Em manutenção!!!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Dilma e o Zorra Total


Dilmaquinista


Por Zezinho de Caetés

O Blog do Augusto Nunes publicou ontem um texto de um dos seus colaboradores eventuais, o Celso Arnaldo Araújo, que me fez ver e ouvir o discurso de Dilma em Fortaleza, só para verificar se o que ele diz, e que concorda comigo, em preferir a Fabiana Karla, que faz a caricatura da presidenta no programa da Globo, o Zorra Total.

Todos já sabem que quando a Dilma fala de improviso é um desastre ambulante. Mas, desta vez ela exagerou e realmente descarrilou na promessa do metrô de Fortaleza. Eu, nunca vi algo assim. E chego a temer pelo nosso país, se deixarem, no exterior, esta mulher abrir a boca sem uma assessoria adequada.

Sua tentativa de se penitenciar pelo pito público que deu no governador Cid Gomes aqui em Pernambuco, foi de um pateticismo inimaginável. Ela chega a dizer que nunca na história deste país houve um programa como o Minha Casa Minha Vida. Com os resultados que vejo para ele, parece até uma brincadeira. Mas, não é, é uma coisa séria para ela, pois quando faltam as palavras, a cantilena de que o Brasil mudou, que não é mais o mesmo, etc. é a tábua de salvação.

Mas, fiquem com o texto que o blogueiro chamou de “No comando do metrô de Fortaleza, a maquinista-presidenta de chanchada vai de encontro ao desejo da população”. E se aguentarem  assistam ao vídeo até quando ela manda um beijo ao coração dos cearenses. Eu não sei se alguém infartou por lá, mas, eu quase o fiz.

Dizem que Dilma adora a imitação grosseira ─ao nível de palavrões cabeludíssimos ─ que dela faz na internet o humorista mineiro Gustavo Mendes. Mas sua meninona dos olhos, no perigoso terreno da galhofa, é a comediante Fabiana Karla, que interpreta a personagem Dil Maquinista no quadro “Metrô Zorra Brasil” ─ o ponto alto (no caso baixo) do programa Zorra Total, chanchada cativa das noites de sábado na Globo.

Celso Kamura, o samurai de aplique que cuida das madeixas presidenciais, confessou outro dia à revista Época que foi ele quem introduziu sua mais ilustre cliente à imitação de Fabiana. “Dilma morreu de rir e disse que é igual mesmo”, disse o coiffeur, sem revelar quem é a original.

Depois de assistir a este vídeo ─ com o triunfal discurso de Dilma na futura Estação Virgílio Távora, do metrô de Fortaleza, que deve começar a funcionar mais ou menos na mesma época em que correr o primeiro trem da Transnordestina e a primeira gota d´água da Transposição do Rio São Francisco ─ quem costuma ver o Zorra ficará em dúvida sobre quem imita quem. Dilma Rousseff não será uma sátira de Fabiana Karla?

Todos os 16 minutos do vídeo — que começa com um estranhíssimo pedido de licença da presidente ao governador Cid Gomes para “comprimentar esse povo fantástico do meu Ceará”, como se o povo pertencesse a ele ─ têm aquele diapasão de agonia característico da fala de Dilma, no qual as palavras erradas, para expressar pensamentos completamente sem nexo, vão saindo aos solavancos, escoltadas pateticamente por mímicas de esforço e esgares atônitos, como se estivessem sendo trazidas a fórceps de um arquivo morto que há anos não é consultado. Espremendo-se tudo, escorre a pataquada de sempre: antes de Lula/Dilma, o Brasil não tinha água, televisão, casa própria, muito menos metrô.

Não recomendaria a audição do discurso inteiro nem aos espectadores fiéis do Zorra ─ ao contrário de Dil Maquinista, a maquinista desgovernada não tem graça nenhuma. Mas destaco este trecho, que começa aos 9:14 do vídeo, como síntese de um esquete típico do Dilma Total:

“E isso significa que ela tem de ter uma estrutura de transporte de massa, que faça, que faça, mais do que jus, mais do que…… que vá de encontro ao desejo da população, mas que ela garanta pra Fortaleza que ela possa crescer sem ter aqueles problemas que hoje nós vemos ocorrer nas grandes cidades que cresceram antes no Brasil”.

