Em manutenção!!!

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Esfinge do Planalto: Decifra-me ou te pego!





Por Zezinho de Caetés

O novo caso do PT na seara dos escândalos, de que tratei em minha postagem anterior (aqui), e que envolve mais explicitamente o meu conterrâneo Lula, pode-se chamar o escândalo da vez. Eu pensei que a associação com o filme de terror O Bebê de Rosemary seria suficiente para mostrar a fundura da lama em que este partido vem colocando o Brasil e enganando de forma deslavada o seu povo e iludindo o mundo.

O texto que transcrevo abaixo eu o li  (30/11/2012) no Blog do Josias onde ele tenta descrever a dificuldade que terá o PT para explicar a lambança da vez, e que se resume no seu título: “Manual de complôs do PT não previa Rosemary”. Eu dei a esta minha postagem um título diferente, e que me parece mais apropriado para o caso. O chamado enigma da esfinge que o próximo parágrafo mostra numa das versões da internet, suficiente para mim, e penso, para meus leitores.

A Esfinge foi um importante tema mitológico nas antigas civilizações do Egito e da Mesopotâmia. Possuía cabeça de mulher, corpo de leão e asas de águia. Conta uma lenda grega que essa figura monstruosa, enviada por Hades ou Hera, invadiu Tebas destruindo os campos e afugentando os moradores. A criatura propôs a se retirar do local se alguém conseguisse decifrar o seu enigma, porém aquele que não o decifrasse seria devorado – decifra-me ou devoro-te!. Seu Enigma era: "Que animal caminha com quatro pés pela manhã, dois ao meio-dia e três à tarde e é mais fraco quando tem mais pernas?" Édipo, filho do rei de Tebas e assassino inconsciente de seu próprio pai, solucionou o mistério, respondendo: "o homem, pois ele engatinha quando pequeno, anda com as duas pernas quando é adulto e usa bengala na velhice." Ao ver seu enigma solucionado a Esfinge suicidou-se, lançando-se num abismo, e Édipo, como prêmio, recebeu o Reino de Tebas e a mão da rainha enviuvada, sua própria mãe.”

Eu e, talvez o povo não petista, me sinto como o Édipo diante da esfinge, que inconscientemente levamos o Lula à presidência, e tento também arranjar pelo menos uma explicação para o que ocorreu. O Lula, nos últimos tempos, passou a ser a Esfinge do Planalto. Qualquer um que tentasse se aproximar do poder ele dizia: Decifra-me ou eu te pego! (O Michel Teló não existia na época da primeira esfinge). E falava (pois não sabia escrever) o seu enigma moderno: “Qual o animal que anda de 4 rodas pela manhã, veste terno do Armani ao meio dia, e se torna um chefe de quadrilha ao anoitecer?”. E pegou, com este quase indecifrável enigma, muitos quando era o PR, inclusive o JD, o JG, o DS et caterva.

Eu penso que o novo Édipo é uma mulher chamada Rosemary e que não vai levar a nova Esfinge a se suicidar, pois a era de Getúlio já passou e a Esfinge do Planalto não tem tanta coragem assim, mas, nunca mais na história deste país, o Lula se elegerá para posto nenhum. Através de e-mails ela decifrou o enigma apenas dizendo o que ninguém tinha visto antes, por tão óbvio: O animal é o Lula. Saiu num pau-de-arara de Caetés, depois foi só se vestia com ternos do Armani e passou a comandar a quadrilha do mensalão.

Estava na cara e só Carolina e Marisa não viram. O homem se enredou feio com um rabo de saia perigoso e hoje deve ter explicações para o ocorrido. Até agora, disse que foi apunhalado pelas costas, mas, como vocês podem ver pelo texto abaixo, não cola mais.

“No caso do mensalão a explicação de Lula evoluiu da traição companheira para a tentativa de golpe da oposição e o excesso de preconceito da mídia de direita. O PT não fez nada além do que todos os partidos sempre fizeram nesse país. No caso da máfia dos pareceres, Lula ainda não se explicou. Natural. Não há no manual de crises do PT nenhum complô que se encaixe no novo escândalo.

Falta à encrenca um Roberto Jefferson. Dessa vez o delator é Cyonil Júnior, um obscuro ex-auditor do TCU. Um sujeito que não tem razões aparentes para se vingar do governo ou de Lula. A oposição golpista, coitada, foi a última a saber. A mídia de direita, a penúltima. As denúncias chegaram primeiro à Polícia Federal, que as repassou ao Ministério Público.

Golpe? Não colaria. Deposição de ex-presidente é coisa nunca antes vista na história do universo. Conspiração midiática? Faltaria nexo. As manchetes chegaram atrasadas no lance, correm atrás do fato consumado. Caixa dois? Não ficaria bem. Os meios não justificariam os fins. Como se vê, o episódio, por inusitado, exige explicações mais criativas.

Não há dúvida de que está havendo um complô. De quem? Talvez do acaso. É melhor acreditar nisso do que ter que acreditar que todos os indícios colecionados pela PF correspondem ao que está na cara. Melhor aceitar a tese de que as apurações não passam de anomalias da lei das probabilidades conspirando contra um ex-presidente insuspeito.

O curto-circuito tem uma das suas pontas não explicadas na sala ao lado do gabinete do presidente da República em São Paulo. Mas há de existir uma explicação para os super-poderes de Rosemary Noronha, a Rose. Lula estava tão obcecado pela Copa que talvez estivesse à procura de um símbolo para o evento de 2014. Sim, só pode ser isso.

Visionário, Lula enxergou em Rose um projeto de logomarca para tudo o que acontece no Brasil. Em vez de um tatu-bola Fuleco, uma assessora mequetrefe com talento para grandes jogadas. Na Era da presidenta, nada mais adequado do que uma mascota para receber os visitantes no aeroporto. Daí as dezenas de viagens de Rose ao exterior. Lula levava a auxiliar a tiracolo para dar-lhe cancha internacional.

Ao chegar para a Copa, os estrangeiros se divertiriam ao saber que Rose é personagem típica do Brasil de hoje –um país em que o Estado foi tão aparelhado que até uma servidora Fuleca pode alçar protegidos a postos graúdos. Com o tempo, a lenda de Rose cresceria. Os brasileiros logo invocariam Rose para ajudá-los a alcançar objetivos inatingíveis –de amores idealizados a empregos dos sonhos.

Como qualquer mascote, Rose seria estampada em bonés, sacolas e camisetas. Ela viraria boneca. Você daria corda para a esquerda e Rose ditaria ordens ao Lula: “Faça isso ou aquilo.” Você daria corda para a direita e Rose telefonaria para uma agência reguladora: “O PR já deu o Ok. O JD já liberou.”

Nesse contexto, a tentativa de transformar Rose em algo mais do que um embaraço para Lula não passaria de um dos maiores mal-entendidos da história desse país. Uma sequência de coincidências maliciosamente interpretadas por delegados, procuradores e jornalistas que acabou fazendo de um político modelo um gestor descuidado, capaz de mandar imprimir no Diário Oficial os nomes de quadrilheiros.

Não, não e não. Melhor acreditar que tudo não passa de coisa de gente que, não tendo o que fazer, fica procurando pelo em ovo e discutindo o sexo dos anjos.”

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Amor é fogo que arde sem se ver





Por Luís de Camões (*)

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

**********
(*) Há exatos 2 anos A GAZETA DIGITAL, depois mais conhecida como AGD, um Jornal de Bom Conselho, nascia com uma postagem com o conteúdo acima. Não me lembro mais, além da beleza do soneto de Camões, se houve algum motivo para ele ser escolhido. Hoje, como a laterna na popa, eu diria que o tempo também é coisa que arde sem se ver.

