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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A semana - Na campanha estão falsificando até os Salmos, diz a Wikipédia




Por Zé Carlos

Esta semana foi um riso de cabo a rabo. Começou logo ao ler a Revista Veja no domingo com a reportagem sobre os depoimentos da CPI. Quem viu o filme pode até não ter rido muito com seu conteúdo, até quando leu que tudo foi feito com uma caneta filmadora. Eu lembrei logo de antigamente quando diziam que os governantes e seus candidatos venceriam com mais facilidade as eleições porque usavam a “caneta”. Desta vez foi ao contrário, usaram uma contra a Dilma Roussef, que, como dizem os policiais quando não tem culpado certo, era a maior interessada na farsa dos depoimentos. Ou seja, ela pode perder as eleições por causa de uma “caneta”. São os tempos da tecnologia.

Em relação a combinação de depoimentos a autoridades, lembrei de uma história que se contava lá em Bom Conselho, na qual dois ladrões de galinha, depois de praticarem um furto que só rendeu uma “penosa”, entraram em briga para ver como defendia cada um o seu quinhão da pobre ave. Fizeram tanto alarido que chamou a atenção da polícia. A polícia em Bom Conselho era sempre conhecida por um nome de um soldado, era o Maraba, ou o Cabo Enéias, ou Severino e outros mais. Neste específico dia a polícia era o Severino, que era de bom coração até para ladrão, e logo pensou, se eu levo estes dois ao seu Gaudêncio, que era o delegado eles vão “morrer de bolos” (para aqueles que não conhecem a expressão ela significa ser vítima de uma palmatória, grande e grossa; se alguém não sabe o que é uma palmatória, ria com qualquer significado que lhe vier à mente). Decidiu então ajudar os ladrões.

Chamou os dois e depois de saber por que era a briga, disse:

- Acabou a discussão e se vocês quiserem deixar a penosa comigo eu ajudo vocês a se livrar da palmatória do Seu Gaudêncio.

Ora, os dois ladrões já sabiam o tratamento que teriam se o Severino quisesse falar a verdade e resolveram aceitar o trato. Já segurando a penosa debaixo do braço, ele voltou-se para os ladrões e falou:

- Bem, para livrar vocês do castigo, vocês dirão ao Seu Gaudêncio, quando ele perguntar porque vocês brigaram, que foi porque um queria bater  no outro!

E lhes passou além destas perguntas outras que o Seu Gaudêncio iria lhe fazer, pois ele já estava acostumado com o procedimento do delegado. E dizendo isto, tocou os dois para a delegacia. Lá chegando, o Severino entrou primeiro sozinho na sala onde ele estava, e na qual numa parede já era apresentada uma palmatória que metia medo a todo ladrão. E falou:

- Doutor Gaudêncio, há aí fora dois rapazes que alguns acusam de ladrões de galinha, mas eu não acredito nisto. Só os trouxe para cá porque eles estavam brigando e havia algumas pessoas olhando. Então basta apenas o senhor perguntar por que eles estavam brigando e pronto, pode soltar ambos.

Então mandou entrar os dois ladrões enquanto mandava o Severino sair da sala e perguntou:

- Por que vocês estavam brigando?

Um ladrão olhou para o outro, e um apontando para o outro disseram ao mesmo tempo:

- Ele queria bater em mim!

Aí o delegado perguntou de repente:

- Então vocês não estavam roubando nenhuma galinha, estavam!?

Ambos em coro responderam:

- Foi ele, doutor!

- Eu já sabia disse o delegado. Severino!!!! Venha cá!

E prontamente o Severino entrou na sala novamente, e Seu Gaudêncio perguntou:

- Severino onde está a galinha?

- Que galinha, Doutor?

- Aquela que alguém disse ser o fruto do roubo?

- Quem foi o safado que lhe disse isto, Doutor?

Bem, até hoje não se descobriu quem delatou o Severino, mas por isso, ele perdeu a penosa e os ladrões foram soltos, e quem ficou com ela foi o delegado.

O mais interessante desta estória é que naquela época não existia nenhuma caneta filmadora, como no filme da CPI. O resto, no entanto, é tudo igual quando alguém fornece o gabarito das respostas para ladrões, não há previsão do que poderá acontecer. A única certeza é que se houver Justiça, será um mero acaso.