Massa, que faça, que faça: não seria uma solução para o transporte em Fortaleza ou em qualquer das cidades “que cresceram antes” – mas talvez uma boa rima para Caetano.

“Mais do que jus, mais do que…”: está com jeito de desfecho de poesia concreta ─ se bem que, da família Campos, Dilma prefira Eduardo. Mas o mergulho da presidente num mundo sem palavras, por intermináveis nove segundos, entre “mais do que” e “que vá de encontro ao desejo da população” soa como o prenúncio silencioso do desastre de quem ainda confunde “ao encontro de” com “de encontro a”.

No fim do túnel do metrô de Fortaleza havia uma luz – mas era o trem do Zorra vindo de encontro a Dilma.”

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

ESCREVER: O TÍTULO DE UMA OBRA...


O título correto? (**)


Por Carlos Sena (*)

 O título de um artigo escrito é tão importante quanto o nome que se dá quando o filho nasce. Contudo, muitas vezes um título contém um chamamento meio marketing e, muitas vezes não significa muito o que está escrito como forma de conteúdo. Escrever é complexo, mas consegue ser simples ao mesmo tempo. Fazer marketing com um título não é pecado nenhum, mas temos que ter cuidados especiais, pois o leitor não pode se sentir traído na sua expectativa, exceto se o texto se compuser de surpresas que seduzam o leitor. O outro lado dessa moeda é quando se escreve um artigo com um título fiel ao assunto e muitos leitores principalmente via internet, não se sentindo motivados por ele passam por cima. Nesse contexto quando o título é erótico, certamente mais pessoas lêem – um pouco do que se espera destes tempos de consumo em todos os sentidos. Consumir uma leitura carece, na visão moderna equivocada, que tenha um apelo iniciado pelo título. Títulos com “Amor” já não fazem tanto sucesso quando no passado. Já títulos com apelos sexuais ou de violência, certamente despertam mais atenção de muitos.

Há que se fazer justiça aos leitores que lêem por amor a literatura. Esses, dificilmente se seduzem pelo título de um livro, de um artigo, de uma poesia. Os livros mais lidos do mundo não têm título atrativo, mesmo considerando que o marketing moderno muito contribui para que determinados autores anônimos logo virem celebridade na literatura, mesmo fazendo uma literatura fraca, mais pra “lixeratura”. Boa parte dos jovens da geração chamada de “Y” lê o que a internet lhe coloca na cara através de redes sociais, ou via e-mails nem sempre dignos de recomendação. Nas faculdades, quando os professores indicam livros pra pensar, a maioria deles não compra, mas xerografa as partes que lhes interessa e, desta forma, o conhecimento vai ficando cada vez mais fragmentado.

Tenho escrito muitos artigos no Recanto das Letras. A grande maioria deles com títulos fiéis aos conteúdos. Algumas vezes os acessos são pouquíssimos e, então, eu faço o teste: mudo pra outro título mais chamativo, talvez apelativo. Resultado: o número de acessos aumenta consideravelmente. Deste modo, compete aos escritores descobrirem o caminho que devem tomar ao titular suas obras. Prefiro muito os títulos criativos que, na maioria das vezes desperta interesse por si só. Isto porque sei que os leitores do Recanto têm pouco tempo para ler textos pesados, densos e com títulos secos, muito filosóficos, extravagantes. Um título de uma crônica, por exemplo, deve ser leve, e se possível conduzir consigo um pouco do conteúdo dela, pois a crônica no geral trata da visão do autor sobre o mundo, nem sempre o seu mundo, mas o mundo social... Outro viés dos títulos: o elemento surpresa na contradição do tema. Um conto erótico que leve no seu título expressões pudicas, nem sempre chamam atenção, mas quando o leitor se debruça nele e se envolve fica muito bem posto. Finalmente, nunca um título de uma obra literária por si só será unanimidade. Cada leitor, em seu universo cognitivo “viaja” num titulo pela forma, pela natureza, pela obviandade do assunto... Importante mesmo é que não se deixe de ler bons textos porque seu autor, por algum motivo, não foi bem na escolha do “batismo” dele... O resto a gente traça com os dedos da imaginação que o computador às vezes teima em não traduzir...