Lá, naquele 29 de novembro de 2010, não sabíamos direito para onde iríamos com a iniciativa dos que faziam a CIT Ltda, e que deixaram em meu colo. Hoje também ainda ainda não sei ao certo. Apenas digo que foi um prazer muito grande levar estas letras para nossa cidade, independente de quantos nos leem ou de quem nos ler.

Olhei o reloginho lá embaixo e vi que, neste período, mais de 210 mil acessos foram aqui perpetrados. Juro que foi um grande surpresa este número, mas, mesmo que tivesse sido apenas 210 acessos teríamos continuado pelo prazer de fazê-lo. Os patrocinadores do blog, que é a Sagrada Família (Jesus, Maria e José) não se importam com o número de acessos. Eles são importantes por eles próprios, como nosso blog (como diria minha mãe: “comparando má”). O que tenho medo é que tirem seu patrocínio devido ao que é escrito nele certas horas e tenha que ir buscar reforço mundano. Espero que isto não ocorra tão cedo. Pois amor é fogo que arde sem se ver, e eu nem sinto ainda ferida nenhuma.

Obrigado a todos colaboradores e leitores.

(Zé Carlos e AGD)

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

PESO DE CONSCIÊNCIA





Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Uma das piores coisas que pode acontecer ao ser humano é não poder voltar às atitudes tomadas erroneamente. Todos sabem quando isto acontece. Fica aquela culpa em nosso ser e o pensamento nos consome ao longo da vida. Fica intricado em nosso cérebro, remoendo as lembranças que a cada momento vem à tona. Como a minha consciência está doendo? Interroga-se. Reclama a todo instante. O humor desaparece. Não dorme direito.  O travesseiro amigo dos desabafos silenciosos, não o consola. Nada posso fazer para aliviar esta culpa que trago na consciência! Repete sempre.  

Este fato foi comentado por Luvino, apelidado de LUA. Não é por menos que isto acontece em nossa vida. Pois é, meu amigo. Eu sofro deste mal. Eu nunca dei atenção aos meus pais; nunca dei uma palavra de carinho; nunca me sentei para conversar com eles; entrava mudo e saia calado de casa; chegava tarde da noite e não lhes dava satisfação, pelo contrario lá estavam eles me esperando, o que me aborrecia e assim o tempo passava. Queria tudo na hora, roupas lavadas e engomadas; sapatos engraxados, cuecas e meias arrumadas na cômoda. E assim eu ia levando a vida. Nunca pensei que algum dia pudesse me arrepender. Os anos se passaram, e o meu pai ficou doente. Sentado na cama gostava de ler o jornal e ouvir o radio, seu passatempo favorito. Sabia de cor e salteado os acontecimentos políticos da Nação e gostava de entabular conversas sobre o assunto. Mas, eu nunca me sentava para ouvi-lo, ignorava. O seu olhar de suplica nunca me incomodou.  Morreu aos 82 anos de idade de embolia pulmonar, no Hospital Português. O que eu queria dizer a ele não podia mais. Queria pedir-lhe perdão. Queria dar um abraço carinhoso. Afagar os seus cabelos brancos. E chorar no seu ombro amigo. Não foi possível. Esta magoa carrego penosamente.   Foi um choque para mim, vendo-o no velório deitado de mãos posta entrelaçado por um terço, de olhos fechados como estivesse dormindo. Olhei aquela figura que tanto carinho me deu e eu naquela aflição querendo agora conversar e dialogar e já era tarde de mais.  O arrependimento aflorou em mim, nada mais podia fazer. Avalias a situação. Pouco tempo depois minha mãe faleceu vitima de um AVC, mas uma vez fui ao velório. Lá estava a minha mãe serena de olhos fechados cercada de flores brancas, sua cor preferida em vida. Quantas vezes a deixei sem dormir? Quantas vezes eu não lhe dei carinho merecido? Quantas vezes não a encontrei alisando os meus cabelos na cama? Minhas calças e camisas passadas ao ferro penduradas no guarda roupa, somente tendo o trabalho de vestir? Nada disso me importava. O amor que ela dedicava a mim e eu sem corresponder a estes afagos? Morre aos 78 anos. É meu caro! È dolorido a gente conviver com estes dissabores que nós mesmos produzimos.  Como tu sabes sou casado e bem casado há 18 anos. Tenho dois filhos, que ao contrario de mim, são carinhosos e amorosos conosco. Dialogam conosco. Partilham conosco as dificuldades do dia a dia. Como vão ao trabalho. As decepções que encaram na vida. E ai é que eu não me contento de ter sido um rebelde na minha fase de adolescência e de adulto. Não me perdoo.  Já era por volta do meio dia quando LUA com olhos d’água se despediu. Apenas eu disse: Adeus! Com certeza teus pais já te perdoaram há muito tempo, pois o AMOR é muito grande para se desgastar com as coisas da vida.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O Bebê de Rosemary e um novo verbo: Lular




O título acima me veio à cabeça depois de ter lido o texto que abaixo transcrevo do Blog do Noblat e também de sua autoria, que em seu título pergunta: “Enganado de novo?”. Todos da minha idade lembram de um filme de Roman Polanski, da década de 60, de puro terror onde uma jovem dava à luz de bebê que era o demônio, o tinhoso, o capeta, chamado de O Bebê de Rosemary. Por isso o meu título.

No texto ele fala do novo escândalo em que o Lula está envolvido, e que em seu centro está uma sua secretária chamada Rosemary de Noronha, que estava envolvida até o pescoço e já quase se afogando em maracutaias, e foi pega pela Polícia Federal com a boca na botija. E já avisou, depois de ligar para o bandido José Dirceu, que não lhe deu ajuda, que não vai cair sozinha, deixando o PT em polvorosa, pois o iceberg pode se apresentar por completo, em vez de só sua ponta que foi a Ação Penal 470.

É melhor vocês lerem o texto e eu voltarei lá embaixo, esperando que vocês não tenham morrido de vergonha, quase como eu, de um dia terem votado para que um filme de terror fosse rodado aqui no Brasil, nesta época lulo/petista.

“Ao se convencer que o Supremo Tribunal Federal seria duro com os réus do mensalão e despacharia para a cadeia cabeças coroadas do seu governo, Lula observou outro dia numa roda de amigos: "Não serão juízes que escreverão o último capítulo da minha biografia, mas o povo".

A memória coletiva é falha. Não costuma guardar frases longas.

Lula poderia ter dito algo do tipo: "A História me absolverá".

Foi Fidel Castro quem disse em 1953 depois da tentativa malsucedida de assaltar o quartel de Moncada na província de Santiago de Cuba.

Como advogado, e ótimo orador, fez questão de se defender no tribunal. Aí cometeu a frase.

Não sei se a História absolverá Fidel.

No caso de Lula é ainda cedo para prever quem escreverá o último capítulo de sua biografia. Só digo para não confiar muito no povo.

Em 1960, por exemplo, Jânio Quadros se elegeu presidente com uma votação recorde. Renunciou com sete meses de governo. Imaginou voltar ao poder nos braços do povo.

Desconfiado, o povo não se mexeu.

Na véspera de tomar posse em 1985, o presidente Tancredo Neves baixou hospital. Viveu apenas mais 39 dias para ser operado sete vezes.

Foi uma comoção.

Um ano depois, pouca gente ainda o citava.

Lula só terá a chance de ver o povo escrever o último capítulo de sua biografia se for de novo candidato a presidente. Do contrário, o mensalão ficará para sempre como o desfecho de uma trajetória - toda ela - excepcional.

Quem diria que um fugitivo da miséria do Nordeste, um ex-torneiro mecânico semianalfabeto, governaria o Brasil duas vezes? E elegeria seu sucessor?

Quem diria que o partido dele, dono do discurso da ética e da honradez, patrocinaria um dia o maior escândalo de corrupção da história recente do país?