Eu não sei como terminou a epopeia de ladroagem lá em Bom Conselho, mas, no caso da CPI, eu sei. Cada dia rimos mais com as coisas que acontecem no Brasil recente. Quando ainda encontramos pessoas que dizem ser o procedimento de se treinar suspeitos para responder a perguntas diante do delegado, digo, da CPI, uma coisa normal, as epopeias são análogas. Penso quem pensa assim, na certa, comeu um pedaço da penosa. (*)

Mas, sigamos com outros fatos da semana que passou, contornando por cima do hábito da campanha de os candidatos pousarem para “selfies” com os eleitores. Então se você encontrar o Maluf abraçado com a presidente Dilma e ambos sorrindo, foi apenas uma “selfie” de campanha, depois juram que nunca se viram. Os marqueteiros já devem ter encomendado bonecos em posição de felicidade imitando os candidatos e com a cara deles para ganhar eleitores. Esta, sem dúvida vai ser a eleição do “selfie”. E aquele filme feito para combinar as perguntas que seriam feitas pelo delegado, digo, pela CPI, foi apenas uma “selfie” da Dilma com Cerveró, e nada mais.

E eu ouvi mal o coro que a torcida cometeu no Itaquerão orientando a Dilma Roussef. Não foi “Dilma, vá comer chuchu!” e sim “Ei, Dilma, vai tomar no SUS!”. Que maldade este destino que o pessoal de Montes Claro (MG) desejou à presidente. Entre comer chuchu e tomar no SUS, os políticos sempre preferem o primeiro conselho. Tomar no SUS, nem o Lula quis, mesmo que ele tenha mandado o Obama criar um nos EEUU.

E o filme continua, mesmo que um pouco sem graça com um diálogo entre o Padilha e o Alckmin, ambos morrendo de sede em São Paulo. Parece que os nordestinos não tem sorte mesmo. Muitos emigraram para aquele estado para fugir da seca no Nordeste. E hoje, estão emigrando de volta pelo mesmo motivo. Será que o Lula volta de pau-de-arara vestindo um terno do Armani? Será que a Wikipédia vai mudar a história de verdade? Dizem que, a partir dos computadores do Palácio da Alvorada, já se determina até o clima, e nesta campanha a Cantareira não enche nem a pau. Pois é, no Brasil em época de campanha se falsificam até as enciclopédias. Não é de morrer de rir?!

Eu só comecei a rir com o filme quando o Crivella, candidato a governador do Rio, declarou que “a política tá muito chata, a política não tem bons assuntos...”. Quando esperei que ele fosse sair da política, ele já é candidato de novo. É, na verdade a política está muito chata mesmo. E começo a rir mais forte ainda, com uma vontade danada de mexer na Wikipédia, mudando o nome de Pero Vaz de Caminha para Crivella Não Caminha.

No final do filme aparece a sósia de Dilma cantando uma bela canção da Celine Dion e eu fiquei surpreso. Pensava que ela iria recitar um salmo como e fez na Assembleia de Deus em São Paulo. Dizem que a Dilma de verdade, este ano, já aprendeu a fazer corretamente o Sinal da Cruz e treina todo dia as rezas que a ela foram dadas pelos marqueteiros quando ela for cobrado pelos católicos. Será que tem alguém que acredita na conversão da Dilma? Só repetindo o trecho do Salmo (33:12) que ela pregou aos evangélicos: “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo ao qual escolheu para sua herança.” Dizem, que antes, nas reuniões do PT, ela dizia: “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Lula, e o poste que escolheu para sua herança.” É, talvez faça sentido.

Agora fiquem com o roteiro dos produtores do UOL e depois com o filme desta semana que, mesmo não sendo tão engraçado, devemos crer que no futuro, até outubro pelo menos, teremos muito do que rir.

“O primeiro mês de campanha política nas ruas terminou esta semana com "selfies" caprichados dos candidatos à Presidência da República e com uma denúncia de que foram combinadas com antecedência as perguntas feitas aos investigados na CPI da Petrobras. Em São Paulo, a disputa para o governo estadual teve mais ‘toma lá, dá cá’ de provocações entre os candidatos do PT e do PSDB.”




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(*) Uma destas histórias é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas, é mera coincidência. Ou não....

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