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sábado, 13 de setembro de 2014

Seria Marina um esboço de Lula?




Por Zezinho de Caetés

Nesta sexta-feira modorrenta de Recife, onde, em pleno setembro as chuvas teimam em continuar verão adentro, eu me prostro diante dos blogs e leio um texto do Sandro Vaia, onde ele, a partir do título, “As fábulas de uma eleição”, até divertiria crianças se elas soubessem ler. Mas, elas não sabem, em sua grande maioria, estudam numa escola pública de baixa qualidade, enquanto o Lula criou 6.000 universidades (ou foram creches que a Dilma prometeu?) para gerar analfabetos funcionais.

A associação da briga política entre a Dilma e a Marina com os contos de fada é sensacional e vocês podem ler abaixo. Eu, em minha missão informativa, faço este nariz de cera, tentando apenas mostrar quão é fundo o poço em que 12 anos do PT nos meteu. Pelo menos as fábulas infantis tem sua boa utilidade, mas, as mentiras do PT, só têm desutilidades.

Depois de 12 anos de cevar o sistema bancário, tendo sido o Olavo Setúbal  o grande artífice da candidatura de Lula, sugerindo a ele que escrevesse aquela famosa Carta aos Brasileiros, e deixar por 8 anos o Meirelles mandando e desmandando no Banco Central, agora, o mote de sua criatura, a Dilma, se vendo acossada pela Marina que leva a tiracolo uma filha de banqueiro, diz, em tom de crítica que a Marina “é bancada por banqueiros”. Isto, para o Lula, seria um elogio, apesar do seu discurso contra as elites, da qual ele sempre tirou os banqueiros companheiros.

Enquanto isto, ao invés de Marina dizer que banqueiro também é gente, e que trabalha como qualquer empresário para girar a economia brasileira, diz de volta que quem gosta de banqueiro é a Dilma, como se banqueiro fosse filho de Belzebu.

Isto só passa aos eleitores mais informados a ignorância das duas senhoras quanto ao papel do sistema financeiro e dos bancos numa economia desenvolvida como a brasileira, mesmo que durante os últimos anos se tenha tentado fazer dela um capitalismo de Estado da pior espécie, hoje em estado vegetativo de estagflação. Não vou aqui jogar meus parcos conhecimentos de Economia, obtidos num curso fora de minha formação, para explicar isto. Apenas digo que sem banqueiros, voltaríamos à idade da pedra.

E quanto à independência do Banco Central? Aqui no Brasil vivemos num sistema econômico, onde só se desenvolveu um pouco e com equilíbrio, quando o Banco Central se fingiu de independente, mesmo que legalmente não fosse. Foi com esta independência que logramos alguns anos tendo uma moeda, pelo menos a que pudéssemos chamar de moeda. E a Dilma esqueceu que o único período onde houve um certo progresso com estabilidade de preços no governo do PT, foi no início do governo Lula, porque o Banco Central se comportou como independente, e o Palloci imitou o Malan por uns 6 anos. Depois veio o que está aí, em termos de inflação e baixo crescimento.

Mas, agora, o objetivo do PT é passar mais um tempo no poder, e, para isto, eles não tem medo de criar um bruxa que mente o tempo inteiro. Por outro lado, a outra senhora, a Marina, tenta também, se desvencilhar de resquícios do PT que absorveu durante mais de 20 anos, e não consegue. Para mim, que um dia quase fui petista, e me salvei, graças a Deus, dá para saber o que é isto. Ainda não tenho candidato para o primeiro turno, mas, cada dia afasto mais a possibilidade de votar nas citadas senhoras (e na outra senhora, a Luciana Genro, cruz credo!).

E, hoje mesmo, nesta minha caminhada pelos blogs, encontrei o “aprendiz de “black block”, o Caetano Veloso, dizendo algo que me afastou muito mais da Marina na minha meditação no no quarto escuro ou na “cabine indevassável”. Ele disse: “Marina não é nada de Collor nem nada de Jânio. Marina é o esboço de um novo Lula.” Em sua concepção achou que estava fazendo um elogio à deusa da floresta. Para mim, foi um grande incentivo para não votar nela, pois conheço muito bem em que ela pode se transformar sendo um esboço de Lula. Vade retro!

Fiquem, com o Sandro Vaia e meditem no final de semana, se o Zé Carlos publicar este texto amanhã.

“Fadas, reis, rainhas, príncipes, dragões, vovozinhas, lobos maus, além de monstros de toda espécie habitam as fábulas e seu universo de estereótipos que ajudam as mentes infantis a desenvolver a fantasia, a criatividade, e colaboram na absorção de princípios morais, nas boas regras de comportamento e no discernimento entre o bem e o mal.

As crianças crescem, suas mentes amadurecem, a simbologia das fábulas vai sendo compreendida e adaptada aos eventos reais, a vida se torna mais complexa, os conflitos mais elaborados, e a carruagem da gata borralheira não se transforma mais em abóbora à meia noite.

Tudo tem seu tempo dentro da escala de evolução intelectual e biológica natural, e é por isso que a regressão de mentes adultas ao universo de estereótipos infantis- ou a infantilização- é um sintoma preocupante, principalmente quando se manifesta coletivamente e passa a ser um fator de peso numa campanha eleitoral às vésperas de decidir quais serão os rumos futuros de um país de 200 milhões de habitantes.

Como observa um editorial do Estadão, “seria engraçado se não fosse deplorável” que duas senhoras adultas e sérias, uma delas no exercício da presidência da República, cargo que pretende manter, e outra uma ex-ministra, que pretende ocupar o cargo da outra, trocassem acusações que beiram a puerilidade, sobre as respectivas relações com “os banqueiros”, transformados no Lobo Mau da fábula aquele que ameaça com um sopro botar abaixo a casa dos três porquinhos.

Marina Silva, o Ente etéreo da floresta, ao tentar materializar-se diante do eleitor urbano medianamente consciente das engrenagens que movem a vida real, defendeu a autonomia do Banco Central- o que significa apenas libertar um órgão técnico de Estado do peso da influência da política partidária eleitoral.

A máquina de fabricar mitos recorreu aos estereótipos arraigados no inconsciente coletivo infantilizado de boa parte do eleitorado brasileiro, e reinventou a figura sinistra do banqueiro (o ricaço barrigudo com seu charuto na boca e cartola na cabeça, sobrevivente da caricatura da Belle Époque) e colocou a fada Marina ao seu lado-uma dupla sinistra espoliando o pobre povo brasileiro.

A fada respondeu que nunca o barrigudo engordou tanto como no governo da acusadora.

Pra completar o trabalho de infantilização, uma senhora ambientalista de sobrenome suspeito- Setúbal-que herdou ações de um banco mas provavelmente nem sabe como funciona um, está na campanha de Marina- com as oníricas intenções salvacionistas de uma herdeira, e foi transformada na sanguessuga banqueira que vai chupar o sangue dos pobres.


Aqueles que na falta de argumentos declamam (como dizia Lênin), conseguiram rebaixar o debate político brasileiro à profundidade dos contos da carochinha, como aquele onde o lobo acusa o cordeiro de turvar a água que ele já bebeu.”

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