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 19/02/2012
(**) Esta foto já foi apresentada com o título de ponta-cabeça. Qual a que foi maquiada pelo Photoshop? Até nisto o título influi. Vale salientar que a foto não faz parte do texto original do Carlos Sena. Administração da AGD.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

100.000 alegrias!




Por Zé Carlos

Nos últimos dias nosso contador de acessos ficou mais gordo. Atingimos 100.000 acessos. Imaginem que não compramos nenhum um espumante para comemorar. Um ano e pouco atrás não esperávamos que chegássemos a tanto. Hoje, sem falsa modéstia, já esperávamos, embora não com a velocidade que o fizemos.

Hoje já temos uma média de mais de 10.000 acessos mensais e acessos diários que chegam a mais de 500. Estes são apenas números frios e calculistas e não refletem nosso prazer em trabalhar para informar (num amplo sentido) todos os bom-conselhenses, estejam eles onde estiverem.

Clique para ampliar.

Quando ocorre um número ou uma data importante, sempre pensamos em mudar alguma coisa, para melhor, naquilo que estamos fazendo. E temos muitas coisas que poderíamos melhorar em nosso blog. No entanto, tal qual promessas de ano novo, depois daquela data continuamos gordos e não aumentamos nem um passo em nossa caminhada.

Por isso, não prometemos mais mudanças específicas. Elas vão acontecer ao longo do tempo, sem alarde, e sempre com o intuito que ainda nos norteia, desde que pertencíamos à CIT Ltda e seu saudoso blog, que sempre acompanhamos com prazer: contribuir para que Bom Conselho seja cada vez melhor.

Sabemos que, tendo nascido e gozado das delícias daquela terra, o quanto é difícil até pensar que nossa cidade possa ser melhor do que aquela em que passávamos todos os dias pelas suas ruas em direção a nossas maiores e felizes atividades no Ginásio São Geraldo, e ainda íamos a pé.

Passávamos todos os dias, começando em Sebastião Siqueira, passando pela Sapataria Esperança, pelo Bar de João Jararaca (onde dava uma vontade danada de entrar e ir bater bola no tapete verde que eram as mesas de sinuca, mas, o medo de umas palmadas fazia-nos refrear), dando bom dia ao Ivan na Farmácia Crespo e seguindo até a Loja de Seu Gabriel.

Daí em diante era um pulo e estávamos no Ginásio, indo direto para o Tiro de Guerra onde nossos colegas, e nós próprios, tentavam mostrar suas aventuras do dia anterior, que na maioria das vezes se reportavam a brigas nas quais alguém apanhou, mas, iria ter volta. E era aquela paz.

Tocava a campainha, a fila feita e o conhecimento gerado pelo Seu Clívio,  Seu Valdemar, Dr. Cirilo, Seu Zé de Puluca, D. Ivonise, D. Eunice, D. Diva, D. Zuleide, D. Iracema, Professor Arlindo, e tantos outros que não me vêm à memória agora. Hora do lanche, mais conversas, mais brigas, mais futebol e voltávamos a encher nossa cabeça de conhecimento. Fim da manhã, correria para não chegar em casa e sim aproveitar os últimos momentos, jogando bola lá no alto do colégio.

E lá vamos nós a divagar, sobre as delícias que era nossa cidade. Quem é jovem e ainda vive por lá, dirá de nós: o cara é um louco. Como pode dizer que esta monotonia era uma vida feliz? Hoje, não andamos mais a pé. Todos têm carros. As ruas não foram feitas para pedestre e sim para estacionar carros. Já pensou alguém chegar a pé no colégio? Que vergonha, que decepção. No mínimo, vai no ônibus escolar. O cara é um louco.

E talvez sejamos mesmo louco. Eu diria, para não ficarmos tão triste que somos sonhadores. E o nosso sonho é que Bom Conselho ainda poderá ser melhor para as pessoas que hoje lá vivem, do que o foi para nós. Nosso devaneio, talvez seja que, através de um simples blog possamos contribuir para isto.

E o que nos estimula neste devaneio é que parece que com 100.000 idas a nossas páginas, se informando sobre França, Oropa e Bahia, os leitores da AGD parecem que acreditam nele também.

