinheiro deve ter se transformado em pó, porque ele repete que nada sabia, para rejubilação da plateia. Sarney recebeu R$ 18,5 milhões, o que, se verdade, dará para ele viver uma vida tranquila, mesmo com tornozeleira eletrônica, se for pego pelo o sisudo Sérgio Moro. Talvez, ele até escreva outro romance com um título mais moderno como “Tornozeleira de Fogo”.

E chega mudei de parágrafo para dizer que o Henrique Alves, Ministro do Turismo tantas vezes que agora poderá  ir  agora conhecer a República de Curitiba, levou R$ 1,55 milhões, e, por ter contas na Suíça, foi defenestrado por Temer, que voltou, neste grande show de humor brasileiro, a demitir ministros. Antes era 1 por semana, agora, com as delações, pode dobrar a meta. Será que ele quer barrar a Dilma, que demitiu 7 no primeiro governo? É briga de caninos grandes!

E vejam senhores, até o Garibaldi Alves, com aquela sua mansidão de Jeca Tatu que não tomou o Biotônico, levou R$ 250 mil. Além disso, criou a “propina familiar”. Seu filho, o deputado Walter Alves levou a mesma quantia. Agripino Maia levou R$ 300 mil e o seu filho, deputado Felipe Maia, levou R$ 250 mil, mostrando que a família que recebe propina unida, permanece unida.

E para aqueles que pensavam que propina era uma coisa de capitalistas malvados, o Machado diz que a deputada Jandira Feghali do PC do B, recebeu R$ 100 mil. Ou seja, os brutos e os comunistas também amam, dinheiro.

Realmente, se constata, com esta lista, que o dinheiro só tem uma ideologia que é ser bem recebido nos bolsos de qualquer um, independentemente de credo político, gênero ou cor. Vejam, por exemplo, mesmo que não esteja na lista, a Marina já apareceu por aí, citada em outras, contando piadas como: “Nunca usei um real em minhas campanhas que não tivesse sido regularmente declarado”.  Tal qual o Mendonça Filho, que agora é Ministro da Educação. Será que ele, o nosso Mendoncinha, será o próximo a tombar no governo Temer? Seria  uma pena porque só iriam sobrar, de Pernambuco, o Raul Jungman, Ministro da Defesa, já que o Sérgio Guerra, entrou na lista do Machado mas já está dispensado de dar explicações, por força do óbito.

É claro que se vocês não contaram pelo menos 22 nomes acima, a lista não está completa, mas, ela pode ser vista nas boas mídias do ramo. Agora vamos a outro acontecimento da semana, que me deixou boquiaberto e com o riso à flor da pele. Pasmem, o Conselho de Ética da Câmara conseguiu fazer algo ético: Votou pela cassação do Eduardo Cunha. E foi a Tia Eron a grande estrela do show quando declarou: “Os senhores não mandam nessa nega.”. Já pensou se fosse eu que dissesse isto? Seria enquadrado na Lei Afonso Arinos.

E, finalmente, eu concordo com o Zezinho de Caetés. Este colunista que lhes escreve não poderá perder, jamais, uma sessão da Comissão Especial de Impeachment (CEI). O episódio do JECa citando o Tomás Turbando Bustamante (veja aqui para maiores detalhes), não foi o melhor, e penso eu, ainda teremos muito riso pela frente. Vejam, meus senhores e minhas senhoras que o senador Lindberg, um dos melhores componentes do “Quinteto Abilolado” declarou em alto e bom som que o “neoliberalismo” foi implantado, pela primeira vez, na China, pelo General Pinochet. Bem, eu sei que ele não está masturbando o Bustamante, como o JECa, mas, venhamos e convenhamos, é motivo de riso, como pode ser visto nos vídeos lá embaixo.

Ainda na CEI, apelidada, muito propriamente, como a Escolinha do Professor Raimundo Lira, além da apresentação do “Quinteto Abilolado”, agora com uma substituta para o senador Telmário Mota, a Fátima Bezerra, que entre uma apresentação conjunta e outro, chama o Temer de “presidente biônico” e o governo de “golpista”, disse que a CEI está se tornando um “tribunal de sessão”, ou pelo menos foi isto que entendi, por está com o riso em riste.

Todavia, o que mais está animando o show, são as testemunhas da acusação, que dizem ser em número de 40, ou seja, será o JECa e os 40 testemunhas, se é que me entendem. Embora algumas delas sejam muito sabidas, há algumas que quando perguntadas sobre os temas não sabem nem o que é um orçamento, nem mesmo doméstico. E aí entram os “interpretadores de testemunhas” como a Gleisi Hoffman, que, é preciso ter muito amor à hilariância para aguentar. Oh coluna cruel.

E agora chega, dando graças a Deus por alcançarmos mais uma semana, embora, numa situação como esta, nem Deus pode nos convencer que escreveremos a próxima. É para morrer de tanto rir.  E, em tempo, digo aos meus leitores que nem falei no Lula, porque ele está com tanto medo do Sérgio Moro, que agora moveu um processo para ficar com o Teori no STF, garantindo que já comprou a tornozeleira eletrônica, e não sai mais de casa.