É patética a reação de alguns dos condenados do PT às decisões tomadas pelos ministros do Supremo. Sugerem que os ministros trocaram de lado se unindo aos conservadores e reacionários.

Culpam a imprensa por isso. (Jamais em parte alguma vi uma imprensa tão poderosa...).

E incitam os chamados "movimentos sociais", movidos a dinheiro público, a promover o "julgamento do julgamento".

Voltaremos à época dos júris estudantis simulados? Se voltarmos estarei dentro!

Os mensaleiros foram sentenciados por uma larga maioria de ministros que Lula e Dilma escolheram.

A imprensa é livre para defender seus pontos de vista, embora seja falsa a ideia de que atua em bloco cobrando a condenação dos réus. Até porque a maior fatia dela é chapa branca, sempre foi e sempre será.

Como não tem independência financeira não pode sequer fingir que tem independência editorial.

Por esperteza e sensatez, Lula aguarda em silêncio o fim do julgamento. Deveria se sentir obrigado a comentá-lo mais tarde.

Não é possível que nada tenha a dizer sobre a condenação daquele a quem chamou um dia de "o capitão do time" - José Dirceu. E sobre o pedido de desculpas que ele próprio apresentou aos brasileiros quando se disse traído e apunhalado pelas costas.

Admite que o Supremo identificou os traidores?

Se responder que não é porque sabe quem o traiu.

Que tal aproveitar a ocasião e explicar o que o levou a avalizar para cargos importantes do governo nomes indicados por Rosemary de Noronha, secretária de Dirceu durante mais de 10 anos?

Ao herdar Rosemary, Lula a promoveu a chefe de gabinete da presidência da República no escritório de São Paulo. Sempre que viajava ao exterior, Rosemary o acompanhava.

Pois bem: na semana passada, a Polícia Federal prendeu seis pessoas e indiciou mais 12, acusadas de fraudarem pareceres em agências e órgãos federais.

Acusada de corrupção ativa, Rosemary faz parte do grupo, e mais dois irmãos que ela empregou no governo. A nomeação de um deles foi recusada duas vezes pelo Senado em dezembro de 2009.

Lula forçou a mão e no ano seguinte a nomeação foi votada pela terceira vez. Finalmente saiu.

Por que tanto empenho para atender um pedido de Rosemary?

Enganado de novo, Lula?

Sei.

Seja pelo menos original. Não fale em traição. Nem em apunhalamento pelas costas.”

Vejam quanto desfaçatez circunda o meu conterrâneo. Enquanto a verdade é que ele é quem apunhalou , enganou e ainda engana o povo brasileiro, agora vem falar que foi apunhalado. E é com este currículo que ele agora faz política para ver se consegue ser um Prêmio Nobel da Paz. Seria uma desmoralização para o prêmio, embora o Lula ficasse mais rico. Ele seria um candidato certo a um Prêmio Nobel de Corrupção, para o qual o Zé Dirceu anda correndo o país para defender sua indicação.

Não poderíamos esperar outra coisa dele. E veio a calhar um imeio que me foi repassado pela Lucinha, cujo texto, penso eu, não é verdadeiro ainda, mas, que sabe o será um dia, e muito breve? Lembram do verbo “malufar”? Pois agora os dicionários já trazem, segundo o imeio, um quase sinônimo deste verbete:

Lular:  Verbo totalmente irregular de estranha conjugação;1. Ocultar ou encobrir com astúcia e safadeza; 2. Disfarçar com a maior cara de pau e cinismo;  3. Não dar a perceber, apesar de ululantes e genuínas evidências; 4. Mentir;  5. Fingir, simular inocência angelical;  6. Usar de dissimulação; 7. Proceder com fingimento;  8. Hipocrisia;  9. Ocultar-se, esconder-se, fugir da responsabilidade;   10. Tirar da reta, atingindo sempre o amigo mais próximo, sem dó nem piedade (antes ele do que eu);  11. Encobrir, disfarçar, negar sem olhar para as câmeras e nos olhos das pessoas;  12. Fraudar, iludir;   13. Afirmar coisa que sabe ser contrária à verdade, acreditar que os fins justificam os meios; 14. Voar com dinheiro alheio.

Então em mais este episódio sujo (e vem outros, aguardem), o meu conterrâneo apenas lulou novamente. Até quando aguentaremos as luladas do Lula? 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

HOMEM OU MULHER?





Por Carlos Sena (*)

Gosto de presenciar discussões acerca do homem e da mulher. Quase três mil anos depois de Cristo e ainda temos muito a discutir acerca do tema – sinal de que evoluímos pouco na questão. Ou não? No bojo das discussões, gosto das posições mais amenas – aquelas que a gente “joga conversa fora”, mas, de fato, estamos jogando conversa dentro, só que de forma lúdica, digamos assim.

Ah, porque homem tem barba. Mas a mulher tem cabelos nas pernas, e, qual o homem, utiliza aparelho de “barbear” para se depilar. Além disso, ela tem menstruação. Ah, mas o homem tem testículos – bolas estrategicamente colocadas entre suas pernas, talvez para compensar os seios da mulher que, ironicamente são colocados entre seus dois braços. Ah, mas o homem não tem celulite, estrias e flacidez no corpo com tanta facilidade quanto nas mulheres. Ah, mas as mulheres, por sua vez, não tem nada “balançando quase caindo”sem cair (antes caíssem)  e não ficam carecas. Sim, carecas não ficam com facilidade, mas tem que estar permanentemente cuidando dos cabelos, das unhas, fazendo os “cantinhos” daqui, dali e dacolá, os homens não. Homem é pratico: uma camisa, uma calça, um sapato e está vestido. Ah, mas chulé de homem é uma desgraça. E de mulher também. Só que homem não tem o privilégio de ficar grávido! Mas mulher não fica grávida sem homem. Claro que fica, via inseminação artificial. Mas não dispensa o esperma que só pode ser do homem. Ah, deixa de tua conversa mole e vai catar coquinho, cara! Disse uma mulher a um homem que dessa forma discutiam acerca de quem era melhor se o homem ou a mulher. Vou mesmo catar coquinho, disse o homem. Porque vocês, mulheres, vivem sempre imitando os homens, inclusive aderindo à calça comprida que sempre foi vestimenta de homem. Quero ver se vocês vão querer fazer xixi em pé, como nós. Quero ver se vocês vão matar uma barata sozinhas, isso eu quero ver. Engraçado, replicou a mulher, vocês são os donos do mundo, mas quando ficam na meia idade não servem mais pra nada. Poucos são os da tua “raça” que ficam dando conta das mulheres. Ah, mas por falar nisso, vocês mulheres não ficam por menos. Quando chega a menopausa dificilmente vocês também não dão conta dos homens, enquanto nós, homens, fazemos filhos até depois da nossa conhecida andropausa. Já vocês, babau, quando chega a menopausa, deixam de ter menstruação e bye, bye.

Escutando essa conversa hilária, fiquei pensando na canção “Que diferença da mulher o homem tem? Espera aí que eu vou dizer meu bem/É que o homem tem cabelo no peito/Tem o queixo cabeludo/E a mulher não tem(...)”. Claro que há mais diferenças do que as abordadas no diálogo, mas as principais diferenças e as mais importantes são comportamentais. Essas, a gente nunca conseguirá formatar numa crônica despretensiosa ou mesmo pretensiosa. Assim, entendo importante que homem e mulher sejam diferentes. Contudo, a principal diferença que é a que define o gênero, essa nunca vi ninguém contestar. É o encaixe perfeito entre o côncavo e o convexo. Entre o sexo e o nexo e a falta dele. As variáveis da sexualidade não entram nesse contexto, porque elas saem da lógica biológica para entrar na falta de lógica em busca do prazer que só a cada um é dado escolher.

