Em manutenção!!!

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Direto de São Paulo - São Paulo precisa de São Pedro




Por Zé Carlos

Como avisei, algumas postagens atrás, viajei junto com o blog e estou em São Paulo em São Paulo. São excessivos São Paulos e poucos São Pedros, que, como sempre ouvi, é o responsável pela chuva que vem do céu. Até agora não vi uma gota do precioso líquido vindo dele. Eu já ia dizendo, tal qual o Nordeste nas secas brabas. Mas, não seria justo nem comparável. Lá tínhamos uma floresta de caatingueiras que sabiam permanecer vivas na seca. Aqui estamos dentro de uma floresta de prédios, cheio de gente que não sabe nem economizar o bem de maior valor hoje aqui neste Estado que já foi o sonho de todo nordestino que pensava em progredir.

Acabo de ver agora, como notícia, pasmem, que dois homens foram presos por roubarem água. É realmente o fundo do poço, e este está seco. A moça do tempo promete, para este final de semana, uma chuvinha, mas, chuvinha mesmo que servirá apenas para os paulistas lembrarem de como é a chuva. Mas, pelas previsões continuaremos na mesma, por mais algum tempo. Eu ainda não sei como.

Deixemos a seca um pouco de lado e voltemos a minha experiência com esta cidade que só conheci 40 e tantos anos atrás, por dois dias, mas que serão sempre lembrados, porque vi o Zé Dileu pela última vez. Ele era meu primo e foi o melhor futebolista de Bom Conselho da nossa geração. Quem sabe quem era Maneléu, sabe também quem ele era. Veio para São Paulo, ainda na época que aqui chovia nesta terra, para tentar ter a vida que lá não tinha e que esta cidade prometia a todos. Encontrou a morte, com apenas 30 anos de idade.

Depois de descer do pau-de-arara aéreo, já com uma barrinha de cereal no bucho, minha filha, o motivo de minha viagem, já me esperava, e partimos para tentar chegar em casa. Eu, já estive em algumas cidades grandes e até enfrentei certas dificuldades no trânsito, mas, nunca pensei que pudesse haver, nesta matéria, algo tão impactante, no sentido negativo. E quando minha filha dizia que já tinha se perdido (no bom sentido) várias vezes na cidade, crescia o meu medo e ansiedade. Uma coisa de louco, para loucos, em termos de velocidade e falta de respeito pelo outro.

Eu já havia lido a respeito do caos na mobilidade paulista. Mas, nada é tão chocante quanto viver esta realidade. E o pior de tudo é que todos dependem deste caos para sobreviver. E foi por esse modelo de cidade que optamos em quase todo Brasil, o qual para mim não é novidade, vindo de Recife. Fincamos nossa base de sustentação econômica na indústria automobilística e dependemos dela até a medula, como se diz. Se ainda pensasse muito sobre estes problemas urbanos com a visão de estudioso do assunto, como um dia fui, eu teria mais coisas a dizer. Agora não. Tento me comportar e refletir como um cidadão comum sobre o que sinto a respeito deste método de vida.

De vez em quando sinto saudade até da época que morava em Bom Conselho, quando jogava bola na Rua José do Amaral, e a bola só parava para passar um carro de boi, e me dá saudade, até que penso no Bom Conselho de hoje, que, em termos de trânsito já está pior do que São Paulo. Volto para o tempo atual e tento enfrentar a realidade pensando mais nos meus filhos e netos. E eles não sabem nem o que é um carro de boi, que só gemia quando era bom.

Enfim, depois de mais ou menos 2 horas chegamos ao nosso destino. Só para lembrar, o voo no pau-de-arara aéreo nos trouxe para cá em um pouco menos de 3 horas. E aqui estou, com medo de dirigir, sem saber andar no transporte coletivo, e andando a pé, que é a melhor opção para chegar mais rápido. Há outras, como por exemplo, usar o helicóptero, mas, destes, mesmo com minha suada vida, ainda não consegui comprar nenhum. Quem sabe um dia!?


Sempre que eu possa, e a internet, que ainda não tenho onde habito, me permitir, eu escreverei sobre minha estada aqui para os meus poucos leitores. E vida que segue.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A Terra da Gente




Por Carlos Sena (*)

Disse o poeta Mario Quintana: "Na terra da gente até a dor dói menos". E eu acrescento: na terra da gente qualquer alegria se torna uma grande alegria. Porque a lógica uterina parece se repetir quando se trata da nossa terra, do nosso chão. Isso a gente consegue sentir mesmo distante quando algum fato nos remete ao passado, como por exemplo,  o cheiro de terra molhada. Principalmente porque nos transporta para a infância onde a gente saia pra chuva pela chuva. Muitas vezes vinham com a chuva as tanajuras, ou apenas as juras da natureza nos anunciando um bom inverno tenazmente.

Na terra da gente a gente taz festa por nada. Encontra um amigo e haja bate papo e haja encontrs de ontens e hojes como se o tempo parasse ali, em nossa frente. Na frente do tempo, tempestades também se nos poderão invadir a alma. Mas, será nessa hora que a dor irá doer de menos. A dor quando nos invade em nossa terra é circunstancial do existrir. Quando ela acontece fora dela é ocasional... Asssim, sendo "a ocasião quem faz o ladrão", fora da nossa terra  a gente fica vulnerável e inseguro diante da dor. Na terra da gente não,  pois lá é a dor quem nos sente. Sofrendo por nós nos consente aos unguentos: o colo da familia. As preces dos amigos. Os sinos da capela nos chamando pra rezar. Até o coaxar dos sapos,  o reluzir dos pirilampos, o canto solitário das cigarras na copa da mata, nos servem se relaxante para a alma dolorida.

Na terra da gente a gente tem que SER com ela. Ela pode ser de qualquer tamanho, porque o tamanho verdadeiro dela é o tamanho da nossa aura.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 19/09/2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

E aí vem a Dilma, "mais do mesmo"




Zezinho de Caetés

Neste recaldo de incêndio foi a eleição domingo passado só me restou a oposição. Dizem que no Brasil, para se governar tem que se apelar para a “governabilidade”. Isto não é coisa do PT somente, o próprio FHC também usou o PMDB para governar. Quem não o usou caiu como aconteceu com o Collor. Mas, o resultado desta eleição que fez a Dilma continuar por mais quatro anos, leva a frear esta crença, pois para o governo Dilma ter “governabilidade” nem o PMDB vai conseguir. Eu penso que o Temer vai está de olho é na “butique” dela, o que sobrará com um possível impeachment da Dilma, que poderá ir de mãos dados com o Lula para a Papuda se for levado em conta o que o Youssef falou e ainda falará.

Ouvindo o discurso da vitória da Dilma não dar para não sentir uma sensação  de “mais do mesmo” colocado numa roupagem de mudança. Penso ser muito tarde para haver qualquer mudança benéfica para o país com a capacidade política da gerenta presidenta. Um discurso que demorou tanto que quase a levou a derrota, mesmo vencendo. Como fala o texto que publico abaixo do Merval Pereira (O Globo – 28/10/2014), aquele seu risinho maroto, quando a patuleia vaiava a Rede Globo, foi tudo de ruim. Temos tudo para esperar tempos piores nos anos que virão. Como indica o título do texto do Merval, “Ao vencedor, os problemas”, seria preciso alguém capaz para lidar com eles e a Dilma já provou que não é capaz e só quem não viu foram os apaniguados e o pessoal do Bolsa Família.

Triste fim do Policarpo Quaresma”, é o título bom para o fim de Dilma, que começa um governo igual ao seu Ministro da Fazenda, já demitida pelos que entendem do traçado. Agora fiquem com o Merval que ele explica melhor este quiproquó que será a governança do Brasil daqui para frente.

“Só saberemos quais são as verdadeiras intenções da presidente Dilma reeleita quando ela anunciar os integrantes de seu futuro ministério, especialmente o ministro da Fazenda e o da negociação política. A presidente e o PT saem das urnas enfraquecidos, com menos votos que jamais conseguiram, tanto para a presidência da República quanto para o Congresso.

Por região, é possível ver-se a redução de votação do PT. Em 2010, a candidata Dilma venceu em três regiões: norte, nordeste e sudeste. No domingo, venceu no norte e no nordeste. Sua votação cresceu apenas no nordeste, onde obteve 72% dos votos contra 70% em 2010. No norte, repetiu o mesmo índice: 57%.

No centro-oeste, em vez de um empate virtual em 2010, perdeu de 57% a 43%. Já no sudeste, apesar da vitória em Minas, perdeu de 56% a 44%. Em 2010, venceu na região de 51% a 48%. No Sul, perdeu de 59% a 41%, quando teve em 2010 46% dos votos.

O novo governo tem pela frente um mandato dificílimo, basicamente devido à própria “herança maldita” com que terão que lidar. Não apenas na parte econômica, mas, sobretudo, no combate à corrupção, com o caso da Petrobras já em processo de delação premiada que levará ao envolvimento de inúmeros políticos do Congresso, e do Executivo, com o risco de a própria Dilma e o ex-presidente Lula verem-se às voltas com acusações do doleiro Alberto Yousseff, como revelaram a revista Veja e os jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo.