O que podemos dizer com esta experiência, compartilhada comigo pelos colaboradores fixos e eventuais na produção deste blog, é que só em pensar que pelo menos uma pessoa leu isto até aqui, já nos faz felizes, imaginem quase 100.000.

Obrigado mesmo!

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(*) A imagem ilustrativa é do Jameson Pinheiro, que justificou ter escolhido o Cruzeiro, porque ainda não chegamos à nota de 100.000 reais. Graças a Deus! Escrevi este texto no final de semana, e hoje nossa imagem com as estatística já esta desatualizada, havendo mais de 1000 acessos além daqueles mostrados nela. Vou ter que comprar um espumante e oferecer a todos. Obrigado outra vez!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A semana - "É o carnaval, estúpido!"




Por Zé Carlos

O James Carville, que era um marqueteiro do Bill Clinton durante a campanha eleitoral de 1992, cunhou uma frase que ficou célebre a partir da derrota democrata naquele ano: “É a economia, estúpido!”.  Agora, adivinhem qual o assunto abordado no filme abaixo, que tenta resumir a semana que passou.

Sem ser marqueteiro nenhum, eu diria:  “É o carnaval, estúpido!”. Sem querer com isto dizer que este evento não tem nada a ver com economia, porque é o setor com o que ele mais se relaciona.

Hoje, cidades inteiras, e cada vez em maior número, vivem da festa de momo. O exemplo clássico é o Rio de Janeiro, onde se, por um passe de mágica, o carnaval fosse extinto, dentro de pouco tempo, não aguentaríamos mais de cariocas em SUAPE, concorrendo, é claro, com os olindenses, por um emprego em outro tipo de bateria.

Mas, a relação maior do carnaval é com a política. Aqui em Recife, para efeitos de aparições políticas, o carnaval talvez só perca para a festa do Morro da Conceição. Atualmente, só não vai atrás do Galo da Madrugada político que já morreu, mesmo quando dizem, como nosso governador, que não é o mesmo folião de antes por causa da responsabilidade do cargo. Como, quase sempre, para se entender os políticos tem que se ler nas entrelinhas.

O filme não mostra, mas, até em Bom Conselho, devido ao carnaval, a semana foi movimentada. Bom Conselho é foda! Por qualquer besteira o pessoal começa a fazer críticas indevidas, como aquelas que foram feitas ao  jovem Felipe Alapenha, por ter preferido passar o carnaval em Pesqueira.

Em suma, a semana e o filme que a retrata não poderia deixar de ser sobre carnaval. Inclusive, sobre o melhor deles, o de Brasília, onde não se encontra nenhum político. Talvez, este seja um caso único no Brasil. Um carnaval sem políticos. Deve ser uma tranquilidade.

Mas, como vocês assistirão, no carnaval, acontecem coisas inusitadas. Por exemplo, termos dois pernambucanos homenageados no sul maravilha, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, com todos os seus méritos reconhecidos e com resultados tão díspares. Enquanto o Luiz Gonzaga levava uma escola de samba do Rio de Janeiro ao campeonato, o Luis Inácio Lula da Silva, levava sua um escola de São Paulo ao, quase, último lugar. Estes paulistas são uns ingratos mesmo. Viva o Rio.

Uma das coisas que me chamaram a atenção foi a capacidade desta festa de brincar com coisa sérias, como a paródia do samba, sobre a queda de um prédio no Rio de Janeiro. Ou com a greve dos PM na Bahia, que como sempre acontece, foram todos brincar no Olodum. Ou ainda, quando Brasília é apresentada como um cidade deserta de políticos. Bela época para se visitar o Congresso Nacional. Imaginem que havia até turista carioca dançando lá dentro.

Vejam a seguir o resumo da equipe produtora do filme da UOL e, em seguida, curtam mais uma semana. E se conseguirem rir, não se preocupem: “É o carnaval, estúpido!”