---------------
(*) Publicado no Recanto de Letras em 22/10/2012

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Um questão de detalhes na harmonia





Por Zezinho de Caetés

No última dia 21/11/2012 li o Elio Gaspari no Blog do Noblat, num texto onde mostra seu conhecimento de nossa história recente, e que tem um título, no mínimo curioso:  “Supremo F. C. x Câmara Sporting”. Ele relembra o que nós já vivemos para construir nossa democracia “burguesa”, que à falta de um democracia de outro tipo, ficamos com ela, quanto às relações entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

É a questão da independência dos poderes da república. Eles, como aquele mistério da Santíssima Trindade que eu aprendi quando menino e a amiga Lucinha Peixoto sabe de cor e salteado, são três poderes mas que deveriam funcionar como um só, em harmonia, para o bem do conjunto da sociedade. Todos as normas para manter esta dependência deveriam estar previstas na Constituição. Entretanto, nem sempre isto acontece.

No presente caso da analogia com nosso esporte predileto o futebol, os times do Congresso que representa um poder e aquele do Supremo que representa outro, não podem repetir como o Arnaldo Cesar Coelho, que a regra é clara. O Supremo pode condenar deputados mas, quem decide, em última instância se eles continuam com os mandatos é o Congresso.

E isto já vai ser uma primeira dor de cabeça para nosso Super-homem, e goleador nato, do Supremo F. C., o Joaquim Barbosa, em sua nova função de presidente do time. O que nos chamou a atenção foi a solução que pode ser encontrada, citada abaixo pelo Gaspari, de que, para evitar crises institucionais, pode haver uma solução paliativa.

Podemos resumi-la e vocês podem vê-la lendo o texto abaixo, da seguinte forma. O Supremo ao invés de suspender o mandato do Genoíno, por exemplo, suspenderá apenas seus direitos políticos, e ele poderá ser um deputado, pois já havia sido eleito, antes de ser condenado para o regime semi-aberto, no qual tem que dormir no xilindró. O que pode acontecer é que em determinadas seções da Câmara, que varam a noite, o deputado não pode comparecer porque deverá cumprir pena no presídio Aníbal Bruno, gentilmente cedido pelo nosso governador. Então durante sessões deste tipo diria o deputado:

- Senhor Presidente, peço permissão para me retirar, pois já é hora de ir para o meu novo lar. E como S. Excia. sabe, o Zé Dirceu não dorme sem mim.

Fiquem com o Gaspari e meditem sobre a harmonia e independência dos poderes de nossa República.

“Assumindo a presidência do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa terá um abacaxi para descascar: os quatro deputados delinquentes que foram condenados pela Corte devem perder o mandato?

José Genoino (PT-SP) tomou seis anos e onze meses e terá que dormir na cadeia. João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) também foram condenados, mas suas penas ainda não foram definidas.

À primeira vista, cidadãos condenados pelo Supremo não podem exercer mandatos parlamentares. A Constituição é clara quando diz que o parlamentar cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral perde o mandato, mas, por incrível que pareça, não atribui esse mesmo poder ao STF. Deveria, mas não atribui.

Quem tem poder absoluto para cassar deputados é a Câmara. Ela já viveu dois precedentes. Em 1947, o Tribunal Superior Eleitoral cancelou o registro do Partido Comunista e, no ano seguinte, o Congresso cassou o mandato dos parlamentares comunistas.

Em 1968, a Câmara negou o pedido de abertura de processo contra o deputado Marcio Moreira Alves, o governo baixou o AI-5 e o Congresso foi fechado. Foi um grande momento para Legislativo.

Em 1974, livre da peia da licença, a ditadura processou o deputado Francisco Pinto, e o Supremo Tribunal Federal condenou-o a seis meses de prisão, que cumpriu num quartel da PM. Seu crime: ter chamado o general chileno Augusto Pinochet de ditador. Nenhum ministro justificou seu voto reconhecendo que se estava numa ditadura. Foi um dos piores momentos do Supremo.

Chico Pinto não era acusado de corrupção, lavagem de dinheiro nem formação de quadrilha. O centro do problema, contudo, não está nos delitos cometidos pelos parlamentares, mas na independência dos poderes. Pelo andar da carruagem, essa questão arrisca ser discutida num clima de arquibancada, favorecido pela demonstração da culpa dos réus.

Contudo, no caso há uma questão constitucional, pois o Tribunal avançará sobre uma prerrogativa que hoje é da Câmara. Hoje, numa disputa entre o Supremo Futebol Clube e o Congresso Sporting, os ministros ganham de goleada, mas não se está num jogo de bola. Tudo bem, e no próximo caso?

Há o risco de que a Câmara proteja os mensaleiros, atropelando a noção do decoro. Afinal, em 2006 ela liberou João Paulo Cunha. Cassações de mandatos pelo Supremo, por crimes de ladroeiras, atribuem à Corte uma responsabilidade que a História já mostrou ser tóxica.

Há um caminho alternativo: os ministros podem decidir apenas suspender os direitos políticos dos réus e, nesse caso, eles preservam os mandatos, pois foram eleitos quando os tinham. Se a Câmara achar que a presença de quatro condenados pelo STF no seu plenário não constitui uma ofensa ao decoro da Casa, problema dela e da base de apoio do governo petista.

Admita-se que aconteça isso. Poderá ocorrer uma votação noturna apertada e o presidente da Casa será obrigado a dizer o seguinte:

— Apresso a tomada dos votos porque quatro nobres deputados precisam deixar o plenário, pois são 19h45m e eles deverão se recolher à penitenciária da Papuda antes das 20 horas, como é do conhecimento de todos.”

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

De volta, até que enfim...



Pittsburgh - PA - USA  (Parece com o Recife?)


Por Zé Carlos

No futuro continuarei a narrar o que vivi na América durante quase três meses. Hoje apenas quero expressar minha alegria de voltar ao nosso país. Dizem que tudo foi bem quando acaba bem, e, graças a Deus tudo está as mil maravilhas. Pensando melhor, nem tudo...

E digo o porquê. É incrível, mas, quando lá estava fiquei com saudade do calor dos nossos trópicos. Aqui chegando sinto falta do frio lá do hemisfério norte. É a velha natureza humana querendo sempre mais e mais para o seu bem-estar. Porém, é lastimável que não se tenha feito uma terra quadrada que gerasse um clima médio entre as duas regiões. Saí de uma temperatura de -2 graus e cheguei  com uma temperatura de 36 graus. Eu adoraria viver numa temperatura de 18, que era aquela que tínhamos no inverno de Bom Conselho. Pelo que sei, pela falta de chuva e mudanças climáticas, este clima só na Serra de Santa Terezinha. Uma bela ideia.




Gostaria também de ter trazido para minha segunda pátria, o Recife, a educação dos motoristas da cidade onde estava. Lá os carros se respeitam e respeitam muito mais os pedestres, enquanto aqui, parece que quem chega primeiro é o rei, e o pedestre que se exploda. Lá onde fiquei, eu andei muito e observei o quanto somos respeitados andando em duas “patas” por aqueles que andam de quatro rodas. E penso ter descoberto o óbvio: Quando isto acontece tudo anda mais rápido. Eu soube por lá, e isto muito bem pode ser a verdade, que a educação americana no trânsito não provêm de um maior nível de consciência individual, e sim, do sistema eficiente de aplicação de normas para os infratores. Ou seja, se alguém atropelar um pedestre ou se envolver em um acidente de trânsito, as punições são rigorosas e exemplares. Lá não existe o nosso consagrado instituto do “sabe com quem está falando?”, o que nos deixa a sensação de estar na “rabeira” do processo civilizatório.