Temos, portanto, crises econômicas, políticas e institucionais já programadas, e pouca capacidade negociadora da presidente para enfrentá-las, pelo que apresentou até agora, e mesmo na hora de seu discurso de vencedora. Sua impaciência com os militantes poderia ser até folclórica, se não tivesse permitido os gritos de guerra contra a imprensa profissional independente, na figura da Rede Globo, com um sorrisinho no canto da boca, enquanto o presidente do partido, Rui Falcão, fazia o sinal de positivo.

Seu chamamento à concórdia e ao diálogo poderia ser até um bom recomeço, se não viesse acoplado à insistência em fazer uma reforma política com a aprovação de um plebiscito. Controle da chamada mídia profissional e plebiscito sobre formas de governo são receitas típicas de regimes autoritários de países vizinhos muito ao gosto de setores importantes do atual governo brasileiro.

Se a presidente Dilma se preparava para fazer um governo marcado por seu toque pessoal, terá agora que negociar duplamente, dentro de seu próprio partido, que passou por um susto tremendo e não vai querer deixar em mãos tão incompetentes o futuro de um projeto político que pretende se perpetuar no poder, e com o Congresso, que terá uma oposição revigorada com a maior votação já recebida desde o fim da era Fernando Henrique Cardoso, justamente no momento em que o projeto político e econômico do PSDB foi recuperado.

Mesmo perdendo, Aécio Neves fez coisas admiráveis nessa eleição: enfrentou os ataques do PT contra as políticas do PSDB, revigorando o legado do Plano Real e exorcizando a lenda de que perderia votos quem enfrentasse o PT e Lula. A oposição aprendeu nessa campanha a ser oposição de verdade, e será muito mais dura na próxima legislatura, sob a liderança do presidente do PSDB.

A dificuldade que os petistas tiveram para reeleger Dilma só demonstra o esgotamento desse modelo. Os métodos utilizados na campanha para alcançar os objetivos foram muito além do “fazer o diabo” já anunciado pela própria presidente.

A legitimidade de um mandato não se basta em si mesma, mas advém da maneira como foi conquistado. Embora as baixarias da campanha petista tenham ficado num nível comum ao de grandes democracias como os Estados Unidos, não é bom sinal que tenhamos importado esse tipo de marketing político negativo, em vez de nos equiparamos a democracias mais avançadas que reprovam instrumentos como esses.

O abuso da máquina pública, por exemplo, é prática ilegal que não encontra equivalente em nenhuma democracia moderna. O PT continua com a maior bancada da Câmara, mas perdeu nada menos que 18 deputados federais. No Senado, continuará sendo a segunda maior bancada, mas com um senador a menos. Elegeu cinco governadores, sendo que a jóia da coroa é sem dúvida Minas Gerais, arrebatada do grupo político do senador Aécio Neves.


Mas será o partido que governará a menor percentagem do PIB nacional entre os três maiores, com 16,1%. O PSDB continuará a governar a maior parcela do PIB (44,4%). Em segundo lugar no PIB está o PMDB, com (22,4%), que ficou com o maior número de governadores e dois dos maiores colégios eleitorais, Rio e Rio Grande do Sul.”

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Rabo de Palha




Por Carlos Sena (*)

Conheço muita gente boa no Recife e outras nem tanto. No rol das "nem tanto" estão almas sebosas de duvidosa conduta pública. São aquelas que não gostam de estar fora do poder, pois são profissionais de CC - Cargo Comissionado. Não tem vínculo público (nunca passaram em concurso), mas vivem sempre em busca de tetas para defender o "leite das suas crianças"... São essas pessoas que estão hoje por aí posando de donas da moral e dos bons costumes. Apontam os erros dos outros, as corrupções dos outros, esquecendo-se que são iguais a elas. Porque no meu entendimento não existe roubo grande nem roubo pequeno  do ponto de vista ético. Existe somente o roubo. E o roubo pode ser de dinheiro, coisas materiais e de consciências. A maioria das pessoas incluidas no "nem tanto" são ladronas de consciências, pois tudo fazem para nada fazer e posarem de que fazem tudo pelos mais carentes.  Não. Fazem não. Fazem tudo  pelas contas bancárias deles. Há muitos que tem todo tipo de parente mamando no mesmo serviço público, mas quando estão por fora do "jogo" metem o pau em quem utiliza das mesma armas usadas anteriormente. Não obstante são pessoas pequenas: sujam o chão, não gostam de pobre, não dão esmola, não cumprimentam as pessoas, furam filas, param em filas duplas, estacionam em vaga de idosos e deficientes, etc.  mudada.

Hoje, diante das eleições, sempre que podem metem o pau no povo do PT envolvidos em escândalos. Fariam do mesmo jeito se tivessem oportunidade! Ainda bem que seus níveis de inserção são paroquianos, senão a porca entraria pelo cano e não ficava nem o cano para contar a história. Por isso, amigo, prefiro meu labor honesto e minha vidinha simples seguida de um sono tranquilo no meu travesseiro cheio de bons fluidos. E votar em quem achar que devo, pois quem é pago para julgar os corruptos não sou eu, mas as instâncias legais cabíveis nos tres níveis de governo.

Outra coisa: não vejo ninguém falar em reforma politica. Mas todos querem mudar para permanecer no mesmo se as atuais regras do jogo não forem modificadas via Reforma Politica.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 15/09/2014

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A semana - "Habemus Papisa"




Por Zé Carlos

No momento em que escrevo, ainda nem votei. Amanhã quando esta coluna for ao ar, já teremos novo presidente. E só saindo amanhã o resultado eu não influenciarei com ela, o voto de ninguém, a não ser para 2018, isto se o país chegar até lá com suas instituições democráticas intactas, o que sinceramente espero. Eu poderia até alegar minha viagem para não escrevê-la, mas, não seria verdade. Meu computador ainda não foi encaixotado. Resolvi então escrevê-la por etapa, até entrar no pau-de-arara aéreo que me levará a São Paulo, comendo minha barrinha de cereal.

E falar desta semana que passou é uma dificuldade, porque os analistas estão dizendo que foi a campanha mais suja desde 1989, quando o Collor venceu o Lula. E eu não posso nem comparar as duas campanhas porque só vivi, ao vivo e em cores, a presente. Em 1989 estava no exterior, e lá confesso, em plena exuberante Londres, eu votei no Lula. Talvez, hoje não votasse mais nele, devido aos seus excessivos arroubos verbais durante esta campanha. Sinceramente, como o filme abaixo mostra, dizer que alguém nunca trabalhou porque não ganha salário, não é justo nem com a mãe dele, que quase se mata para dar-lhe o mínimo de educação que ele tem. Se ela estivesse viva daria umas boas palmadas nele, como está morta, deve estar se revirando no túmulo.

Apenas constato que a luta foi grande e agora ampliada pelas redes sociais, e como é o objetivo precípuo desta coluna, temos que rir de tudo, e material não falta. Só a Dilma que a estas alturas poderá ser a presidente da república, ou não, nos deu material para rir durante um mês, apenas num debate. Eu não escondo para ninguém que os 8 leitores desta coluna estão rezando para que ela seja reeleita porque certamente têm motivo de riso por mais quatro anos. Já se for o Aécio, espero que ele possa cooperar com a coluna, embora isto seja mais incerto.

Vejamos. Num debate, na Rede Globo, uma jovem de 55 anos (tenho que me valorizar também achando-me jovem), economista, dizendo-se bem preparada, mas desempregada, perguntou aos candidatos qual seria a proposta deles para que ela pudesse voltar a trabalhar. Por favor, não morram de rir, mas, a Dilma, presidente da republica até janeiro, e talvez depois deste mês, disse que a jovem deveria fazer o PRONATEC ou o SENAI. Eu olhei para a jovem e vi, que naquele momento, com aquela resposta era não estava mais indecisa. Nem eu. Agora vou votar, e daqui a pouco eu continuarei a coluna.

Já fui lá e usei o meu dedo para sufragar o nome do futuro Presidente(a) da República. E agora continuo a comentar o filme, que vocês verão hoje, e que foi feito para qualquer que tenha sido o seu voto. Ele defende o voto no Dilmécio, ou número 58 (13 + 5). E agora com esta média política eu me lembrei de minha amiga Lucinha Peixoto (hoje exilada para ganhar a vida e seguir o marido), que nos fez muita falta nestas eleições, com sua língua, às vezes ferina. Ela dizia que eu sempre estava em cima do muro em política. E não deixava de ter sua razão. Mas, para mim, ficou tão claro qual o lado certo desta eleição que desci do muro e não votei no Dilmécio. E nem vou dizer em quem votei porque agora, nesta segunda, já “habemus papa”.

Seja quem for o novo presidente, o vídeo do UOL apresentado abaixo deve ser visto pela bela canção que ele traz, na voz do Louis Armstrong. Wonderful! Desculpe, mais uma vez, mas, pararei por enquanto, e já é noite, e parece que saiu o resultado das eleições. Será que perdi meu voto. Vou lá e volto, é vapt-vupt. Quem dizia isto mesmo? Já vi TV em excesso.

