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sábado, 6 de setembro de 2014

Quem será o nosso Salvador?




Por Zezinho de Caetés

Ontem, neste mesmo espaço, eu toquei no ponto de que os “idiotas latino-americanos” são chegados a um salvador da pátria. Vimos a oração que fizeram para o Chávez, na Venezuela, dando-lhe o lugar de deus entre eles. E disse que temia muito que aqui chegasse um novo messias, e citando o meu conterrâneo, o Lula, como um dos possíveis candidatos.

Já hoje, ao dar minha passada pelos blogs, eu vejo um texto do Sandro Vaia no Blog do Noblat, que tinha como título: “Em busca do messias”. Fui ler então para ver se ele havia descoberto também a oração de São Lula ou a Salve Marina. Era por aí embora ele não cite as orações, e quem sou eu para ser citado pelo brilhante jornalista. Eu transcrevo este texto aí embaixo para que vocês curtam o final de semana, se o Zé Carlos não tiver algo mais interessante para publicar.

Concordo com ele (o Vaia) que o brasileiro espera um messias, e isto desde os tempos de Antônio Conselheiro e sua tropa, que esperavam pela volta de Dom Sebastião. Se este aparecesse e se candidatasse, não ficaria para ninguém, nem mesmo para o Ente da Floresta, a Marina, que hoje parece ir ganhar as eleições, sem explicar o que vai fazer. E o que o Vaia pergunta é: “E precisa?”. Em sã consciência, quem está interessado mais no que os candidatos dizem, porque eles simplesmente nada dizem, quando não mentem o tempo todo?

Então, chegamos ao ponto, daqueles que, por preconceito ou não, não querem votar em branco, terem que votar no menos pior. Antes de vê-lo falar, eu achava que o menos pior era o Pastor Everaldo, porque ele prometia explicar como ia diminuir a ação do Estado sobre a economia e iria privatizar a Petrobrás. Quando ele falou, eu vi que, se eleito, não teria capacidade para implementar tão boas ideias.

Até agora não tenho um menos pior, mas, dois. A Marina e o Aécio. A primeira porque acho que terá mais chance de passar ao segundo turno e derrotar a pior de todas, fura bolo e cata piolho (lembrei dos meus tempos de criança lá em Caetés, e da brincadeira que existia lá de fazer cócegas nas crianças: Dedo mindinho, seu vizinho, maior de todos, fura bolo e cata piolho....) que é a Dilma, que nos atormenta, com o Lula a tiracolo há 12 anos. Quanto ao Aécio, porque tem um governo que é o mais previsível do ponto de vista econômico, para levar à frente as reformas que desde o Fernando Henrique ficaram por fazer, enquanto o PT fazia suas enroladas com os pobres e lavando à frente a corrupção.

No entanto, cada cabeça é um mundo e a sucessão está aberta e o medo que os petistas querem criar sobre a candidatura da Marina, não passa do que tentaram fazer com o Lula anteriormente, embora naquela época, com razão, antes da Carta aos Brasileiros, da qual ele se arrependeu no segundo mandato. Marina já está escrevendo, dentro de idas e vindas, sua Carta, e o Aécio, talvez sua única vantagem, é que não precisa de uma, pois é um livro aberto.

Mas fiquem com o Sandro Vaio, e, se possível, recitem uma oração para que, na próxima eleição, o PT esteja, como no seu início, cabendo num fusca. Afora seria um Fiat Uno.

“Os principais- e também os secundários- candidatos à presidência do Brasil, encontraram-se pela última vez num debate vespertino na tela do SBT, um canal de onde você espera que surja a qualquer momento uma pegadinha do Ivo Holanda, uma velhinha surda da Praça da Alegria, ou o patrão atirando aviõezinhos de dinheiro para suas “colegas de trabalho”.

Em terceiro lugar na audiência, com 5,4% de Ibope (metade da audiência do Programa Silvio Santos aos domingos), os três principais candidatos, Dilma, Marina e Aécio, revezaram-se com os nanicos pastor Everaldo, Levy Fidelix, Luciana Genro e Eduardo Jorge, num festival de platitudes, obviedades e lugares comuns de fazer corar um Tocqueville de pedra.

Só o candidato do PV, Eduardo Jorge, pôde exercitar seu recém descoberto talento histriônico e arrancar algumas gargalhadas com gags que divertiram a plateia. A adolescente tardia Luciana Genro mostrou apenas a dificuldade que certa esquerda tem de estabelecer relações causa/efeito.

Os candidatos pra valer, repetiram basicamente o roteiro do debate anterior, com uma visível mudança de alvo, provocada pela “onda” Marina: foi o Ente da Floresta que se transformou em vítima dos anacolutos da presidente, que voltou para ela a artilharia descontruidora do discurso petista.

Marina procurou responder andando sobre as águas, tentando mostrar que ela paira acima do bem e do mal, pois esse é o papel de quem encarna “a nova política”, esse ectoplasma que vaga no espaço.

O leve e sorridente candidato Aécio Neves, que na opinião do cientista político Felipe Borba, da UniRio, parece estar disputando uma “partida amistosa”, tentou ser o mais propositivo de todos, e explicou pela enésima vez que, se vitorioso, o grande trunfo de sua gestão, a panaceia para todos os males em pauta (o baixo crescimento, a inflação em alta, o desarranjo fiscal, o intervencionismo, etc.), será a “previsibilidade” dos atos do governo.

Uma palavra simpática ao mercado, que não gosta de surpresas, mas quase ininteligível e impronunciável para o eleitor comum, e até mesmo pernóstica para os que esperavam do candidato um pouco mais de indignação oposicionista.

O fato é que o debate, como todos aqueles que foram feitos desde que as emissoras de televisão se viram obrigadas a engessá-los dentro dos parâmetros do politicamente correto, foi morno, indefinido e tedioso.

O embate passou para as pesquisas, para as ruas, para as redes sociais, onde surgiu, por sinal, a definição perfeita dos anseios do brasileiro, num post sobre a onda Marina, do internauta Silas Feitosa:"

Marina Silva é a cara do Brasil. Com ela, ninguém se ressente. Ela é “gente como a gente”. Brasileiro gosta disso. Não importa o que ela pensa. Isto basta. Com essa mesma lógica, o povão elegeu Lula. E elegerá quantas Marinas e Lulas vierem. Afinal, não acreditamos em administradores, gestores. Queremos um Messias”.


Alguém duvida?

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