Isto não quer dizer que não haja acidentes ou atropelamentos. Tudo é um problema de estatística. A proporção lá é muito menor do que aqui. E o mundo é movido mais por probabilidades do que por certezas, favorecendo, neste aspecto, os americanos, ou, pelo menos os habitantes da cidade onde vivi este período. E devo salientar que qualquer coisa que disser aqui sobre aquele país é limitado pela minha visão parcial dele, pela sua extensão territorial e diversidade cultural. São meros exercícios imaginativos para que alguns poucos leitores, tirem suas ilações. Só espero não confundir a tromba com a cauda do elefante.


Falando em estatística, eu já disse aqui que as ruas de lá são mais limpas e cuidadas do que as de nosso Recife, por onde andei ontem e parecem que não mudaram nada. Além do lixo que as habita, há obstáculos imensos nas calçadas, enquanto o asfalto parecia bem cuidado para os automóveis. Prosseguindo a comparação, enquanto lá na América, quem não tem carro tem uma desvantagem danada, mas, pelo menos pode andar pelas calçadas, aqui isto está ficando quase impossível. Estou relutando em não seguir os maus hábitos de alguns em ter que pegar um carro e rodar quilômetros para ir andar num parque, quando poderíamos, sem poluir o ambiente, andar pelas calçadas.



E aí, podem perguntar, e por que não vai de transporte público? Isto é um tema interessante, mas, já está na hora de enfrentar os 35 graus de minha cidade, para manter a forma. Depois eu conto.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A SOLIDÃO DO SOFRESSOR





Por Carlos Sena (*)

O que mais dói no coração do professor?

Qualquer resposta não serve! Não adianta querer dizer que é o salário baixo. Ele é importante, mas não é determinante para um bom Professor. Um bom Professor precisa de muito pouco pra ser feliz, mas mesmo esse "muito pouco" nossa sociedade não tem tido condições de, rompendo as barreiras, proporcionar. O sofrimento do Professor não está nele, nem no salário minguado do final do mês. Nele está o amor e, por isto, talvez seja mesmo melhor inferir de outra forma acerca do que mais dói no coração de um Professor: a SOLIDÃO dele diante de um processo educacional reprimido em si em benefício das classes dominantes. Como seria essa Solidão? Mais ou menos assim:

1)      Se o Professor colocar um aluno pra fora de aula, ele tem certeza que o pai do aluno da escola particular, principalmente, vai ao diretor e esse o bota (O MESTRE) pra fora;

2)      Se o Professor mandar um aluno deixar de atender ao celular, pode até levar uma tapa na cara e, mais uma vez, sozinho ficará, porque não há amparo para defender professor nesses casos, na maioria das escolas privadas. Nas públicas, nem se fala.

3)      Se o Professor puxar demais pelos alunos, alguns pais procuram o diretor para lhes dizer que o professor quer matar os seus filhos de tanto estudar. Além de mentirosos, esses pais, no geral, conseguem faze que o professor seja chamado à diretoria pra conversar. Ninguém vai lá com ele e só ele ouve, explica-se, mas o diretor, no geral, pede pra ele maneirar.

4)      Se o Professor tiver mente aberta (como deve ser) e defenda que todos os seres humanos sejam tratados igualmente, tais como gays, negros, etc., logo é taxado de gay e assemelhado. Poderá ser linchado, levar um tiro, perder o emprego se o emprego for privado. Se for publico, pode ser transferido e, mais uma vez, ninguém vai lá ficar com ele na questão e por ela lutar.

5)      Se o Professor for gay, então tudo lhe cairá sobre a cabeça, mesmo que ele seja um exemplo de retidão de professor. Nessa questão, sozinho muito mais vai ficar, haja vista a questão idiota que o chamado kit gay está proporcionando sem sentido.

6)      Se o Professor corrigir um aluno, constrange; se for ríspido com ele, constrange; se perder a paciência com ele, é grosso, mal educado; se permitir uma educação liberal é incompetente; se discutir sexualidade em sala é depravado, safado, enxerido, etc. Não acerta nunca e, de novo, sozinho fica na questão.

7)      Se o Professor chamar o pai do aluno ele não vai, manda a mãe. Se chamar a mãe ela não vai e não manda ninguém. Sua sina solitária continua feito um calvário cotidiano.

8)      Se houver bulling, o coitado do professor, não raro, é culpado de não ter impedido que ele acontecesse. Lá vai ele só, de novo, enfrentar os pais, a direção da escola, a delegacia, o conselho tutelar, ministério público, etc.

A gente fecha a SOLIDÃO do Professor no contexto da sociedade que a gente mais que viver nela, participa e compartilha. Uma sociedade que sua principal emissora de TV faz sucesso com um BIG BROTHER – ou seja, uma putaria vista por todos e não censurada pelos padres, nem pastores; uma sociedade que coloca na capa de sua principal revista SEMANAL, a Veja, uma personagem de novela das oito; um programa de Domingo que discute "quem-matou-quem" numa novela de horário nobre; um país que paga salário mínimo ao Professor e muitas cidades se recusam a pagar o teto salarial recomendado pelo governo federal; um país em que quem rouba um pote de margarina vai preso, mas quem rouba milhões que eram previstos para educação e saúde, nada sofrem, etc., etc.

Como se pode perceber, a SOLIDÃO é quem mais dói no coração dos SOFRESSORES, porque há muito Professor rico, dono de escola, mas que também lamentam e sentem essa dor moral que é ser professor por sacerdócio, mas não sentir que seu trabalho esteja servindo para modificar o que aí se perpetua deseducando mais do que ensinando. Depois, ironicamente, alguns pais de família, diante de filhos drogados,prostituidos, presos, vociferam: "onde foi que eu errei"?


PS.: Uma hora depois que screvi este artigo, o FANTÁSTICO entra no ar com a grande discussão: "quem matou Max", personagem da novela AVENIDA BRASIL. Levou para o programa Preta Gil, Alexandre Pires, um especialita comentarista de crimes, Tadeu Schimit coordenando a discussão. Tenho vergonha desse país. Já não basta perder a copa da educação e da saúde, ainda temos a copa de 2014 pela proa. Mais um anestésico para esconder nossas mazelas. Salve Paulo Freire. Salve eu, salve tu, salve o rabo do tatu...

--------------
(*) Publicado no Recanto de Letras em 14/10/2012

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Uma TV Justiça em Bom Conselho?





Por Zé Carlos

Estou escrevendo este texto ainda nos Estados Unidos. Não o apelidei de “AGD na América” porque, provavelmente, quando ele for publicado eu já terei beijado o solo do Aeroporto Internacional dos Guararapes.

Eu sempre leio o Joaquim Falcão, e onde posso lê-lo agora é no Blog do Noblat, e neste caso um texto de 14.11.2012, intitulado “A hora e a vez das TVs Justiça Estadual”. Não o uso sempre nos meus escritos devido aos nossos assuntos não terem se cruzado muito, nos últimos tempos.

Eu me considero um pouco frustrado por não ter escolhido a profissão dos advogados para ganhar minha vida. Por um triz isto não aconteceu, pois toda minha formação de curso médio me levava à uma faculdade de Direito. E, na realidade, depois que passei no vestibular (não de Direito) passei todo o curso que escolhi quase morando na biblioteca do majestoso prédio desta faculdade. Talvez seja por isso que gosto muito dos artigos do Joaquim Falcão, que quase sempre escreve sobre os meandros da Lei e da Justiça. (Veja aqui outro texto que comentei dele recentemente).

No mencionado texto ele divulga uma ideia que me parece da maior importância. Leiam-no e eu volto depois.

“Entre os múltiplos saldos positivos do caso do Mensalão, um parece claro: a transmissão ao vivo das sessões do Supremo pela TV Justiça. Não pela audiência da TV Justiça, que é muito pequena, incapaz de competir com as televisões abertas. Mas porque a TV Justiça é uma fonte primária de informação, fonte visível, clara, inegável, que depois é multiplicada não somente pelas redes de televisão, mas pela imprensa e pelas redes sociais.