Agora, já à noite, desculpem a demora, e pelos números, embora apertados, a Dilma passará mais 4 anos na presidência da república. Esta coluna agradece, principalmente à Região Nordeste, e também ao Estado de Pernambuco, por deixar nos dar mais quatro anos com sua melhor colaboradora semana após semana. De minha parte, já que sou economista e não tão jovem, tenho que seguir o grande conselho de nossa presidente: Vou ingressar no PRONATEC ou SENAI. Quem sabe arranjarei um emprego?

Agora fiquem com o resumo do roteiro dos produtores do UOL, e em seguida, vejam o filme, menos pelo assunto mas, por causa da música: What a Wonderful World.

A campanha eleitoral para a Presidência da República foi considerada por alguns a mais "baixa" desde 1.989, com troca de acusações e demonstrações de ironia e arrogância, tanto por parte de Dilma Rousseff (PT) quanto de Aécio Neves (PSDB). O Escuta Essa! deste sábado (25), véspera de eleição, deseja que, após tanta pancadaria, a votação para decidir quem será o próximo presidente do Brasil ocorra como na canção que ganhou fama na voz de Louis Armstrong, "What a Wonderful World" (Que Mundo Maravilhoso).


sábado, 25 de outubro de 2014

Se ficar o impeachment pega e se correr a cadeia come...




Por Zezinho de Caetés

Quando li a postagem de hoje do Zé Carlos, onde ele diz que vai a São Paulo e que talvez não possa publicar o que os colaboradores da AGD o enviem, eu não tive dúvidas. Corri para escrever para ver se ainda o pego em Recife, pois neste momento eleitoral, que discute política, um texto com uma hora de atraso é jornal de ontem.

E, confesso, não faltam assuntos nesta reta final de campanha. Basta olhar para o debate de ontem na Rede Globo para ter matéria para escrever durante 3 dias. Mas, se não quisermos escrever tanto basta resumir: Foi um verdadeiro massacre, no bom sentido, é claro. Eu cheguei a ter pena da Dilma. Certas horas ela só não chorou porque havia dito para Marina que presidenta não chora.

Desde o início, quando o Aécio deu um cruzado de direita no queixo dela, pedindo para ela esclarecer a reportagem de VEJA que reproduz o depoimento do Alberto Youssef na delação premiada, a candidata ficou grogue e não se recuperou mais durante toda a luta. O mineiro deitou e rolou com a mineira. Via-se no olhar de William Bonner aquele ar de alegria contida, talvez, pela vingança do que queriam fazer com a Patrícia Poeta, e que terminaram não fazendo até agora, e, também, por não o terem permitido tocar no Jornal Nacional na reportagem bomba da VEJA. Diga-se de passagem que a matéria, hoje, não é mais  só desta revista, porque tanto a Folha quanto o Estado de S. Paulo, também furaram o segredo de justiça, com o vazamento. Aliás, querer, dentro de uma divisão política com o Brasil está vivendo, manter coisas como essas em sigilo é pura ingenuidade.

Mas, ingênua ainda (eu prefiro chamar de “viva”, para não dizerem que eu estou ofendendo as mulheres, como inventaram do Aécio) foi a Dilma ao querer processar a revista defendendo a liberdade de expressão. Foi patético, mas, ela já estava grogue, está desculpada.

O ponto alto do debate foi o novo (pelo menos para este ano) modelo de debate incluindo os indecisos. Houve um momento simplesmente hilário, quando uma eleitora indecisa, de 55 anos e formada em Economia, disse que estava desempregada, e Dilma a mandou fazer o Pronatec, para se reciclar. Ou seja, com outras palavras, chamou a moça de incompetente, mandando-a fazer um curso profissionalizante. Isto só se justifica pela formação da Dilma, porque ela também é economista. É uma pena que os indecisos não pudessem se pronunciar, para moça responder à candidata que ela é que deveria voltar aos bancos escolares.

No outro momento, foi o Aécio que brilhou, quando disse que a solução para corrupção seria tirar o PT do poder. Como eu digo isto aqui há anos, aplaudi em casa, sozinho. E só não aplaudi mais por causa da pena que estava da Dilma, e já esperando que ela desmaiasse outra vez. Ela, vestindo as cores do Sport, cambaleava no palco. Se eu fosse o juiz da luta, ou talvez o Bonner eu teria parado o combate ali e dado a vitória a Aécio por nocaute técnico. Graças a Deus ela aguentou até o final e eu fui dormir com os meus valores morais mais calmos.

E agora, só me resta esperar até amanhã para votar. Mesmo que eu estivesse indeciso, depois do debate, não há chance de “encarcar” outro número a não ser o 45. O que espero é que o Zé Carlos publique este texto ainda hoje para não ser acusado de fazer “boca de urna”.

Ainda não contente, transcrevo um texto do Ruy Fabiano (Blog do Noblat – 25/10/2014), para vocês terem uma melhor dimensão do que significa a Dilma ganhar. Ele diz, entre outras coisas os seguinte:

“A democracia foi substituída pela criminocracia. Caso se comprovem as delações de Youssef – e quem circula no meio político tem poucas razões para duvidar dessa hipótese -, uma eventual vitória de Dilma Roussef recolocará o fantasma do impeachment no palco da política.

Ouvi de um importante advogado de Brasília, acostumado a defender políticos, a frase: “Os eleitores de Dilma devem desde já procurar conhecer o programa de governo de Michel Temer”.”

Vejam por vocês mesmos, lendo o texto abaixo. Para resumir, “se ficar o impeachment pega e se correr a cadeia come”. Se depender do debate, PT saudações.

“Não é verdade que o povo brasileiro seja insensível à corrupção. Fosse assim, Getúlio Vargas não teria se suicidado ao se ver cercado por um mar de lama (expressão que introduziu no glossário da política brasileira).

Fosse assim, não apenas Fernando Collor não teria sido deposto por um impeachment, como o PT não teria chegado aonde chegou, já que construiu sua trajetória pela via do denuncismo.

Hoje, mesmo com sua cúpula na cadeia, insiste em apontar a corrupção do próximo. Não a encontrando no presente, vai ao passado e procura desenterrar denúncias que fez ao governo FHC e que, em doze anos de exercício do poder, não cuidou de demonstrar – e providenciar a punição.

Uma coisa é o denuncismo vazio, que procura constranger o adversário e pô-lo na defensiva, como o PT sempre fez e continua fazendo. Outra coisa é a denúncia consistente, lastreada em testemunhos e documentos, como as que levaram ao impeachment de Collor e ao Mensalão – e agora ao Petrolão.

Não há exemplo mais eloquente de denúncia vazia – e, portanto, leviana - que a que fez Dilma Roussef ao falecido ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, de que recebera propina da Petrobras. Para tanto, invocou o depoente Paulo Roberto Costa, que manteve na diretoria da Petrobras, e cujas acusações aos governistas rejeitara por falta de provas.

O advogado de defesa de Paulo Roberto assegura que seu cliente jamais se referiu a Paulo Roberto Costa [penso que o Ruy quis dizer Sérgio Guerra] em sua delação premiada – e que nem o conheceu.

Quanto a Sérgio Guerra, não está aí para se defender. A denúncia foi feita num dos debates, surpreendendo o oponente, já que ninguém antes mencionara – e nem fazia sentido – a participação de um oposicionista na farra do PT e seus aliados.

Não importa: importa o efeito no eleitor, que pode atribuir a surpresa do oponente a um desmascaramento.

Não se busque aí nenhum fundo moral. Lula disse que “eles não sabem do que somos capazes”. E Dilma disse que faria “o diabo” para vencer as eleições. Essas promessas eles cumprem, fielmente. Aécio já foi acusado de espancar mulheres, de dirigir bêbado e drogado, de ser playboy e coisas do gênero. Na falta de fatos concretos, o jeito é inventá-los.

De tal modo Lula se mostrou transtornado nos últimos comícios que o ministro Gilmar Mendes, do STF, não resistiu ao comentário: “Ainda bem que não há bafômetro para comícios”.

A edição de Veja desta semana explica esse desespero: o doleiro Alberto Youssef, submetido à delação premiada, pôs pela primeira vez os nomes de Lula e Dilma na cena do crime. Disse que eles sabiam de tudo. E prometeu dar os números das contas bancárias do PT no exterior para onde ia a grana da roubalheira.

Precisa mais? Não são apenas acusações de um marginal, que busca jogar lama no ventilador. Trata-se de alguém que joga seu próprio destino. Delação premiada não é um jogo de vale-tudo.

As informações precisam estar fundamentadas, lastreadas em documentação – ou não serão aceitas e agravarão a pena do depoente. As de Paulo Roberto Costa foram aceitas pelo Ministério Público e pelo Supremo Tribunal Federal. E ele já está em casa – sinal de que não se tratou de denúncias vazias.

Seja qual for o resultado de amanhã, há uma crise institucional no fim do túnel. Segundo se informa, em Brasília, algumas ordens de prisão, direcionadas a parlamentares e a governadores, já estão prontas.