“O “Escuta Essa!” está em ritmo de Carnaval, com os políticos desfilando pelas passarelas do Rio, Salvador, Recife e São Paulo. Eles só não apareceram por Brasília.”

sábado, 25 de fevereiro de 2012

BLOCOS DO "EU SOZINHO"




Por Carlos Sena  (*)                                     

Da janela do meu quarto vejo os blocos passarem em festa momesca. Troças, caboclinhos, clubes tradicionais. Blocos do “Eu sozinho” entremeiam os movimentos que sobem e descem rumo às ilusões perdidas. Penso que as melhores ilusões são mesmo as perdidas, porque se não fossem assim, perdidas, talvez não nos levasse a busca incessante de ser feliz. Os blocos do “Eu Sozinho” refletem um pouco disto em plena avenida. De repente um boteco e um gole de bebida. No carnaval melhor chamar de bebida, pois muitos bebem tudo e, quando embriagados tentam, nalgumas vezes beberem a si mesmos ou a quem por perto de convier. Sinto em cada um daqueles que ali vão à busca de algo que nem mesmo sabem o quê, a permanência da vontade de tudo ser, talvez porque passam o ano todo na  suposta tristeza de nada serem.

O carnaval tem essa proeza. Transforma o belo em beleza, o súdito em realeza, o submisso em brabeza. Conclama o drama como se comédia fosse e faz da comédia o destino dos que, solitários lhe cultivam como ultima saída pra ser feliz. Sorrir é remédio pra curar o tédio, para resvalar a loucura que a sisudez falso moralista do cotidiano impõe. O carnaval propõe a não proposta da tristeza. Enaltece a beleza que se enamora das colombinas e pierrôs para semear no passo do frevo que a vida não tem travo, mas que é preciso ousar dela e rir dela e zombar dela. A vida sendo zombada se degenera em rios de felicidade – talvez ela saiba mesmo que só vale a pena viver se for na forma liberta que tão bem um beijo na boca de quem se ama significa.

No bloco do “Eu Sozinho” um flabelo discreto se posta na mão do passista. Apressa a passo, reverencia o estandarte e se perde nas esquinas onde supostamente as ilusões pegam o bonde do amor. “Bloco das flores, Andaluzas, Pirilampos, Após Fun” – eis o estribilho do frevo de bloco que irrompe no pátio de Santa Cruz. Sinal da cruz faz o passista que, sozinho, empunha seu flabelo e se perde junto da multidão ignorando que ela existe. Para aquele passista só existe mesmo o passo. O passo que ele deu em busca do sonho, do emprego, do amor...

Um dia será quarta-feira de cinzas e não se sabe se haverá pecado para ser perdoado. Da janela do meu quarto já não vejo mais os blocos, nem as troças, nem caboclinhos, maracatus... Há “Eus sozinhos carregando sonhos em suas marmitas frias”. Há “EUS” sozinhos esquecidos de que as esquinas em que passam são as mesmas que buscaram, no carnaval, ilusões perdidas. Pelo visto as ilusões continuam per-di-das, se-pa-ra-das! Devem ter sumido quando o clarim de momo, lá do alto da Sé de Olinda, entoaram os acordes do final do carnaval. Acorda Recife acorda, que já é hora de estar de pé. Levanta o carnaval começou no Bairro de São José...

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 (*) Publicado no Recanto de Letras em 16/02/2012

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

REQUISITOS LEGAIS E TÉCNICO DAS ONDULAÇÕES TRANSVERSAIS (LOMBADAS)




Por Renato Curvelo (*)

O DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito) é o órgão federal diretamente ligado ao Ministério das Cidades integrante do Sistema Nacional de Trânsito com autonomia administrativa e técnica de funcionamento.

O CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito) é o órgão diretamente subordinado ao DENATRAN e dentre suas diversas funções compete ao mesmo estabelecer as normas regulamentares referidas no Código de Trânsito e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito, bem como aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de sinalização e os dispositivos e equipamentos de trânsito, entre diversos afazeres.

Entre esses dispositivos de sinalização uma que nos é comum chama-se ondulação transversal ou popularmente chamada de “lombada”. As “lombadas” possuem a função principal de redutores de velocidade, todavia as mesmas só podem ser instaladas desde que obedecidos alguns requisitos técnicos de engenharia de tráfego e construção.

As lombadas podem ser de dois tipos, a primeira com largura igual a da pista, comprimento de 1,50 metros e altura de 8 centímetros, chamadas de TIPO 1. A segunda com largura igual a da pista, comprimento de 3,70 metros e altura de 10 centímetros, chamadas de TIPO 2.