É fonte de noticia, sem filtro e sem intermediários. E isto é preciso para a autenticidade e consolidação da liberdade de bem informar. Há um nítido ganho de democratização da fonte da notícia. Ou seja, da fonte da verdade judicial.

Além disto, a transmissão pela TV Justiça, se transformou num excelente material de educação para o Direito, de educação para a Justiça.

Trata-se de conhecer o verdadeiro “making of” do que a sociedade entende por ser o justo. As sessões são muito mais importantes que qualquer aula ou qualquer curso dado, seja nas salas de aulas, na internet, ou mesmo nos programas educativos da própria TV Justiça.

Existe um claro ganho de desmistificação do que é direito, do que é lei, do que é interpretação judicial, de qual é a responsabilidade de um juiz.

A pesquisadora Luci Oliveira sempre gosta de apontar que os dados nacionais e internacionais indicam que quanto mais um cidadão conhece a Justiça, mais confia nela. Conhecer é confiar.

Provavelmente se fizermos uma pesquisa de opinião hoje, o prestígio e a confiança da Justiça estarão em alta, apesar de todas as dificuldades e embates que o Brasil assistiu.

Provavelmente a população conhece mais os ministros do Supremo que os ministros da Presidenta Dilma. E com muito mais razão, conhece mais que os secretários da Prefeitura ou do governo do seu Estado.

Esta experiência, que é inédita no mundo, com exceção do México, pode e deve com aperfeiçoamentos chegar aos Tribunais de Justiça estaduais.

Essa transmissão facilitaria sobretudo o trabalho da mídia, que assim poderia ter acesso às decisões dos desembargadores que dizem respeito aos estados e cidades.

Mais ainda. Seria uma contribuição decisiva para o desempenho dos próprios profissionais jurídicos, advogados, procuradores, peritos, clientes e tantos mais.

E ainda seria um meio da população saber quem é cada desembargador, o que pensa, quem defende, quais suas preferências, qual sua coerência, qual o fundamento de seus votos.

Estaria inclusive informada sobre as relações entre os três poderes estaduais, governador, tribunal, assembleia e ministério público.

Como se dão estas relações e como elas entendem o exercício do poder diante da liberdade dos cidadãos.

Hoje já existe transmissão das sessões das Assembleias Legislativas e de algumas Câmaras Municipais. No entanto, dificilmente as decisões de deputados estaduais têm o impacto que as decisões dos tribunais têm na vida dos cidadãos.

Tudo indica que é a hora e a vez dos estados criarem suas TVs Justiça.”

 Santas palavras, Batmam! Diria eu ainda impregnado pela cultura de heróis em quadrinhos desta terra ainda onde estou. Foi na TV Justiça (para qual coloquei um link nesta AGD e vou deixá-lo permanentemente) que acompanhei o julgamento do mensalão.

Eu já disse que sou um político aristotélico, mas adoro, mesmo de longe o tema. E este julgamente, que também considero histórico, foi uma das maiores manifestações da POLÍTICA de uma sociedade. O nome em caixa alta é para ressaltar que todos fazemos política em nossas atividades diárias e os ministros do STF também o fazem, no entanto, existe a política e a POLÍTICA. O que vi no julgamento foi esta última, e graças a TV Justiça, muito e muito longe, pude acompanhá-lo, quase nos mínimos detalhes.

E digo quase nos mínimos detalhes porque ainda careço da base de conhecimentos necessária para acompanhar tudo e mesmo por alguns problemas de internet que tive. Mesmo aqui, neste país criador do tal instrumento midiático, não temos tudo perfeito, e o sinal e sua velocidade, às vezes, deixa a desejar. Mesmo assim eu gostaria que no Brasil, a internet se generalizasse de forma que pudéssemos ter acesso ao show de transmissão que foi feito por esta TV pública e colocada na rede mundial de computadores.

Com a sugestão do Joaquim Falcão de estender a atividade da justiça a todos os Estados, eu vou mais além e sonho com o dia em que todo mundo ouvirá o discurso do Caréu na câmera de vereadores, direto da TV Câmera, e uma audiência no Forum, de sua TV Justiça. Só assim saberíamos, ao vivo, como funciona nosso legislativo e no judiciário. Seria a glória!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

VERONICA





Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho


A inconstância de Constantino fazia com que muitos não gostassem dele quando estava em nossa companhia, pelo mau humor que depreendia dos seus gestos e falatórios.  Quando estava neste estágio, ninguém o suportava, pois, o pessimismo tomava conta dele. Falava de Deus e o mundo. Tudo para ele era errado o certo era os seus pensamentos e atitudes. Quando se reclamava ficava aborrecido. Por outro lado, quando estava de bem consigo mesmo, gostava de contar piadas e causos fazendo com que todos esquecessem os momentos de furor. E isto quando acontecia esquecíamos-nos de tudo. Era o seu jeito mais ninguém estava pronto para aguentar os seus devaneios e suas birras. Mas na vida de bar e bar tem-se que se ajustar ao ambiente, caso contrário vá embora e aboletar em outro local menos barulhento e mais calmo. Pois era assim a chegada do Constantino nas mesas do Bar Savoy as sexta feira à noitinha e pela manhã do sábado. Mesmo com todos estes atributos negativos muitas das vezes sentíamos a sua falta. Certo dia ensolarado ás 11 horas da manhã, com o Savoy já com as suas mesas tomadas lá vem o Constantino, bem vestido, com uma calça e sapatos brancos e camisa azul, parecia mais que ia dançar no pastoril, com a cara amarrada. É hoje! Nós vamos ouvir lamurias deste sujeito. Ninguém vai aguentar. Sentou-se, Tomou um copo de cerveja. Olhou de um lado para o outro. Suspirou e enxugou a testa com um lenço marrom e disse – hoje estou com a macaca – todos olharam para ele – quando é que você não está chateado? São raras vezes que tens alegria! É vocês tem razão! Os meus problemas são familiares e que vocês nada tem haver com isso, não é verdade? Mas hoje estou com a macaca. A minha filha mais velha, a Verônica, deu para ser “puta”. Puta repetiu gesticulando. Vocês sabem o que é ter uma filha “puta”. A vergonha dos pais e da vizinhança ao olhar para nós. Pois é! Há muito tempo que desconfiava desta atitude, mas não queria acreditar. As saídas nos finais de semana e, sempre dormindo nas casas das amigas somente voltando na segunda feira, dava para desconfiar, não dava? Pois é! Mas aos poucos foi se confirmando este maneira e esta atitude da minha filha. Um dia alguém me falou sobre este assunto. Quase que brigava com o Josué que a viu em uma boate em Boa Viagem. Fiquei furioso e quase partia para briga. Sou preto e fiquei branco. Vacilei. Pensei em ir ao local imediatamente, mas da maneira que eu estava, poderia cometer um desatino. Detive-me. Mas a consciência ficou martelando a cabeça. Contei para a minha mulher e ela quase tinha um troço. Não é possível, Constantino. Isto é intriga, Vala me Deus! Como pode acontecer isto? E veio uma crise de choro. Nos finais de semana a Verônica, dizia – Mãe vou para casa de fulana. Só volto na segunda feira, pois nós vamos para a praia e, saia. Ontem não me contive. Sexta feira 13. Saiu de casa para uma casa da amiga. Segui. Ás 10 horas da noite ela e amiga saíram em um taxi! Procurei seguir o motorista, mas o trafego não deixava, mas sabia o destino. Durante o trajeto o meu coração ia a mil. As batidas eram aceleradas. O suor descia pelo rosto e pela espinha dorsal, encharcando a camisa. Os faróis dos carros em sentido contrario me ofuscava. A ansiedade tomava conta de mim. O que fazer se constatar o que me disseram? Não sei, não! O local dito era mesmo uma boate na zona Sul. As luzes multicoloridas faiscavam. Vários carros estacionados. O guarda na porta todo engravatado e com um terno preto, com cara de brabo, abria a porta para os visitantes da noite. O dancing repleto de pessoas dançando freneticamente. As mesas ao redor com casais se alisando e trocando caricias impróprias. O som ensurdecedor. Fiquei em pé junto ao balcão olhando para um lado para o outro. Pensei, na ocasião será que eu não estou me precipitando? Será que não é mentira? Dentro de pouco tempo foi anunciado o espetáculo de uma dançarina que veio do Rio de Janeiro. Ia fazer um show o vivo. O salão foi coberto com tapete vermelho e a moça nuazinha começa a rebolar para o delírio dos homens. E tu o que fazias? Deixaste tua investigação e centrasse teu olhar na atriz pornô? Todos riram. Não é para rir não, disse Constantino de cara amarrada. Já ia me retirando do local, quando apareceu a minha Verônica com um homem de certa idade. A vista escureceu no escuro. Não sabia o que fazer se abordava ela naquele momento, ou se deixaria para comentar o caso em casa. Optei pela segunda, mas sai arrasado. Como uma filha criada com tanto carinho, deu prá Puta. É de lascar! Mas o que fazer. Reclamei e sabe o que ela me disse - sou maior de idade, Faço o que eu quero. Ninguém tem nada haver com isso, Vou para a casa de Zuieide e vou ficar lá. Não me contive dei-lhe uns safanões e aqui estou para desabafar com vocês. 