A democracia foi substituída pela criminocracia. Caso se comprovem as delações de Youssef – e quem circula no meio político tem poucas razões para duvidar dessa hipótese -, uma eventual vitória de Dilma Roussef recolocará o fantasma do impeachment no palco da política.

Ouvi de um importante advogado de Brasília, acostumado a defender políticos, a frase: “Os eleitores de Dilma devem desde já procurar conhecer o programa de governo de Michel Temer”.


De fato, se vitoriosa – e na hipótese de um processo de impeachment -, Dilma acha que o PMDB a apoiaria ou preferiria exercer diretamente o poder? A eleição termina amanhã, mas a crise ocupará 2015.”

Blog em viagem - Vamos enfrentar a seca


São Paulo ou Nordeste?


Por Zé Carlos

Há mais de 40 anos, me formando em Economia, ciência ingrata para aqueles que tentam fazer justiça social, principalmente, com o dinheiro dos outros, eu não poderia dizer que estava “liso” porque ainda me restava dinheiro no bolso para algumas passagens de ônibus. Diante desta situação financeira pior do que a do Brasil de hoje, eu decidi enfrentar a seca. Como assim?

Para conseguir algum dinheiro e não chegar em Fortaleza, onde iria fazer um curso de aperfeiçoamento, e ter que dormir os primeiros dias nas marquises, resolvi aceitar uma proposta de adentrar por este sertão nordestino, com um questionário de uma pesquisa nas mãos, entrevistando as pessoas envolvidas com a seca que assolava nossa região de uma forma que até hoje acontece, embora não possamos comparar seus efeitos com o que hoje existe. Naquele período existiam as frentes de trabalho que davam sustento a muitos no período seco, e hoje não há mais frentes de trabalho. Eu não sei decidir qual o melhor dos dois períodos. Anteriormente se saía das frentes de trabalho, hoje não se sai de lugar nenhum.

Foi uma grande experiência de vida o contato com aquele povo bom e hospitaleiro de todas as cidades (lembro de Antenor Navarro (PB), Juazeiro (CE), Exu (PE) e algumas outras que não quero puxar pela memória agora) com histórias incríveis que, se algum dia puder, ainda escreverei sobre. Dentro de um mês, entrevistei muita gente, cuja lembrança maior foi o pai de Luiz Gonzaga, um dos sofredores da seca apesar de ser proprietário de um sítio. Por este trabalho, ganhei um dinheirinho que deu para pagar a pensão no Ceará até receber o dinheiro de uma bolsa. Sim, eu também já vivi de bolsa, embora do tipo que sempre tinha um porta de saída para melhorar, ao contrário de certas bolsas modernas que só aprisionam.

Mas, para que estou tocando nisto? Simples. A partir da próxima semana irei enfrentar outra nova seca. Vou para São Paulo. Eu poderia dizer até que fui convidado pelo governador Alckmin, pela minha experiência em estiagem para ajudar aquele povo sofrido do seu estado. E, se isto fosse verdade, eu até teria alguma experiência, como por exemplo, cavar açudes com a ajuda de jumentos, o grande herói de nossos períodos poucos chuvosos do passado. Ou então, por que não?, mostrar para ele que a solução é fazer como muitos nordestinos o fizeram e emigrarem para outro lugar onde a chuva abunda. O que sinto é que não posso dizer que ele envie seu povo para o sertão nordestino, porque ainda não resolvemos o problema. Talvez, se eles viessem para o Recife, pelo menos o Rio Capibaribe ainda não secou.

No entanto, não posso ir logo inventando histórias, nesta emigração para São Paulo, como o fez o nosso nordestino mais famoso, o Lula, que ainda hoje se elege lembrando daquela viagem num pau-de-arara. Eu vou num pau-de-arara aéreo que é a classe econômica dos nossos voos domésticos, comendo minha barrinha de cereal. Espero chegar lá vivo. E fazer o que realmente vou fazer lá: Visitar minha filha que hoje habita aquele estado e que resolveu cuidar dos animais paulistas (ela está fazendo o curso de Medicina Veterinária na USP), e quem sabe um dia, voltar e cuidar dos animais nordestinos inclusive deste animal que lhes escreve.

Deverei passa lá algum tempo, e o objetivo desta postagem, depois de tanta enrolada escrevinhatória, é avisar aos nossos leitores, os meus poucos, mas os muitos de nossos colaboradores, que A Gazeta Digital poderá sofrer alguns pequenos atrasos de atualização e de publicações, até que, enfrentando a seca paulista, encontremos um lugar de onde possa colocar o blog em dia, como sempre o faço, com todo prazer, e sendo este prazer nossa única paga. Embora não tenha sido isto que informaram à justiça de Bom de Conselho, que me condenou, pelo que outra pessoa disse em nosso Mural. O juiz pensou que eu ganhava muito dinheiro com a AGD. Eu apelei, pelo tamanho do erro, mas, só tenho a dizer que seria melhor que ele estivesse correto. Pelo menos eu iria para São Paulo de primeira classe.


Espero que os transtornos da viagem sejam os menores possíveis para continuarmos tentando informar Bom Conselho e adjacências sobre o que se passa no mundo. Como dizia o filósofo de Bom Conselho “é melhor ver se a lâmpada está queimada do que reclamar do poste”.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

PRAÇA MONSENHOR ALFREDO DÂMASO




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho


Há muito tempo que o nosso conterrâneo Edjasme Tavares, vem tentando sensibilizar toda comunidade dos bom-conselhenses de substituir o nome atual da Praça Pedro II para Padre Alfredo Pinto Dâmaso. Este assunto já foi aprovado há vários anos quando ocupava uma das cadeiras da Câmara Municipal de Bom Conselho – Casa Dantas Barreto e, até hoje continua sem o respaldo das autoridades locais, e tampouco da comunidade que tem um valor inestimável de opinar. Todos calados. Ninguém se manifesta. É um silencio sepulcral.  E o tempo corre e avança sem que haja nenhum pronunciamento. O Edjasme já se manifestou em muitas outras ocasiões sobre este assunto. Vem quebrando a cabeça para que nome o Padre Alfredo, que todos conheceram e aqueles que não tiveram os privilégios de conhecê-lo, conheçam ao menos pela sua memoria deixada pelos serviços pastorais e espirituais por ele na comunidade não somente na cidade de Bom Conselho, mas em todo o município, ocupe um lugar que deve ser seu, em sua memoria, não tenha dúvida. Tenho acompanhado a sua luta nos seus belos escritos publicados no nosso querido jornal A GAZETA. É uma luta ferrenha que abraçou e que somente o tempo dirá a sua vitória. “Pelo amor de Deus! Acorda povo de Bom Conselho!” Gazeta nº 365 – edição de 16 a 31 de julho de 2014 pagina seis. É um apelo dramático que merece reflexão da nossa comunidade.  Ele faz uma breve explanação do seu desejo, e acredito de boa parte da população bom-conselhense este desejo exista, onde ele mostra o trâmite da burocracia existente naquela época 1964/1965 aprovada pela Câmara Municipal, mas que não foi cumprida, pelo engavetamento do projeto de Lei, e que até hoje não foi reavivada. Continua a mesma burocracia no tempo atual. É triste, mas é verdade. Na Gazeta de nº 368 - Edição 01 a 15 de setembro de 2014 volta o nosso amigo apelar novamente, nunca desistir, pelo seu artigo “Recado ao Padre Alfredo Dâmaso” citando o nobre prefeito Danilo quando intercede ao grande sacerdote, diz “Meu bom Pastor e amigo Padre Alfredo, não perdi a esperança. Ainda tem uma chama acesa dentro de mim que é o Senhor Prefeito Danilo. É jovem e muito jovem para nós, entretanto, tem um coração de carne e não de pedra, espero que até o final do seu mandato, transferir o seu grande e respeitável nome para a Praça Pedro II....” É mais um apelo dramático lançado ao Prefeito Danilo Godoy, para que a referida Praça venha ter o nome do Padre Alfredo, que merece esta homenagem de todos bom-conselhenses. Fiquei temeroso com o final deste artigo, onde a decepção e a falta de atenção para nosso conterrâneo Di Tavares, quando ele em conversa formal com o nosso querido Luiz Clério Duarte, um grande batalhador pelas causas de nossa querida terra, demonstra a vontade de deixar de escrever os seus artigos em nossa querida GAZETA, apela ao Padre Alfredo – “Padre Alfredo, ontem estive conversando com o paciente e conselheiro Luiz Clério, informando a decisão de parar de escrever para o nosso notável jornal, tão respeitável e acreditado comunicador. Expliquei as razões do meu desgosto, contudo ele me deu um chá de ânimo espetacular e voltei à decisão (graças a Deus, grifo meu) de continuar com este espaço, até não sei quando. É o meu recado ao Ministro Ordenado que esteja no céu. Com a graça de Deus”. Acredito piamente que o Padre Alfredo que se encontra na glória celeste, intercederá junto a Santíssima Trindade, com a benção da Sagrada Família que brevemente teremos um pronunciamento favorável dos nossos dirigentes municipais. Vamos colocar tudo nas mãos de Deus.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

História de Puta - 2




Por Carlos Sena (*)

Joana era uma senhora bonita, “reboculosa” – loira de farmácia, mas loira. Morava num bairro nobre do Recife em um prédio simples, mas bem localizado para o exercício da sua profissão. Quem a visse produzida não dizia que ela era mãe de uma jovem de 15 anos, tampouco que morava naquele prediozinho chinfrim. Quando Joana saia de casa por gosto se poderia ver, diferente da sua filha que, embora jovem, era insossa, sem atrativos como a mãe.