As “lombadas” do TIPO 1 somente poderão ser instaladas quando houver necessidade de serem desenvolvidas velocidades até um máximo de 20 km/h, em vias locais, onde não circulem linhas regulares de transporte coletivo. Assim podemos concluir que as mesmas não podem ser instaladas nas rodovias.

As que podem ser instaladas nas rodovias são as denominadas TIPO 2, desde que as rodovias atravessem aglomerados urbanos. Para a colocação de ondulações transversais do TIPO I e do TIPO II deverão ser observadas, simultaneamente, algumas características relativas à via e ao tráfego local como índice de acidentes significativo ou risco potencial de acidentes, ausência de rampas em rodovias com declividade superior a 4% ao longo do trecho, ausência de curvas ou interferências visuais que impossibilitem boa visibilidade do dispositivo e volume de tráfego inferior a 600 veículos por hora durante os períodos de pico, podendo a autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via admitir volumes mais elevados, em locais com grande movimentação de pedestres, devendo ser justificados por estudos de engenharia de tráfego no local de implantação do dispositivo.

Algumas características de sinalização também devem ser obedecidas como placa de regulamentação "Velocidade Máxima Permitida", limitando a velocidade até um máximo de 30 km/h, sempre antecedendo o obstáculo e devendo a redução de velocidade da via ser gradativa, seguindo os critérios estabelecidos pelo CONTRAN e restabelecendo a velocidade da via após a transposição do dispositivo.

Placas de Advertência "Saliência ou Lombada" devem ser instaladas, seguindo os critérios estabelecidos pelo CONTRAN, antes e junto ao dispositivo, devendo esta última ser complementada com seta de posição. No caso de ondulações transversais do TIPO II, implantadas em série, em rodovias, deverão ser instaladas placas de advertência com informação complementar, indicando início e término do trecho tratado com estes dispositivos. Marcas oblíquas (pinturas em forma de faixas) com largura mínima de 0,25 m pintadas na cor amarela, espaçadas de no máximo de 0,50 m, alternadamente, sobre o obstáculo admitindo-se, também, a pintura de toda a ondulação transversal na cor amarela, assim como a intercalada nas cores preta e amarela, principalmente no caso de pavimentos que necessitem de contraste mais definido.

A responsabilidade pela fiscalização das “lombadas” no âmbito das proximidades urbanas é do município, assumindo o ente público (município) também as consequências advindas de suas instalações. Verifico, portanto, que em nossa comunidade, muitas das “lombadas” instaladas sob ação, pedido ou conivência municipal estão irregulares, tornando-se além de um grande desconforto um risco.

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(*) Publicado no Blog do Poeta em 21.02.2012

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Educação ou Miséria, é o nosso novo grito de independência




Por Zezinho de Caetés

 Durante o carnaval, entre o Galo e as ladeiras de Olinda, para evitar morte súbita, tive que parar um pouco, descansar e inclusive ler e fazer algumas das coisas que todos os mortais fazem. Não fiquem pensando que estou pensando no trivial simples como comer, descomer e tomar banho, para nos diferenciar do Che Guevara (esta Lucinha, que segundo o Altamir Pinheiro me ensinou tudo, e é verdade, tem cada uma que dá dez, dizer que o Che não gostava de água sobre o corpo, vejam só!).

E tentando fazer estas outras coisas encontrei esta boa análise, que transcrevo abaixo, sobre como a renda no Brasil é distribuída, ou vem sendo distribuída nos últimos anos do século passado os do início deste. Há até um gráfico onde li a matéria que reproduzo na imagem que ilustra esta postagem.

O texto é um Editorial do Jornal Folha de S. Paulo que se intitula “Menos desiguais”, e que tenta mostrar, dentro da boa técnica, o fato óbvio de que houve uma redução da desigualdade de renda no Brasil, inclusivo com o aumento da chamada classe média, no caminho inverso do que ocorre em países desenvolvidos, onde a classe média é comida pela crise, e nos emergentes, onde ela não desponta com o mesmo vigor que aqui ocorre.