domingo, 18 de novembro de 2012

PT. Um partido ridículo





Por Zezinho de Caetés

Ontem, no Mural de Recados da AGD, eu me manifestei dizendo que nunca tinha visto uma fala tão ridícula quanto aquela do Dias Toffoli no STF criticando a situação dos presídios brasileiros, ecoando a fala do também petista Eduardo Cardoso, Ministro da Injustiça, de que “preferia morrer a cumprir pena num presídio brasileiro”.

Mas, ridículo mesmo foi o Manifesto do PT, com cheiro de golpe (graças a Deus este partideco não tem mais força, a não ser com os bolsistas familiares), sobre o julgamento do mensalão. Vejamos, apenas por cima, alguns pontos desta ridicularia.

1. O STF não garantiu o amplo direito de defesa

Eles alegam que isto foi feito porque o SFF não aceitou a chicana juridica do ex-ministro da injustiça, Tomás Bastos, de levar réus como Zé Dirceu para instâncias inferiores. Se fosse este o caso, o julgamento só terminaria pelo ano 3000, praticando-se a injustiça do século com a sociedade brasileira.

2. O STF deu valor de prova a indícios

Ou seja o STF não encontrou nenhum impressão digital nas cédulas que passaram de cueca em cueca para comprar votos de parlamentares, indo parar 4 milhões de reais na conta do PTB e outros milhões em outras contas. Infelizmente, o Roberto Jefferson não permitiu a análise das cédulas, por ali seriam encontradas as impressões digitais de várias pessoas do Palácio do Planalto, onde contavam o dinheiro. Também não foi encontrada a assinatura do Genoíno na cueca do irmão. Então 9 ministros do STF decidiram usar os indícios e testemunhos que pululavam nas CPIs e nos autos. O PT, ridículo partideco, acho isto o fim da picada!

3. O domínio funcional do fato não dispensa provas

Eu já discuti, em minha leiguice a Teoria do Domínio do Fato, que apesar de ter origem alemã e ser ainda lá muito usada, não tem nada de nazista. Nem tudo que é alemão é nazista. Se assim fosse aquele país não viveria hoje numa democracia plena, carregando nas costas a Europa que teima em ser socialista, quando isto caiu de moda desde Tatcher. Ela depende de como seja usada por juízes, como qualquer outra teoria do direito e que envolve o processo penal. No presente, caso em que o PT fica mais ridículo ainda ao pedir provas para seu uso.

4. O risco da insegurança jurídica

Está é de tirar o chapéu e jogá-lo nas caras de pau de quem produziu o tal manifesto. Insegurança jurídica haveria se a justiça brasileira não fosse capaz de condenar réus quase confessos e confessos como os envolvidos no mensalão. Ainda pode haver alguma insegurança jurídica se o futuro presidente do STF não promover a justiça de chamar o Lula para responder por sua responsabilidade neste triste episódio, em sua história, e na história do Brasil.

5. O STF fez um julgamento político

Ora, será que quem pode fazer política é o PT para destruir a liberdade que hoje existe no Brasil. As mentes dos ministros são políticas como as de qualquer pessoa e veem sua responsabilidade nas atividades que desenvolvem para seu país. Dos 11 ministros, 9 foram nomeados pelo Lula e pela a Dilma. Ou seja, se fizessem política, seria um supremo petista. Mas, graças a Deus 9 deles tiveram mais responsabilidade do que os dois petistas de toga (Levandowhisky e Touflorido), que apenas tentaram obstruir o julgamento, culminando com aquela ridícula atitude de um que se ausentou quando viu que o Joaquim Barbosa havia invertido a pauta do julgamento, para, talvez, homenagear o Ayres Brito que se aposentaria logo em seguida, fazendo com que ele participasse da decisão histórica.

Enfim, eles dizem que a luta continua. E continua sim, cada dia sendo ouvida por menos pessoas, mesmo que o Dirceu, igual ao Fernandinho Beiramar, os oriente de um presídio, que pode ser até o Aníbal Bruno. Será que nosso governador vai ceder suas excelentes instalações para o bandido?

Para complementar esta leitura, eu ofereço um texto do Sandro Vaia, publicado em 15/11/2012, no Blog do Noblat e que se intitula: “Muito discurso, pouca eficiência”, que é um resumo do que foi e é este governo petista em todas os níveis. Graças a Deus o Recife livrou-se dele. Coitado dos paulistas.

“Já foi o tempo em que governar era apenas abrir estradas.

Para ser mais preciso, foi há 92 anos que Washington Luis adotou esse lema em sua campanha presidencial.

O Partido dos Trabalhadores, que chefia a coalizão que governa o País, costuma confundir Nação, Estado, País e partido. Para eles, parece ser tudo uma geléia só.

Por isso, parece estar muito mais preocupado em divulgar notas gravemente ofensivas às instituições republicanas, como o Poder Judiciário, culpado por condenar os malfeitos de alguns de seus mais ilustres militantes, do que realmente conduzir o país nos trilhos do crescimento sustentado com eficiência e competência.

Seria melhor que o partido que comanda a coalizão se preocupasse com o primor de gestão que está sob sua responsabilidade e sob o comando da senhora gerente famosa por seu rigor e seus murros na mesa que, por enquanto, entre outras coisas, produziu:

* oito apagões consecutivos no Norte e no Nordeste do País em menos de quatro meses;

* a declaração de seu ministro da Justiça de que preferia se matar a cumprir pena numa prisão brasileira, sendo que as prisões estão sob sua área de responsabilidade e dos 312 milhões de reais que deveria investir em sua melhora, conseguiu gastar apenas 63,5 milhões;

* o primeiro prejuízo da Petrobrás nos últimos 13 anos e perda de valor de mercado da empresa em mais de 50% em menos de 3 anos. A não realização de metas “irreais” (segundo sua presidente Graça Foster), entre as quais a construção de 3 refinarias prometidas durante o governo Lula;

* crescimento de 1,5%, o mais fraco entre os países emergentes, depois de o ministro da Fazenda ter previsto sucessivamente crescimentos de 4,5% ,4%, 3,5% , 3% ,2,5 % e 2%, sem acertar nenhuma das previsões;

* o anúncio repetido da meta da construção de 6 mil creches, sendo que não há notícia que tenham sido entregues mais de 10 em todo o País;

* a incapacidade de gerar o superávit primário prometido de 3,1% do PIB, ou 139,8 bilhões de reais;

* a incapacidade de atingir o centro da meta de inflação, de 4,5%, apesar das sucessivas baixas de juros promovidas pelo Banco Central;

* a incapacidade de gerar políticas públicas destinadas a reduzir a violência no País e melhorar o espantoso índice de 50 mil homicídios anuais;

* a falta de medidas destinadas a baixar o Custo Brasil e melhorar os índices de produtividade da produção industrial brasileira;

* atraso nas obras de transposiçao do Rio São Francisco.