Diziam as más línguas que ela trabalhava numa empresa durante o dia, mas durante a noite ou em horas vagas, “rodava a bolsinha” para complementar sua renda mensal.

Quando alguém era apresentado a Joana imaginava logo se tratar de uma madame fina da alta sociedade pernambucana, mas... O buraco, literalmente era mais embaixo.

Certo dia ela se queixou a uma sua vizinha de apartamento. Dizia não ter sorte com os homens, pois desde que seu casamento acabou ela não conseguiu um relacionamento sério com ninguém. De fato isso era o que todo mundo que a conhecia se perguntava, pois Joana, como disse se vestia bem e tinha um ar de sedutora além de um bom papo. Surpreendentemente, eis que surge um “príncipe encantado” na vida dela! Alvíssaras. Já não era sem tempo. Bela noite, Joana sai para a noitada (hoje seria balada) ou, como se diz na gíria, para a “batalha”. Foi a um barzinho da moda – daqueles que tem musica ao vivo e são muitos bons para a “pegação” (mulher de hoje pega os homens!). De repente, ela se sente olhada por um senhor que tinha cara de gringo. Mas não era. Era um empresário paulistano que estava passando férias no Recife. Amor a primeira vista. O homem endoidou por Joana e passou o resto das suas férias saindo com ela o tempo todo. O empresário ficou, de fato, apaixonado por ela e logo engatou aquilo que a gente chama de “relação séria”. Mas, as férias do pretendente de Joana chegaram ao fim. No aeroporto ele se despediu com um ardente beijo. Ela, coitada, chorava a cântaros. Mas ele a consolou dizendo que ia mandar uma passagem para ela e sua filha passarem um mês em São Paulo.  E cumpriu sua promessa. Mandou duas passagens de avião – uma pra ela e outra pra sua filha. E as duas se foram conhecer Sampa em alto estilo. Ficaram num hotel cinco estrelas com tudo pago pelo namorado apaixonado. Finalmente, pensou Joana, encontrei o que tanto esperava!

De volta a Recife, a relação ia de vento em popa. Joana era riso só, felicidade só e não escondia da sua vizinhança. Parecia “pinto no lixo” de tão contente. Mas, olha o “mas” aí! Certo dia Joana teve a idéia de escrever para o empresário dizendo estar grávida e que, por conta disso, precisava de dinheiro para fazer o pré-natal da criança. Não demorou muito e logo veio, também por carta, a tão esperada resposta. Joana abriu a missiva e... Dentro tinha um cheque de dez mil reais! Em anexo, um atestado do médico que dizia ser o empresário vasectomizado há mais de dez anos.

Assim, com um simples “adeus” o empresário paulista curtiu sua decepção. E deu nela essa conhecida “tapa com luvas de pelica”...

Joana até pensou em suicídio, mas como boa puta (embora burra) logo foi para a rua tentar encontrar mais um suposto bobo...

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 15/09/2014

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Combata a "ignorância ativa" no próximo domingo




Por Zezinho de Caetés

Depois de ver tantos debates televisivos e propagandas eleitorais, nesta eleição para presidente, encontrei um texto do Ruy Fabiano (18/10/2014 – Blog do Noblat) chamado: “A ignorância ativa”. Eu o reproduzo abaixo para melhor julgamento dos leitores do que está se passando no Brasil, não é de agora.

Todos sabem que já tive até simpatias pelo PT, em seu início, quando ele começou a ser contra a ditadura militar, mesmo que depois se soubesse que o seu fundador, o Lula, segundo o Tuma Jr. em seu livro “Assassinato de Reputações”, disse que ele era um informante do regime militar. Lembram do “Barba”? Este partido era o que pregava a volta à democracia e a defesa da moralidade, e por causa disso ele cresceu sem, por um tempo, se envolver com pessoas como a Dilma que pregavam a ditadura do proletariado como norma para o Brasil. Enganou muita gente, inclusive eu, embora, não por muito tempo. Já fui um louco ao ponto de votar no “Barba”.

Porém, a enganação veio mesmo à tona em 2002 com a assunção dele, o PT, ao poder com o Lula. Depois de colar toda a política econômica do FHC, que vinha dando certo e que trouxe o Brasil  para um patamar respeitável em termos econômicos, em relação ao que se passava no governo do cruzado Sarney e do confiscador de poupança, o Collor, o Lula sentiu que poderia continuar no poder “peronia seculum seculorum”, e partiu para o mensalão com tudo, para não ter dúvida. Ele descobriu que a defesa dos pobres era o grande filão de votos, e como o Fome Zero não havia dado certo, ele partiu para colar também as ideias lançadas do governo anterior no campo social e criou o Bolsa Família. Com isto, saiu elegendo postes por este Brasil afora, e chegamos onde estamos, com todos eles com luzes apagadas e quase caindo.

Mas, convém relembrar o que foi feito por este partido, que hoje quer ainda permanecer no poder e, tenho certeza, o Lula ainda pisaria no pescoço de D. Lindu, como dizia Brizola, para que isto acontecesse. E isto é o que faz o texto abaixo do Ruy Fabiano, com o qual eu lhes deixo por aqui. Espero que ele os ajude a votar no domingo e os livre para ignorância ativa.

“A predominância do eleitor jovem, que hoje se inicia aos 16 anos – e se dispõe a uma militância veemente -, favorece a criação de um ambiente eleitoral de mistificação e descompromisso com os fatos históricos, na base do “se assim não foi, pior para os fatos”.

O jovem, vítima de um ensino cada vez mais precário e ideológico, sensível à atmosfera de protesto, embarca facilmente em slogans do tipo “o Brasil quebrou três vezes no governo FHC” ou “o PSDB governou para os ricos”. Nenhuma dessas afirmações encontra respaldo nos registros da história recente.

Mas quantos jovens se empenham em ir aos jornais da época avaliar o contexto do que lhes é dito hoje e examinar a conjuntura que precedeu os acontecimentos que lhes são expostos como verdades inapeláveis?

Predomina então a máxima de Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. É pena, mas é verdade.

Um eleitor de 16 anos tinha apenas quatro anos ao tempo em que FHC passou a faixa presidencial a Lula. Um de 25 anos tinha 13. Nenhum testemunhou o país da hiperinflação e muito menos o da transição do governo militar para a democracia.

Não avalia, portanto, o impacto da recusa do PT em apoiar Tancredo Neves, tendo, inclusive, expulsado três parlamentares seus que optaram em elegê-lo no colégio eleitoral. Desconhece também a surpresa que causou a resistência do partido em assinar a Constituição de 1988 e todo o empenho posterior em barrar iniciativas tendentes a firmar a democracia.

O partido mostrou sempre grande eficácia predatória. Teve, portanto, importante participação no impeachment de Fernando Collor (hoje seu aliado), mas se recusou a apoiar o vice Itamar Franco, que recebia o governo em condições delicadas, com a inflação em descontrole. Também expulsou a deputada Luiza Erundina, que aceitou ser ministra de Itamar.

Na sequência, veio o Plano Real, com Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda. Todo o país aderiu – exceto, claro, o PT. E se opôs a todas as medidas que vieram a sanear a economia: a Lei de Responsabilidade Fiscal (entrou contra ela no Supremo Tribunal Federal), o tripé macroeconômico e tudo o mais que propiciaria, a partir de 2003, que Lula recebesse um país bem melhor que o que fora entregue a seu antecessor.

O Plano Real permitiu, com o controle da inflação, que beirava os mil por cento ao ano, que novos empregos fossem criados e que houvesse efetiva distribuição de renda. Mas os desníveis sociais históricos exigiam algo mais.

Foram criados os programas de transferência de renda: o Bolsa Escola (vinculado à escolarização dos filhos das famílias beneficiárias), o Vale Gás, o Bolsa Alimentação, o Vale Transporte.

Para que esses programas fossem implementados, impunha-se um trabalho prévio de cadastramento junto às prefeituras, quase seis mil, trabalho concluído a tempo de alcançar 5 milhões de beneficiários. Lula, que havia criticado aqueles programas, alegando que deixariam o brasileiro preguiçoso (há um vídeo dele no Youtube, com essas palavras), assumiu e os suspendeu. Pôs em cena o Fome Zero, que não funcionou.

Decidiu então, já que não dispunha de nenhuma outra fórmula, rever os programas assistenciais do antecessor, concebidos pela socióloga Ruth Cardoso, que comandava o Rede de Solidariedade. Era um programa tucano e, talvez por isso, não lhe tenha sido fácil voltar atrás. Mas voltou, o que lhe é meritório.

