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sábado, 28 de dezembro de 2013

Renan e a imprensa chinesa




Por Zezinho de Caetés

Eu já estava me preparando para ir a Boa Viagem ver a queima de fogos do réveillon, e já havia desejado um feliz ano novo aos meus poucos leitores, quando vi passar sobre mim, um avião, levando um careca, gastando meu dinheirinho suado, e poluindo mais nosso planeta, para implantar 10.000 fios de cabelos, aqui em Recife. Nada demais se este careca fosse Magalhães Pinto (que Deus o tenha) e o avião fosse fretado por ele. Mas, tinha que ser logo o Renan, para me tirar de meu ócio de festas de final de ano.

Não, vocês não estão sonhando, o Renan Calheiros, presidente do Congresso Nacional, quarto na linha de sucessão ao “trono”, usou um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para vir aqui, e executar um procedimento capilar, talvez, com a desculpa de embelezar o Senado, enquanto ele se senta na cadeira suprema. E logo em seguida eu vi um vídeo institucional do Senado, na TV, ele, o Renan, ainda careca, mostrava as realizações do Senado, e entre elas colocava a “transparência das ações” daquela casa. E tem gente que acredita.

Eu, transcrevo abaixo um texto do Sandro Vaia, publicado no Blog do Noblat, que tem um título enorme: “Sonhos de uma noite de inverno” (27/12/2013). Quem o ler talvez pergunte, o que tem a ver o implante do Renan com este texto, que fala sobre a situação da China? E eu já respondo: Tudo.

Tudo, porque ele fala sobre a maneira que a imprensa chinesa se comporta que o “sonho de uma noite de verão” do PT, e de todos aqueles que querem cometer maracutaias com a “coisa pública”, e esperar que a imprensa não veja. O que seria o Brasil hoje sem a imprensa livre?

Haveria o mensalão? O Demóstenes teria sido cassado? O Renan teria renunciado uma vez? O Lula estaria brigado com a Rosemary? E tantos outros casos que vieram à tona, pela simples existência de uma imprensa livre. O Zé Dirceu, o Lula e o PT deve sonhar com o modelo chinês, todos as noites, e quando acordam logo propõem o “controle social da mídia”. Como seria bom para o PT!

No caso do Renan, eu nunca vi tanta desfaçatez, de uma vez só. Imagine se fosse o Marcos Valério. E olhando bem, este precisa de mais de 10.000 fios de cabelo. Por que ele não usa um avião da FAB? Afinal, todos são iguais perante a Lei. Isto pelo menos seria o que o presidente do Congresso, deveria ter como norma de conduta, e como exemplo.

Fiquem com o texto do Vaia, e vejam porque o modelo chinês seria o paraíso petista e de aliados. E esperem, como eu o faço, que no próximo ano, a imprensa livre nos ajude a ficar livre de vez da ameaça do “controle social da mídia”, para que meus votos de feliz ano novo não sejam em vão.

“Sonho de uma noite de inverno: os jornalistas chineses terão que ler 700 páginas de um manual que ensina como devem comportar-se perante o governo e o partido. Ocioso dizer que lá partido e governo são a mesma coisa.

Deverão dedicar-se pelo menos 18 horas ao estudo do calhamaço para poder prestar o seu exame em janeiro e fevereiro. É como o exame da ordem para os advogados brasileiros: não passou, não tem licença para ser jornalista.

A notícia, segundo o enviado especial da Folha de S.Paulo a Shaoshan, Marcelo Ninio, foi publicada pelo jornal estatal “Global Times”(e há algum que não seja estatal lá?), diz que pelo menos 250 mil jornalistas deverão submeter-se ao exame.

As 700 páginas não contém muitas sutilezas confucianas e vão direto ao assunto: ‘É absolutamente proibido publicar reportagens ou comentários que vão contra a linha do partido”. Ou ainda: “A relação entre o partido e a mídia é a de líder e liderado".

Bem como ensinava Deng Xiaoping: pouco importa a cor do gato desde que ele cace ratos.

Segundo o jornalista, o manual ainda inclui temas como “socialismo com características chinesas” e “perspectiva marxista do jornalismo”.

Os potenciais controladores da imprensa aqui no Brasil, aqueles que não se cansam de sugerir, propor e defender formas de estabelecer diretrizes para impor suas formas de ver o mundo e de como as notícias devem ser publicadas, esfregaram as mãos de alegria. Todo “controlador social” sonha com um manual desses.

 Por uma feliz - ou para eles infeliz - coincidência, no mesmo dia em que essa noticia foi divulgada, o Estadão publicava na sua página de opinião um artigo do professor Eugenio Bucci, que foi presidente da Radiobrás num dos governos Lula, falando “dos que tanto amam odiar a imprensa”.

Insuspeito de reacionarismo ou fascismo, o professor Bucci provocou celeuma na ala petista que sobrepõe os interesses da militância à informação independente. Um desses jornalistas militantes confessou “certo desconforto” ao ler um texto “com essa alteridade impossível” de “alguém que, como ele, foi militante do PT a vida toda e alto funcionário do governo Lula”, como se isso dispensasse alguém de exercer o senso crítico com a honestidade intelectual que Bucci achou que cabia no caso.

Ele escreveu que a acusação de que a imprensa é “um partido de oposição” incomodou pouca gente. “A acusação era tão absurda que não poderia colar. Numa sociedade democrática, relativamente estável e minimamente livre, os jornais vão bem quando são capazes de fiscalizar, vigiar e criticar o poder. O protocolo é esse. Logo, o bom jornalismo pende mais para a oposição do que para a situação”.


O protocolo é esse, mas convenhamos: as 700 páginas do manual chinês resumem o modelo ideal de imprensa de muitos petistas e suas regras povoarão os sonhos de suas noites de inverno.”

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