O que conclui da leitura, e que vocês podem me corrigir lendo o texto reproduzido abaixo, é que o editorialista tentou dá a FHC o que era de FHC e a Lula o que era de Lula, sem querer, com esta ordem da frase, chamar o Fernando Henrique de César nem muito menos o Lula de Deus, ou vice-versa.

Segundo o jornal os programas sociais como o Bolsa Família e o maior nível de escolaridade foram decisivos nesta transformação, sendo que o primeiro deve-se mais a Lula e este último deve-se mais a FHC. Embora ele conclua que o nível de escolaridade é um fator mais importante no longo prazo, não há como negar a importância nos últimos 10 anos, dos programas sociais.

Para mim isto já era óbvio sem precisar mesmo de maiores recursos analíticos. A melhor distribuição de renda só se sustenta com a educação universalizada (o que começou com FHC no ensino básico) e de qualidade (que ainda não começou nem no ensino básico. Ou seja, não é muito fácil e nem simples dizer que o Lula descobriu a pólvora, pois de nada ela serviria se não houvesse o fogo acendido pelo FHC no decênio anterior.

É este fato que o PSDB não soube usar na eleição passada, com medo da popularidade do Lula, e o Zé Serra foi dizimado mais um vez. É ótimo que ele agora fique lá por São Paulo. Ele e os dirigentes que fizeram aquela campanha maluca, que parece continuar, é que causaram o grande fato político de qualquer eleição  no Brasil de hoje. Não importa se o candidato cuide ou não da educação para se eleger, o importante é que ele esteja associado aos programas sociais, que, como mostra a experiência, tem fôlego curto para melhorar a vida do nosso povo.

A conclusão do editorial é a correta: sem melhorar o acesso ao mercado de trabalho por meio da educação, o mero assistencialismo não dará conta de combater a pobreza no longo prazo, a não ser perpetuá-la num patamar mais “agradável”, como já se fala agora no combate a pobreza extrema.

Além disto, se quisermos realmente crescer e melhorar a vida do nosso povo, é necessário que se volte a pensar nas grandes reformas que FHC começou, Lula prometeu e parou, e Dilma não chegou nem a prometer, como a Reforma na Previdênica, Reforma Tributária, Reforma nas leis trabalhistas (ainda do tempo que se achava que Hitler iria ganhar a guerra), o incentivo ao empreendedorismo, e, principalmente a universalização (com qualidade) da educação em sua base e o exercício da meritocracia em seu topo, retirando as peias burocráticas que ainda existem no ensino superior em termos de corporativismo e diplomas mil, que, quase sempre não indicam nada.

Mas, leiam e meditem. Se este texto ainda for publicado durante o carnaval meditem vendo Ceroulas, se for depois o curtam já com as cinzas, que sempre vêem depois da folia. Eu mesmo ainda vou para os Irresponsáveis.

“A análise da mudança na estrutura de renda do Brasil nos últimos 20 anos costuma atribuí-la aos programas de transferência, como Bolsa Família. Trata-se, no entanto, de um fenômeno mais profundo de inclusão, ancorado no aumento dos rendimentos do trabalho e da escolaridade.

Após três décadas de concentração de renda, os anos 1990 deram início a um processo continuado de redução da pobreza e de melhoria na distribuição. Segundo o CPS (Centro de Políticas Sociais) da FGV, entre 1994 e 2010 a pobreza caiu 67%, e mais de 50 milhões de pessoas foram incorporadas à classe média (ou classe C, definida pela renda domiciliar mensal entre R$ 1.000 e R$ 4.500, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2009).

Esse grupo correspondia em 2009 a 50,5% da população, contra 31% em 1993. Já a parcela com renda inferior a R$ 1.000, agrupada nas classes D e E, decresceu no mesmo período de 63% para 39%. E as faixas mais altas (A e B), com renda superior a R$ 4.500, perfazem 11% da população, quase duas vezes mais que em 1993.

O Brasil trilha um percurso inverso ao que se observa em outras partes do mundo. Na maioria dos países ricos, os salários têm perdido participação na renda total, e a parcela retida pelos estratos mais ricos não para de crescer.