Foi ainda um tucano, o governador de Goiás, Marcone Perillo, quem lhe sugeriu que unificasse aqueles programas num só. Surgiu então o Bolsa Família, em cujo texto há menção aos programas anteriores que o compunham e que ali se unificavam. Mudou-se a tabuleta, mas manteve-se o conteúdo.

O passo seguinte foi sua expansão. Os cadastros já estavam prontos e o modus operandi já era conhecido. Se o sucessor de FHC tivesse sido um tucano – e não é despropositado supô-lo -, essa expansão poderia ter sido ainda mais rápida, já que não teria havido o intervalo experimental do Fome Zero.

Que fez então o PT? Primeiro, apropriou-se da ideia. Pôs em cena a propaganda e passou a acusar o autor da proposta de seu inimigo. Tornou-a arma eleitoral. Como FHC jamais usara aqueles programas como instrumento eleitoral, poucos sabiam de sua autoria e passaram a chancelar o que o PT dizia a esse respeito.

Até mesmo agora, no debate da Band, Dilma negou veementemente o DNA do Bolsa Família. Aécio leu o texto da lei e ela passou então a proclamar a escala em que o PT a aplicou. Só o conhecimento histórico do que se passou dirime dúvidas e retira o tom militante do imbróglio. Mas quantos, que não viveram esses acontecimentos, fazem isso?

Quando então se trata de corrupção, tema em que o PT se especializou – na oposição como denuncista; no governo, como praticante -, a confusão é ainda maior. E obriga o adversário a se postar na defensiva, o que, em política, é sempre ruim. Inverte-se o ônus da prova: passa a ser do acusado.

Dilma diz que o PSDB jogava a sujeira debaixo do tapete. Há doze anos, o PT é o guardião do tapete. Por que não o levanta e limpa a sujeira? São questões elementares que, no entanto, não ocorrem a um jovem militante.

Tem-se, ao contrário, uma atmosfera hipnótica, que permite que o partido que tem neste momento sua cúpula na cadeia, que estuprou a Petrobras e jamais explicou o assassinato do prefeito de Santo André – e cujo elenco de escândalos não cabe num artigo –, acuse o oponente de corrupto. O próprio Lula, notório cultor do alambique, dá-se ao luxo de chamar seu adversário de bebum.

Não admira, pois, a propagação nas redes sociais de um coro de descontentes, a repetir com a autoridade de cientistas políticos frases e acusações concebidas por marqueteiros bem-remunerados, gigolôs da bílis alheia. Pior que a desinformação dos que não têm escolaridade é a dos que têm – e não estudam.


Goethe estava certo: nada mais perigoso e nefasto que a ignorância ativa. Os debates, lamentavelmente, dirigem-se a essa plateia – e são analisados por ela.”

terça-feira, 21 de outubro de 2014

DA VIDA E DA MORTE.




Por Carlos Sena (*)

Se me perguntarem pra onde irei depois da morte poderei dizer: "só depois dela  saberei"! Se insistirem, então serei definitivo na resposta: "irei para o lugar que estava antes de nascer"...

De fato, morrer é um assunto tão cheio de filosofia que cada pessoa se ilude pensando que tem vida eterna. Através da filosofia a vida pode até ser eterna,  mas, na prática, ninguém até hoje ficou vivo para experimentar ser semente.

A complexidade filosófica  ajuda e até nos alivia um pouco quando a gente, por exemplo, não perde o gosto pela vida mesmo sabendo que um dia iremos morrer! O outro lado disto se define quando os humanos querem ser melhores uns mais que outros. Muitos vivem tratando os semelhantes com patadas, humilhando e massacrando seus iguais como se diferentes deles fosse! Engano: o tempo passa e com ele passam as coisas do luxo e das vaidades com muito mais vigor e velocidade. Isto tem levado pessoas ao desespero ao descobrirem ser possuidoras, a vida inteira, de valores tão frágeis.

A vida precisa da filosofia, mas esta não precisa da vida. Há uma simbiose consentida em que morto não pensa, tampouco filosofa. Afinal, viver nunca será em vão se a gente tiver a noção exata de que desta vida somos apenas passageiros.

Assim, melhor não querer saber do lugar que eu estive antes de nascer! Mesmo assim, perguntei a mamãe acerca, e ela nem se lembrou, pelo contrário me inquiriu com a mesma pergunta: "como é que você vem de um lugar que não se lembra"? E a senhora lembra de onde veio antes de nascer? Não, mas eu não estou interessada nisso, respondeu. Já que você tem essa preocupação que busque sua resposta!

Minha mãe é assim - meio abusada nas respostas às perguntas que acha bestas. Mas, é tudo porque ela não gosta de falar de morte e, por isto me respondeu abusada. Realmente fica difícil pra ela entender certas coisas, pois seu traço mais marcante de personalidade é a praticidade.

Independente de conceito ou preconceito, a vida é bela! Melhor não perder tempo enquanto ela escorre pelas nossas mãos! Mais que bela a vida é  mágica e nos transforma sem que percebamos sua essência.

Melhor do que dar a César o que e dele
é dar à boca o beijo,
o corpo ao desejo,
a mão ao afago...
Porque depois nem sei se te vejo!

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 12/09/2014

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A semana - Os "Roussefs" dominam a campanha. Mas, quem são os pais do Bolsa Família?




Por Zé Carlos

Esta foi uma semana de debates entre os postulantes a presidente, Aécio Neves e Dilma Roussef. Dois já foram realizados, no momento em que escrevo, outros dois estão marcados, para este domingo (se tiver tempo eu o comentarei ainda neste texto) na Rede Record, e para a próxima sexta-feira, o da Rede Globo. Eu só não sei, se continuar o baixo nível, haverá o da Globo que é o que tem maior audiência e repercussão.

No primeiro debate, o da Band, a Dilma tomou a iniciativa da luta e partiu para cima do Aécio com tudo que tem o baixo nível do esporte político, deixando-o um pouco acuado, mas, eu diria que houve um empate, na contagem final dos pontos. Da cabeça para baixo tudo era canela, como a gente costumava dizer lá em Bom Conselho, nas peladas, quando queríamos apelar para a ignorância. A cabeça do adversário no meio fio, era a meta, e por pouco a Dilma não conseguiu jogar a cabeça de Aécio lá. Graças a Deus ele se recuperou em tempo de neutralizar novos golpes, que ele nem sonhava que a adversária era capaz de dar. Depois o Aécio disse que o treinador da Dilma parecia Goebbels, aquele ministro da propaganda de Hitler que dizia que cheiroso mesmo era judeu na churrasqueira. Eu realmente, me surpreendi com o baixo nível.

No segundo debate, o Aécio entrou no ring tendo estudado o treinador da Dilma e do que ele poderia ser capaz e esperou pela primeira estocada, para usar golpes que ele antes não havia desferido, porque, diz ele, achava que não eram legais na luta.

E o distinto público ficou sem saber em quem apostar para a última partida no dia 26, pois o que estão faltando são propostas concretas sobre o destino do esporte político em nosso país. Depois de tantos escândalos, de tanta corrupção e de tantas mentiras, o que eu farei no domingo na cabine indevassável? Pelo exemplo que temos nos debates, só me resta quebrar a urna.

E os leitores desta coluna semanal, que agora já são 8, com a entrada de dois amigos de longa data, podem pensar que a semana se reduziu aos debates presidenciais. Tomara que fosse. No entanto, nunca, no Brasil, pode-se cantar vitória antes do tempo. Sempre temos um escândalo a mais. E com esta delação premiada dupla, é muito difícil, que, julgando pelo exemplo do mensalão, os escândalos acabem antes de 2064, quando estivermos comemorando 100 anos do movimento militar, revolução, golpe, ou qualquer nome que se possa dar às ações iniciadas no 1º de abril de 1964. E será difícil que paremos de rir, pois chorar seria a única alternativa. Então, riamos!

Dizem que nunca se deve rir da desgraça alheia, e eu concordo com isto, mas, como dizia o filósofo lá de Papacaça que “desgraça pouca é bobagem”, podemos até rir um pouco do estado em que Dilma ficou depois do debate da última quinta-feira. Foi uma contribuição magistral para esta coluna, no que tange ao humor, mantendo-se ela como sua grande colaboradora. Bastava ver sua cara, com aquele penteado chique, quando ela descobriu que estava falando ao vivo e não sendo gravada. Quem viu o filme antes de ser retirado do YouTube, deve ter rolado de tanto rir com a “desgraça bobagem” da candidata. Como se diz nas lutas, ela foi salva pelo o gongo. Já pensou se sua pressão baixasse durante o debate? Seria a glória. Se fosse lá em Bom Conselho, minha Tia Quitéria, de quem me lembro quando vejo a imagem da Graça Foster, diria logo: “Bom para isso é chupar sal grosso!”.  Tudo isto deu margem aos comentários mais maldosos e humorados da semana que passou. E só temos a agradecer a ela pela grande atuação. Vejam uma parte do jocoso episódio aqui, e divirtam-se, porque, como se sabe ela já está passando muito bem.