Estes são alguns indicadores de que a gestão do País não deveria se resumir apenas à produção de manifestos recheados de bravatas políticas e vazios de conteúdo e bom senso.”

sábado, 17 de novembro de 2012

ESTOU VOLTANDO, RECIFE!




Por Zé Carlos


Voltei Recife
foi a saudade
que me trouxe pelo braço
quero ver novamente Vassouras
na rua passando
tomar umas e outras ..
e cair no passo.

Cadê Toureiros?
Cadê Bola de Ouro?
As Paz, os Lenhadores?
e os novos Batutas de São José?

Quero sentir
a embriaguez do frevo
que entra na cabeça
depois toma o corpo
e acaba no pé.

P. S.: Com o frevo do Luis Bandeira eu dou por encerrada minha estada aqui na América. Estamos voando hoje, junto com a AGD, para o Recife. Desculpem-nos por algum transtorno no blog durante este período de arrumação. Espero deixar tudo em ordem no menor tempo possível. Chega de Halloween.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O maluco beleza e o maluco institucional





Por Zezinho de Caetés


No último sábado e li um texto do Ruy Fabiano (“O espanto foi banido” no Blog do Noblat) onde ele tenta mostrar a distorção, em relação a regime democrático de direito, como pretende ser o nosso, e dar exemplos de pessoas ligadas ao partido no poder deste mau e autoritário hábito.

Eu o deixarei com vocês para tirarem suas próprias conclusões. Eu apenas cito aqui o presidente Ruy Falcão que deixou absolutamente claro que quando eles, depois do julgamento do mensalão, começaram a pensar num marco regulatório da internet (contra o qual nada tenho), não pretende ser uma regulação isenta e sim um conjunto de normas que mantenha o PT no poder sem o necessário poder de critica da imprensa. Vejam:

"[A mídia] É um poder que contrasta com o nosso governo desde a subida do (ex-presidente) Lula, e não contrasta só com o projeto político e econômico. Contrasta com o atual preconceito, ao fazer uma campanha fundamentalista como foi a campanha contra a companheira Dilma (nas eleições presidenciais de 2010) (…).

"[A mídia] produz matérias e comentários não para polarizar o País, mas para atacar o PT e nossas lideranças." "O poder da mídia, esse poder nós temos de enfrentar."

O que eles querem não é regulação e sim um conjunto de normas que justifiquem as falcatruas praticadas pelo partido durante seu governo. E para isto controlar e censurar a mídia é fundamental, como atestam o Chaves na Venezuela e a Cristina na Argentina.

E vejam no texto a seguir a desfaçatez do meu conterrâneo, que está dando uma de maluco institucional, sendo a metamorfose ambulante de sempre, para ferir as normas de nossa república e para se livrar da nódoa do mensalão. Fiquem com o Ruy Fabiano.

“O ex-presidente Lula, segundo os jornais, teria protagonizado há dias mais um ineditismo: aconselhado a presidente Dilma Roussef a não comparecer à posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa.

Seria uma retaliação ao comportamento considerado hostil do relator do mensalão aos petistas. Como Lula não a desmentiu, a notícia, embora inimaginável, foi tida por verdadeira.

Felizmente, a presidente, ao que parece, não acatará o conselho - e nem pode: nem o cargo que ocupa, nem o que ocupará o ministro Joaquim Barbosa podem ser contaminados por idiossincrasias de qualquer espécie, em hipótese alguma.

Acima de ambos, há as instituições que presidem. Dilma chefia um Poder, o Executivo, e Barbosa outro, o Judiciário, que, segundo a Constituição, além de independentes, devem ser harmônicos.

Em circunstâncias normais, tal informação jamais seria publicada. Morreria nas mãos do diretor de redação, por absurda.

Mas, nos tempos que correm, não apenas é verossímil como acaba sendo publicada com destaque, lida e comentada até com certo tédio. O espanto foi banido da cena política.

O julgamento do mensalão expõe o desprezo institucional com que Lula e o PT se comportam diante de um Poder da República. O que já se declarou sobre a mais alta Corte de Justiça do país, desde o início do julgamento do mensalão, é inacreditável.

O STF já foi acusado de estar a serviço “de uma elite suja”, e de seus ministros estarem jogando para a plateia.

Até o televisionamento direto das sessões, antes considerado um gesto de transparência, foi tido por antidemocrático.

O PT confunde partido com governo - e governo com Estado.

Lula, quando assumiu a presidência, mandou desenhar na grama do Palácio da Alvorada – um bem público – a figura da estrela do PT e pintá-la de vermelho. Já não era mais um palácio do Brasil, mas de um partido. Essa visão distorcida explica o que ocorre.

No final de setembro, o senador Jorge Viana (AC) ocupou a tribuna do Senado para destilar sua verrina contra o Supremo. Considerou um absurdo que ministros nomeados pelo governo do PT “votassem contra o PT”, como se lá estivessem cumprindo missão partidária.

A declaração por inteiro é esta: “Só não vale nossos governos indicarem ministros do Supremo, e eles chegarem lá e votarem contra por pressão da imprensa”, disse ele.

Sobrou, como de costume, para os jornais.

Mesmo os réus já condenados tecem considerações críticas sobre a Corte que os condenou, esquecidos de que a condição de condenados, dentro do devido processo legal, lhes retira qualquer autoridade para se manifestar sobre o delito que cometeram.

Para tanto, dispuseram de advogados, aliás do primeiro time, que expuseram seus argumentos, mas, dentro do rito judiciário, não convenceram.

Mesmo assim, estabeleceu-se a inversão dos papéis: os réus passaram a julgar os juízes – e a condená-los. Os exemplos são muitos; vejamos alguns.

José Genoíno diz que seu julgamento não foi isento. Ora, se não foi isento, não há outra hipótese: foi desonesto. Não há meia gravidez.

Já José Dirceu escreveu em seu blog que “a sede” do STF em condená-lo “mostra total desconsideração às provas contidas nos autos e que atestam minha inocência”.

Ora, um tribunal que tem “sede de condenação” é um tribunal injusto – e, portanto, de exceção.

Mas não é só: o deputado Paulo Rocha, depois de declarar que “ninguém está negando que houve os empréstimos fraudulentos, os repasses” (e já podia parar por aí), protesta, indignado: “mas não teve compra de votos, foi para pagar conta de campanha.” Ah, bom.

O PT, por sua vez, anunciara que faria uma manifestação pública contra o Supremo. Foi desaconselhado por Lula, mas não por razões institucionais – e sim de ordem pragmática. Poderia não causar boa impressão ou agravar as condenações.

O que preocupa, em tal contexto, é a circulação de outro rumor: de que a próxima nomeação para o STF, na vaga do ministro Ayres Britto, que se aposenta semana que vem, recairia sobre um companheiro, que lá cumpriria missão partidária.

Fala-se no advogado Beto Vasconcelos, de 35 anos, que exerceu o ofício por apenas três anos e cuja maior credencial seria a de ser filho de um ex-companheiro de luta armada da presidente.

Beto pode até ser um gênio, mas não preenche o quesito de “notório saber jurídico”, até porque, até aqui, ninguém o notou, dentro ou fora da comunidade jurídica.

Notório saber não é uma abstração: implica reconhecimento público, um caminho já percorrido. Não é notoriamente o caso.”