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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A semana - Dilma toma posse e garante o riso na Pátria Educadora




Por Zé Carlos

Como era de se esperar, a semana que passou girou em torno de nossa estrela maior, a Dilma. E para rirmos muito, hoje temos até o filme do UOL. O pessoal voltou a pegar no batente e cobriu de forma bastante adequada a posse de nossa “rainha do riso”. No entanto, houve muito mais na semana do que o episódio da posse.

Por exemplo, houve a nomeação de novos ministros e, para um governante que prometia novos tempos e novas ideias, já vi uma falha. Os ministérios continuam sendo 39. Dizem que a presidente queria ampliar para 40, mas, seguindo o conselho do Valdemar Costa Neto, não o fez. Ele lembrou a ela que 40 lembra muito a história de Ali Babá. Então, estão lá empossados 39 ministros, alguns dos quais foram vaiados na solenidade de posse. Quanta injustiça. Todas são de primeira linha em suas áreas de atuação. Não foi por acaso que a Dilma queria que o Procurador Geral da República lhe passasse a folha corrida de todos, antes da nomeação, para durante a cerimônia de posse, como um exemplo a ser seguido.

Dentre os que saíram do ministério estava o petista Gilberto Carvalho que começou seu discurso de entrega do cargo com um desabafo: “Nós não somos ladrões”, disse a certa altura. “Temos que levantar a cabeça e honrar nossa luta.” Pelo seu semblante, como aparece no filme abaixo cantando a música do Gonzaguinha que diz: “.... mas isto não impede que eu repita...”, já pensando que tem que ficar também na defensiva no outro cargo para onde irá, ele já se previne contra as acusações infundadas, iguais as cometidas aos seus aliados hoje na Papuda. Aliás, hoje, se existe alguma ladrão no Brasil, “ninguém sabia”. Juro que, ao saber da fala do ministro, lembrei do João de Manuela, lá de Bom Conselho, acusado de ser um furtador de penosas descuidadas, diante do delegado: “Doutor, eu não sou ladrão, apenas ajudo as galinhas a realizarem seu último sonho. E sonho de galinha é panela, doutor”. Enquanto me contava esta história o filósofo de Bom Conselho, contristado dizia: “E sonho de pobre é ter o que lhe roubarem”.

Voltando ao inusitado da vaia aos ministros, para ser justo, tenho que dar os nomes aos bois. Os ministros vaiados foram o Gilberto Kassab, o George Hilton e a Kátia Abreu. Eu não sei por que os primeiros levaram a vaia, embora desconfie, mas, a Kátia Abreu foi vaiada, certamente, pela mulherada que compareceu à posse. Ela estava vestida de pamonha. Como se dizia lá em Bom Conselho, “parecia o cão chupando manga”, ou no caso “comendo pamonha”. Quanto o George Hilton, talvez tenha sido por ele não ter levado a mala de dinheiro vivo para fazer distribuição durante a solenidade. Isto porque, dizem as más línguas, ele foi flagrado levando um milhão em dinheiro vivo numa viagem. Já o Kassab, deve ter sido vaiado pela plateia paulista.

E agora o lema do novo governo, que tem ideias novas, não é mais “País rico é país sem pobreza”, que até hoje eu não entendi o porquê de tautológico dito, e sim, “Brasil, pátria educadora!”. Eu confesso que gostava mais do “Brasil, país do futuro”, já que era mais verdadeiro. Eu não gosto mesmo é aquele do Sarney: “Tudo pelo social!”, o qual entenderam errado e até hoje tentam “socializar” a Petrobrás, o seguindo. Mas, quem sabe, com o novo lema, o Brasil não tenha, a partir de agora, só presidentes alfabetizados, como exemplo para nossas crianças? Sei não, com o novo ministro....

Eu nem perguntei aos meus leitores se eles riram até aqui. Eu tenho certeza que sim. Mas, ainda nem começou a semana. Sustentem-se em suas poltronas então. Durante a posse houve uma salva de 21 tiros em homenagem, do tipo que eu, quando no exército, participei, pois os canhões eram do mesmo tipo que aprendi a usar. Eu nunca entendi por que eram 21 tiros e não 39, por exemplo, um para cada ministro. No primeiro tiro, o presidente da câmara, deputado Henrique Alves teve um susto danado, e olhou para a Dilma, como quem diz: “Até tu, oh Brutus!?”. São os tempos modernos. Antes se usava o punhal e agora usam-se canhões.

E agora, comecemos com o filme, e por favor vão até o final, se puderem. Nele tudo é a posse, que se poderia chamar “reposse” para rimar com reeleição. Pois tudo é diferente quando se tem que colocar a faixa presidencial sem a ajuda de um antecessor. Até nisto a presidente se enrolou, ou melhor, a faixa enrolou nela. Eu não sei se foi porque ela (a faixa) ficou apertada nos últimos 4 anos, pois, pelo menos, por sua silhueta ela não cumpriu o que prometeu em termos de redução de peso. E para ser justo, nem de taxa de inflação. Conseguiu apenas baixar a taxa de crescimento para quase zero. Ou seja, para ela quem está gordo é o Brasil.

Algo que também foi muito reduzido foi o povo que compareceu à cerimônia de posse. Dois gatos pingados aplaudiam enquanto outros dois pediam o impeachment da presidente. Eu não sei por que foram à posse. Isto para mim, depois do Collor, o impeachment é muito difícil de ocorrer em nosso país, antes do governante dizer “não me deixem só!”. Eles já assumem preparados. Como quem “impicha” o presidente é o Congresso, qualquer ameaça é sanada pelo aumento do número de ministérios, para acomodar a base aliada. Então, se no final do governo Dilma tivermos 399 ministérios, não se surpreendam, nem critiquem todos eles, porque até o Filósofo de Bom Conselho poderá ser um deles, e a Praça Pedro II será reformada mais uma vez. Vejam a foto que ilustra esta matéria risonha e vejam se é possível que se decore pelo menos o nome de todos. Por isso a Dilma, muito prática, chama a todos de meus queridos.

Bem, como sei que todos estavam de folga e viram, com os próprios olhos, todo o episódio da posse, riam mais com o filme do UOL, publicado logo abaixo do seguinte resumo do roteiro pelos seus produtores. Tenham um bom início de ano, pois o riso está garantido. Dilma está voltando da praia.

“Dilma Rousseff foi a estrela em Brasília no primeiro dia de 2015, com direito a tapete vermelho, buquê de flores, coro do público e beijos de sua base aliada. Um protesto pedindo impeachment dela não atrapalhou o dia da posse. O público foi pequeno no dia quente, mas a transmissão da posse foi em grande estilo.”


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