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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Para onde vamos no Recife?





Por Zé Carlos

Eu, como qualquer outro cidadão que mora na cidade de Recife, e a tem como terceira pátria, não pude me esquivar de sentir sobre o que leio relacionado à política nesta cidade. Acompanhei estarrecido a esta chamada “prévia” do PT por aqui. Mesmo me considerando apenas um político aristotélico, é muito difícil se calar diante do que foi produzido por este partido, desde que assumiu o comando da capital de Pernambuco.

Depois de assistir à destruição da Conde da Boa Vista, com o coração partido, sentindo o mesmo de todos que andaram por lá nas décadas de 60/70 almoçando por ali pela Faculdade de Direito e frequentando a biblioteca do Curso de Ciências Econômicas, com seu trânsito livre e pacato, e hoje vendo aquele caos, é muito difícil ficar calado. Hoje já não ando mais pela Conde da Boa Vista, que é um lugar proibido para menores e também para maiores e que já desfrutam a regalia do Estatuto do Idoso. Criando uma estatística, com tantos fazem, eu diria que de 100, nesta faixa etária, que por lá passam, uns 70 são assaltdos.

Aliás, hoje já não ando mais no Recife, a não ser no entorno de minha casa, de onde posso gritar por socorro, quando o ladrão levar o meu relógio (com sorte, pois eles costumam levar a vida também, a não ser que tenhamos tempo de citar os termos do Pacto pela Vida, o que nem sempre temos), isto, a pé, pois de automóvel está pior ainda. É quase impossível encontrar um período, durante o dia, no qual o trânsito não esteja engarrafado. Não há possibilidade mais de marcar encontros com previsão das horas. Quando, por um acaso o trânsito está livre chegamos antes da hora e mofamos pelas cadeiras de espera, quando o trânsito volta ao normal (engarrafado), chegamos atrasados quase sempre.

Foi a partir da gestão petista que foi implantado o Orçamento Participativo (OP), que é um instrumento de gestão que não era muito da minha época, quando o planejamento era mais “tecnocrátrico”, assim chamado por que era entregue às pessoas que estudavam muito para entender o processo social e tentavam a partir daí, propor o melhor para os habitantes de uma cidade ou de um país. Hoje, este tipo de planejamento virou lixo, e ser chamado de “técnico” é um ofensa leve, e ser chamado de “tecnocrata” virou um crime contra a honra.

No entanto, o que vejo é que as cidades estão piorando sua qualidade de vida a cada dia. As chamadas políticas públicas, que tentam ouvir a população parecem não está dando conta do recado de levar o povo a “viver tranquilamente na favela onde eu nasceu”. O Orçamento Participativo, até agora, nunca chegou ao meu conhecimento, pelo menos em meu bairro, a não ser pagar meu IPTU. E quando leio sobre ele nos jornais, quase sempre ele está voltado para um calçamento de ponta de rua ou construção de um chafariz. Enquanto isto, as repartições públicas se enchem de líderes partidários que odeiam quando são chamados de técnicos porque isto pode denotar que eles estão tentando entender como se comporta a sociedade em qu vivem. E isto é um crime, pois todos sabem que o Partido já sabe como isto acontece e só resta a fase de implementação.

E nos últimos 12 anos, principalmente, o que vimos em temos de eleições aqui no Recife foi um verdadeiro espanto. A guerra dos Joões está se tornando algo tão degradante que não sei se nossa cidade terá coragem de eleger mais um João para governá-la. Eu penso que o problema não está nos Joões mas no partido deles. Agora já temos a guerra do João com o Maurício, e logo à frente poderemos ter outras tantas guerras, que só enfeiam e esburacam nossa cidade.

O que eu espero é uma mudança de ares, postura e, por que não de partido? Para um ambiente onde se dê ao técnico o que é do técnico e ao povo o que é do povo, em termos de decisão. Não se pode esperar mais 8 meses ou mais para desalojar famílias que foram incentivadas a construir em cima de um túnel ou embaixo de um viaduto, quando as construções não deveriam nem terem começado. Eu fiquei penalizado com uma moça que perdeu seu barraco, onde morava com duas filhas lindas, porque foi dada a ela a “desoportunidade” de morar onde não poderia morar. Aí se torna bonito o discurso da erradicação da miséria e da pobreza, como se isto pudesse ser feito a toque de caixa e do dia para noite, sem provocar injustiças terríveis de todos os lados.

Eu não creio que haja sistemas sociais perfeitos, que solucionem todos os problemas humanos. Por ter sido economista por vários anos, esta ciência maldita que trata da escassez e de avisar aos incautos que não vivemos num paraíso, terminei ficando com a boca torta, viciado em duvidar de soluções milagrosas. No entanto, nosso milagre imperfeito ainda está sendo um processo democrático, ainda capenga, mas que nos dar a possibilidade de mudança de governo, dentro de um estado de direito. E hoje, o que sei é que o Recife precisa de mudanças em termos de governo. O que não sei ainda é para quem nem para qual partido. Está difícil!

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P.S.: Escrevi isto antes de saber do ato corajoso do João da Costa em peitar a executiva nacional do seu partido. Como sempre acontece na vida, tudo é um processo do qual tentamos captar quadro a quadro. Se ele conseguir manter ou não sua candidatura eu não sei. Só sei que não mudaria nada minha opinião acima.

Um comentário:

  1. COSTUMO DIZER QUE NO BRASIL INTEIRO O PT DEIXOU DE SER UM PARTIDO POLITIZADO PARA SE TORNAR NUMA GANGUE. QUANTO AO PSB, DAQUI, DE GARANHUNS, PARECE MAIS UMA GELEIA EM PE TENTANDO SE EQUILIBRAR NUM PRATO...

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