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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Prozac para Lula




Por Zezinho de Caetés

Li, na quarta-feira, um texto do Fernando Rodrigues na Folha de S. Paulo, intitulado “Haja Prozac”. De início eu pensei que seria mais uma propaganda da indústria farmacêutica para incrementar a venda do seu antidepressivo mais conhecido, com todos os seus efeitos colaterais. Enganei-me feio, porque descobri que o texto versa sobre o possível aumento de consumo da droga em Brasília, se acontecer o que todo brasileiro ciente de sua responsabilidade deseja, a retirada em massa dos petistas do poder.

Apesar do aspecto humorístico do quadro que ele traça, mostrando as caravanas de ex-assessores petistas, saindo da capital federal, puxando uma carroça quase vazia mas com as cuecas cheias de dinheiro, o assunto mais importante que ele toca é a tal da “alternância” de poder, num regime democrático. Eu até acho que não é nem a participação popular o mais importante neste regime tão criticado mas ainda o que temos de melhor. O mais importante é a alternância das bundas que sentam nas cadeiras de onde se dirigem a nação. O importante do povo no regime democrático é que ele é o responsável por esta mudança, apesar de todas as imperfeições do sistema.

Nossa democracia, graças, em parte ao instrumento da reeleição, sobre a qual concordo com o Joaquim Barbosa quando diz que ainda não estamos pronto para ele, tem uma tendência acentuada em prezar pela continuidade dos governos, e estes se empenham ao máximo em, mesmo de formas tortas, permanecer no poder peronia seculum seculorum. E o PT, nos anos recentes, tenta através deste instrumento, deixar no poder o meu conterrâneo Lula por 24 anos. Isto se formos realistas e aceitarmos o fato de que foi ele o governante deste de 2002 e que Dilma foi apenas um truque para ele lá permanecer.

Infelizmente, para a horda petista, apareceu uma mulher lá dos cafundós da floresta, magra, pobre e inteligente, a quem o Lula empregou por um bom tempo, e ameaça o império petista, seu imperador, o Lula, e sua rainha consorte, a Dilma. Se isto fosse no século passado, quando não existisse o Prozac, poderia haver até internação geral nos hospitais psquiátricos, apenas por que hoje a possibilidade de defenestração do poder dos petistas, é mais provável do que sua permanência no poder.

Eu só queria dizer, antes de deixar vocês lerem o Fernando Rodrigues que, pela nossa amizade na infância, eu aguardo Lula na Estação Rodoviária de Caetés, num pau-de-arara e com uma cachorra no colo, com todas a pompas e circunstâncias que ele merece. Só tenho a lhe oferecer, isto se os caeteenses ilustres concordarem, a cadeira número 13 da Academia Caeteense de Letras, para a qual um belo dia ele me negou ajuda. Seja bem-vindo, conterrâneo, mas, por vias das dúvidas, traga um caixa de Prozac.

Fiquem com o Fernando Rodrigues que eu acabei de ver agora uma pesquisa a qual diz que a Dilma parou de cair, e necessito de um Prozac urgentemente.

“Ouvi uma frase sobre a corrida presidencial que me pareceu perfeita: "Em 2002, achei que o PT estava despreparado para assumir o governo. Mas eu não sabia que o PT estaria agora tão despreparado para deixar o governo".

É uma avaliação tão cruel quanto verdadeira. Revela também o grau de subdesenvolvimento institucional do país. É claro que não há risco de disrupção, mas parece um pouco incompatível com a regra democrática que um partido entre em desespero frenético apenas porque existe a possibilidade de sair do poder a partir de 1º de janeiro de 2015.

A aparição do ex-presidente Lula, suado e descabelado, fazendo uma manifestação em frente à Petrobras é a síntese do clima atual no PT. E nem está claro que Dilma Rousseff perderá a disputa contra Marina Silva (aliás, a presidente está à frente nas pesquisas). Mas em Brasília é possível respirar um certo pânico no ar.

Só na capital da República há mais de 20 mil cargos de confiança, todos ocupados pelo petismo e adjacências. Uma derrota de Dilma Rousseff obrigará essas pessoas e suas famílias a deixarem a cidade. Por baixo, serão de 40 a 50 mil desamparados. Voltarão a seus Estados para pedir trabalho na iniciativa privada ou em algum governo, prefeitura ou sindicato sob o comando do PT.

Serão milhares de dramas pessoais. Em Harvard, nos EUA, a universidade oferece um serviço gratuito de atendimento psicológico a estudantes estrangeiros que passam um tempo por lá e depois têm de retornar para seus países. Dilma poderia pensar no assunto. Uma "bolsa psicólogo" ajudaria a manter mais calmas as pessoas ao seu lado.


Como o problema é estrutural, uma vitória dilmista só atrasará a crise existencial dos petistas. Até porque, em 2018, 2022 ou em outro momento, o partido sairá do poder. Quando esse dia chegar, as farmácias de Brasília terão de reforçar os estoques de Prozac em suas prateleiras.”

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