E dentre este mar de escândalos, até os defuntos estão em polvorosa. Além do Eduardo Campos, do Janene (não lembro agora o primeiro nome), agora o Paulinho, como Lula chamava seu amigo da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, ou o Youssef (também não me lembro o primeiro nome) o doleiro oficial do PT, citaram o Sérgio Guerra em seus depoimentos. Agora, no Brasil, quem fez malfeito, vive, a cada dia, esperando que os delatores citem seus nomes para terem tempo de correr ou chamarem os repórteres para tudo desmentir. Do que ri, ainda no debate da Band é que a Dilma citou o caso do Sérgio Guerra para mostrar que o PSDB também gozava da intimidade dos delatores. Ri porque, se for contar os citados, por partido, o PT é o campeão absoluto neste quesito.

Agora, antes de entrar no filme do UOL, mostrando que mesmo se a Dilma perder as eleições, teremos o Lula para substituí-la nesta coluna, que visa levar seus poucos leitores ao riso, eu cito o caso do Lula criticando o Aécio porque ele bebe. Eu, a princípio, não acreditei, embora já tenha começado a rir. Quando descobri que era verdade, rolei pelo chão e tive vontade de tomar uma caninha para não morrer com o riso incontido. É por estas e outros que dizem que o Brasil é o país da piada pronto. Esta coluna então, tem futuro.

E como não poderia deixar de ser, o filme do UOL, que apresentamos abaixo, se fixou nos dois debates aqui citados. E, ao começarem a vê-lo amarem-se à cadeira para não rolar pelo chão de tanto rir.

O que o domina é velha questão da paternidade do programa Bolsa Família. O Aécio diz que seu DNA mostra que o pai é o Fernando Henrique e a mãe é Ruth Cardoso. A Dilma nega e diz que o pai é Lula e a mãe não se sabe se é a Marisa ou a Rose. Aécio diz que, ainda quando embrião, o programa tinha vários nomes, como células que foram se juntando, e que o Lula fez foi apenas já pegar o feto pronto, mas, o DNA é tucano. E, no filme, é aí que entra o Ratinho para mostrar quem é o pai da criança. É de morrer de rir, porque nunca se viu nada mais parecido do que um programa de auditório do que a briga entre os candidatos pela paternidade do Bolsinha, nome carinhoso que eu dou ao programa.

A meu ver, cada um deve decidir quem é o pai do programa. Eu tenho minha opinião que o pai é o Sarney, que como pai estremoso, dizia que “fazia tudo pelo social”, mesmo tendo sido ferroado por um maribondo de fogo. Agora, a mãe, eu realmente não sei quem é. Apenas sei que a Dilma não é, ela só é Mãe do PAC. Na realidade, só a partir dos governos petistas é que o Brasil começou a rodar a Bolsinha, e por isso eles querem ser os pais.

Quando se esperava que o debate iria formar nossa opinião sobre quem é o melhor candidato para governar este Brasil, que depois que começou a rodar a Bolsinha, ficou quase ingovernável, todos ficamos em suspense até o próximo debate para saber quem é o Igor Roussef. Aliás, a campanha está girando tanto em torno dos Roussefs que parece até que o czarismo será revivido no Brasil, se as neves não caírem antes para acalmar os ânimos.

Fiquem, então, com o resumo do roteiro dos produtores do filme, e vejam, a seguir o Programa do Ratinho, agora estrelado por Dilma e Aécio procurando saber quem é o pai da Bolsinha que o Brasil está rodando. E espero pelo debate de hoje, da Record. Se conseguir vê-lo, colocarei um PS lá embaixo, para resumi-lo. Mas, se não puder, já temos demais do rir por uma semana inteira.

“No primeiro debate do segundo turno na TV entre a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, e o senador Aécio Neves, a paternidade ou maternidade do programa do governo federal Bolsa Família foi motivo de discussão entre os presidenciáveis. E a troca de acusações continuou no segundo encontro deles, que estava mais para bate-boca do que para debate presidencial.”




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P.S.: Como prometido, vi o debate de ontem e aqui me manifesto, dentro do espírito desta coluna. Resumo: Esperei, esperei e esperei, mas, não ouvi nenhuma vez a palavra "leviano". Isto quer dizer que os candidatos pegaram de leve por decisão ou por cansaço. Ninguém aguenta mais.

Para não dizer que o debate foi inteiramente inútil para esta coluna, isto é, para o riso, a Dilma saiu-se com uma que é de morrer de rir. "Se a inflação baixar para 3%,  a taxa de desemprego aumenta para 15%". Desculpem se não rirem, pois nenhum dos meus 8 leitores que eu saiba, junto com a Dilma , não estudaram Economia. Eu, quase morri de rir.

Quanto ao resto do debate, foi mais do mesmo. (ZC)

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sábado, 18 de outubro de 2014

CARROCEIRO




Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Conheci Joaquim, o Quincas. Morava em palafitas na favela dos Coelhos. Moreno, forte e com muitas conversa principalmente quando tomava alguns aperitivos. Percorria desde manhã ate ao meado da noite a cata de papelão deixadas nas calçadas pelo comercio. Com chuva ou com sol, lá vinha o Quincas puxando sua carroça pela Rua da Aurora. Os veículos buzinavam pedindo passagem, ele ia sempre em frente. Era xingado. Não respondia. Sorria. Estacionava por detrás do Cinema São Luiz, mais ou menos ao meio dia. Enxugava o rosto molhado de suor ia até o banheiro e se lavava. Chegava junto ao balcão pedia uma pinga e dizia que era para espantar os maus espíritos. Muitas das vezes sentava-se em uma mesa e fazia um lanche. Numa desta ocasião, sentou-se perto da nossa mesa onde jogávamos porrinha. Melo um homem brincalhão, foi quem deu o primeiro passo para acolhê-lo, como companheiro de bar. O Quincas era tricolor. Gostava do Santa Cruz. Era time de pobre e pobre tinha que se unir com pobres para saber levar a vida  na esportiva. Foi à gota d’agua para se aproximar de nós. Puxe a cadeira, disse Melo para o Quincas. Dali por diante duas ou três vezes por semana o carroceiro ali aportava. Bebericava e beliscava o tira gosto ora galinha guisada, ora sarapatel. Queria dar a sua contribuição e não aceitávamos. Saia puxando a sua carroça ainda vazia indo pela a Rua Imperatriz e descendo a noite pela Avenida Conde da Boa Vista, seguindo direto para a sua casa pela Rua Dr. José Mariano. Tinha dois filhos, Josué o mais velho e Monica sua filha a menina dos seus olhos. Os dois estudavam em escola municipal na Boa Vista para ser gente quando crescer e não andar puxando carroça feito “burro” pelas ruas e avenidas, mais o Quincas não se envergonhavam, pois todo trabalho era digno. Era o sustento da família que morava em lugar desumano a beira do rio. Os anos se passaram e a amizade continuava. Em um sábado ele chegou já cansado colocou a sua carroça já cheia de papelão e achegou-se a nós - disse olhem pessoal eu sou um pobre coitado, mas hoje estou bastante alegre e quero convidar a todos vocês para tomar uma cervejinha, ou uma pinga no bar do Ramalho lá nos Coelhos, pois a minha alegria e o meu esforço esta sendo recompensado - o Josué passou no vestibular de Medicina e vai ser Doutor, filho de um carroceiro. É para se festejar ou não é? Todos nós ficamos boquiabertos com aquela noticia. Na hora estavam presentes os amigos do Bar Savoy, O Nilo, apelidado de Major; Maguary, Despachante da Receita Federal; Dr. Coentro, Médico; Melo vendedor; Guilherme, cobrador dos Sócios do Sport Clube do Recife, Jamaci, Receita Federal, Clovis Carvalho, bancário, Maia, comerciário aposentado. Aceitamos o convite, porém com medo, pois a área era perigosa e era noticias de paginas de jornais sobre crimes, assaltos e mortes diariamente. Quincas, porém sentiu a nossa desconfiança prometendo que ninguém jamais importunaria algum de nós, pois conhecia todos os meandros da comunidade há mais de 40 anos. Fomos num dia sábado calorento. Seguíamos no meu fusca KD-1150 e a Brasília de FG-1223 de Jamaci. Estacionamos na Rua Dr. José Mariano, ao lado da CILPE. Fomos recebidos com muita alegria no bar do Ramalho, pelo Josué, agora universitário e dona Filomena.  Havia um clima festivo com Mario Doce de Leite no violão, Cancão no tambor e Preto Velho no triangulo e Josué no cavaquinho. . Marianinha uma mocinha da comunidade encantava com a interpretação das musicas de Dalva de Oliveira, Ângela Maria e Cardoso com a sua voz grossa dava uma de “Nelson Gonçalves”. Foi uma tarde festiva com muita cerveja, rum Montilha e Pitu. Uma rabada foi servida e depois tira gosto com um sarapatel formidável, feito pela dona da casa. Saímos por volta das 20 horas.


Depois de muito tempo encontro o Quincas já cansado de guerra, bem vestido, escorado em uma bengala, penso de um lado a caminhar pela Rua da Aurora em uma tarde agradável e vento brando vindo do Rio Capibaribe, cheio devido à maré alta. Caminhamos para o ponto inicial da nossa amizade, por trás do Cinema São Luís no bar Continental.  Sentamo-nos à mesa e começamos a recordar o tempo passado. Hoje, disse-me ele, estou vivendo nas nuvens. Boa casa me foi dada pelo meu filho logo que se formou em Medicina, no bairro de Casa Amarela e pela Mônica que se formou em Engenharia Civil. Ela trabalha numa construtora e ele tem consultório próprio na Ilha do Leite. Hoje sou barão, mas tenho saudade do meu trabalho digno, suado mais fui recompensado por Deus. Tomamos duas cervejas e nos despedimos. Faz tempo que eu não o vejo.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Os sujos falando do mal lavado




Por Zezinho de Caetés

Eu escrevi aqui na última quarta-feira sobre o meu conterrâneo Lula que estaria fugindo da campanha de Dilma para se poupar do desastre que vem por aí com o seu poste. Pelos programas eleitorais, não há nada até hoje que me diga o contrário. Quando ele aparece, suas imagens referem-se ainda à época de antes do abraço da Petrobrás. E agora que, a cada dia aparecem mais falcatruas feitas por petistas dentro desta empresa, ele não aparecerá tão cedo.

No entanto, ele anda feito louco fazendo comícios por este interior e na maioria das vezes dizendo besteiras, como sempre fez nos últimos 12 anos. E eis que leio na mídia mais uma das suas impropriedades verbais tão conhecidas. Na noite de ontem, num comício nos fundões do Pará, ele arrastou a disputa eleitoral entre Aécio e sua pupila Dilma para o mais baixo nível até agora visto. Ele insinuou que, se eleito o Aécio, ele pode instalar em Brasília uma Presidência movida a álcool.

Isto é o mesmo que, numa luta de Box ou MMA o técnico, de fora do ringue, diga ao distinto público que se seu adversário vencer a luta ele irá sair batendo na plateia para mostrar que é macho. Ora, pode até ter acontecido que no passado o adversário tenha dado umas porradas em alguém, mas, nada indica que ele o fará outra vez.

Trazendo o exemplo para a realidade, o que o Lula quis levantar no comício o fez, no comício, com as seguintes palavras: “Vi esses dias, no debate da TV, um candidato dizendo que seu governo era da decência e da competência. Mas eu pergunto: que decência e competência se, às 3 horas da manhã, ele foi parado em uma rua no Rio de Janeiro e se recusou a soprar um bafômetro para dizer se tinha bebido ou não?''. Ora, eu não sou um adepto do álcool, mas, acho uma extrema baixaria que se traga isto a público num comício, e, por uma pessoa que não tem, neste terreno nenhuma moral para dele falar.

Eu pergunto: Houve neste país alguém mais pinguço do que o Lula? Até o câncer que o acometeu, talvez por isso mesmo, ele era chegado a uma pinga, que se pudesse ter escolhido o número para o PT ele teria escolhido o 51 para louvar a caninha. Então, é o sujo falando do mal lavado, e põe sujeira nisto. Dito por ele mesmo no livro que eu um dia já comentei (“Lula o filho do Brasil” da Denise Paraná): “A verdade é o seguinte: política é como uma boa cachaça. Você toma a primeira dose e não tem mais como parar, só quando termina a garrafa.” Quem fala isto é porque tem conhecimento de causa, e deveria morder a língua antes de falar de alguém porque se recusou a usar o bafômetro. Ele estaria apenas falando dele mesmo.

E, pasmem, ele disse isto, num comício onde estava com o Jader Barbalho a tiracolo, que é conhecido como um dos mais notórios prontuários da política nacional, e não é porque não quis usar o bafômetro. Não ainda satisfeito, o Lula 51 mandou esta: “Como uma pessoa se recusa a fazer um teste do bafômetro e diz que vai governar com decência e competência? Palavras são fáceis de dizer. Difícil é ter caráter. E poucas pessoas têm caráter nesse país como a Dilma Rousseff.” No caso de Aécio, o Josias de Souza, resume o que aconteceu:

“O episódio evocado por Lula ocorreu em 2011. Parado numa blitz da Lei Seca, no Rio, Aécio recusou-se a soprar o bafômetro e exibiu ao agente de trânsito uma carteira de motorista vencida. O documento foi apreendido. Na época, o hoje presidenciável travou com a repórter Adriana Vasconcelos o seguinte diálogo:

O que aconteceu? Estava a três quadras do meu apartamento, voltando de um jantar, quando fui parado numa blitz. Uma operação corretíssima, aliás, de alto nível e que deve ser levada a todo o Brasil. Abordado por um agente, que foi muito educado, fiz o que qualquer cidadão deve fazer. Entreguei meus documentos. O policial então me alertou que minha carteira estava vencida.

Por que não quis fazer o teste do bafômetro? Ao constatar que minha carteira estava vencida, perguntei ao agente como deveria proceder. Ele explicou que eu teria de arrumar um outro condutor para o veículo. Como estávamos perto de um ponto de táxi, imediatamente consegui um motorista para conduzir o meu carro até em casa. Como já estava no banco do passageiro, achei desnecessário fazer o teste do bafômetro.

Se arrependeu de não ter feito o teste, diante da repercussão do episódio? Talvez sim, para evitar a exploração do episódio. Na hora, achei desnecessário. O fato é que, se eu não estivesse com a minha carteira vencida, certamente teria feito o teste para poder seguir dirigindo até em casa. De qualquer forma, espero que tudo isso seja útil para que outros cidadãos como eu fiquem mais atentos e mantenham sua documentação em dia.”

E agora tratemos do sujo, o Lula 51. Quem não se lembra da insinuação, em 2004, do repórter americano Larry Rother, publicada no New York Times, jornal no qual o Lula 51 está publicando depois de ter parado de beber (será que parou mesmo?) por força da doença, de que  ele presidia a República em meio a garrafas e goles?  E naquela época, o que aconteceu? Ele mandou cassar o visto de trabalho do repórter, expulsando o correspondente do território brasileiro, usando seus poderes quase ditatoriais, mantidos pelo Bolsa Família. O Superior Tribunal de Justiça é que salvou o Brasil de mais este escândalo de proporções internacionais.

É este homem, o sujo, que traumatizado com problemas de alcoolismo na família tenta agora, mais uma vez assassinar a reputação de um mal lavado por não ter soprado o bafômetro. Se este fosse o único defeito do Aécio, eu nem teria pensado duas vezes para votar nele desde o primeiro turno.

E eu fiquei imaginando se a Dilma não bebe. Sei que ela nunca foi parada por blitz da polícia porque ela talvez nem carta de motorista tenha, mas, será mesmo que ela é abstêmia o suficiente para ter ela como uma pessoa de caráter para presidir o Brasil? Sei não. Dizem que ela, usando nosso rico dinheirinho em Portugal, numa parada fortuita, feita apenas para degustar um bacalhau num restaurante de bacana, parece que foi além do bacalhau, exagerando nos vinhos portugueses (Vejam a montagem da foto que ilustra este texto, que roda pela internet. Será que é porre ou baixou sua pressão? É difícil esconder sujeira nesta era de internet). Isto não me faria dizer que, sair trocando as pernas de um restaurante, a tornaria indigna de presidir o Brasil. Penso que o poste do Lula 51 não tem condições de ser presidente, porque já demonstrou durante quatro anos que não pode, porque não tem o mínimo de competência para fazê-lo.

Se, pelos resultados das pesquisas, o Lulinha Baixaria já está desesperado a este ponto, eu imagino, durante a próxima semana, quando se confirmar a queda do lulo/petismo do poder. Talvez ele apele para coisas mais graves ainda. Quem sabe ele pedirá a Dilma para levar algum “pó” para o debate da TV Globo? Sei lá. Como dizem que ela, no debate da Band estava usando um ponto eletrônico, é melhor o Aécio pedir uma revista antes dos debates.

O que você leu acima eu escrevi antes do debate do SBT que foi realizado ontem, e onde, pasmem, a Dilma deu uma de Lula e insinuou, citando a Lei Seca, o episódio sobre o que escrevo acima. Então eu estava certo quanto ao “pó” que ela poderá levar no próximo debate. Tem que revistar.

Pelo o horário, eu vi todo o debate, e certas horas tive vontade de desligar porque me deu até pena da gerenta presidenta. Como dizem hoje na mídia, o Aécio fez picadinho de Dilma, e serviu com ovo e farofa, já que carne não mais os brasileiros podem comer por causa da inflação.

Foi uma verdadeira batalha campal, daquelas que já se sabe quem é que vai vencer, mas continua para que o oponente não saia muito humilhado. E no caso a Dilma, além de ter sido derrotada fragorosamente, saiu grogue do ringue, e quase caiu, literalmente. Estava tão confusa que não conseguiu dizer mais mentiras, e passou mal, como mostravam os vídeos no YouTube, que já saíram do ar, a pedido, certamente, do PT, que ontem parece ter tido falência múltipla de órgãos.


O grande problema é se ela vai ter condições de saúde para enfrentar os novos debates. Que tal pedir ao Lula que compareça a eles? Lógico que antes dele falar qualquer coisa tem que fazer o teste do bafômetro. Com o que ele anda dizendo ninguém mais acredita que ele parou de usar a 51.