O achatamento da classe média ocupa o centro do debate político nos Estados Unidos e na Europa. A trajetória de afunilamento da riqueza se impõe também em nações emergentes, como China, Índia e África do Sul. Parece haver uma persistente tendência de concentração de renda.

As razões para tanto são menos claras, mas podem estar associadas à urbanização mais recente, que propicia um fluxo contínuo de novos trabalhadores, oferta que tende a represar os ganhos salariais na base da pirâmide.

São várias as razões para a peculiaridade do Brasil. A queda da inflação proporcionada pelo Plano Real, de 1994, trouxe o primeiro grande movimento de inclusão dos mais pobres, mas entre 1996 e 2002 o avanço foi mais lento por efeito da recorrente instabilidade econômica no período de Fernando Henrique Cardoso na Presidência.

A partir de 2003, a desigualdade voltou a cair em ritmo mais rápido, com a aceleração do crescimento econômico, a formalização do mercado de trabalho e o alargamento da cobertura de programas sociais durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Tornou-se lugar-comum, nos últimos anos, atribuir a parcela principal de tais avanços às políticas de aumento real do salário mínimo e aos programas de transferência de renda. Os dados, contudo, indicam que, apesar de relevantes, esses dois elementos juntos respondem por apenas um terço da queda da desigualdade, em média (ainda que em vários Estados mais pobres essa parcela seja maior, acima de 50%).

O aumento do salário mínimo acima da inflação é importante, por seu impacto nos benefícios da Previdência, mas não atinge os mais pobres -pessoas à margem do mercado de trabalho. Visto desse ângulo, o Bolsa Família se revela mais eficaz, por focalizar aqueles que mais precisam de ajuda.

Não é só: o Bolsa Família também sai mais barato para o Tesouro. Com uma despesa anual de R$ 18 bilhões (equivalentes a 0,45% do PIB brasileiro), o programa beneficia 21% da população. Cada ponto percentual de redução da desigualdade custa quase três vezes mais se obtido pela via de aumento do salário mínimo.

Mais que elevações do mínimo e programas assistenciais, a causa predominante da melhoria distributiva parece estar no aumento da renda do trabalho em geral.

O crescimento de renda mais rápido entre os pobres tem forte correlação com o adicional de anos de estudo da população ocupada. Dito de outra maneira: o aumento da oferta educacional, com a universalização do ensino fundamental alcançada no período FHC, desempenhou papel essencial em alargar oportunidades para ganhos no rendimento dos trabalhadores.

A redução da desigualdade não é, portanto, fruto exclusivo de uma política pública isolada, como o Bolsa Família. É resultado do maior crescimento econômico da última década, mas também de políticas nas áreas de proteção social e educação que vêm de antes.

Melhorar o acesso ao mercado de trabalho por meio da educação é o instrumento mais poderoso de combate à pobreza, muito superior ao mero assistencialismo.

Qualificar a mão de obra, popularizar o microcrédito e melhorar a produtividade do setor de serviços, o que mais emprega, com impostos simplificados e leis trabalhistas que incentivem a formalização de pequenas empresas - eis a chave para solidificar os avanços sociais dos últimos anos.”

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A semana - Andando com São Paulo




Por Zé Carlos

Antes se dizia que São Paulo era a locomotiva do Brasil. Hoje com nossa onda de que “ninguém segura este país”, São Paulo ainda continua sendo uma locomotiva e para não humilharem o restante do país, dizem que o Brasil agora é um trem bala.

Verdade ou não isto, mas, continuamos a mercê do auxilio dos sulistas para acabar a seca no sertão, mesmo que seja com ajuda de um  rio nordestino, o São Francisco, e ao mesmo tempo ficamos esperando sentados e como bons observadores do que ocorre politicamente lá pelo sul para tomarmos alguma iniciativa.

Pelo que vemos no filme da UOL desta semana duas pessoas lá de baixo do mapa, o Kassab e o Serra, ainda continuam dando as cartas, em termos de política municipal da cidade de São Paulo. Ainda bem que aqui em Pernambuco temos a esperança que o Eduardo Campos desponte como uma opção viável para a política nacional, influindo nas disputas municipais, pelo menos para não ficarmos nos últimos vagões.

Não podemos apresentar este filme durante o carnaval por estarmos cuidando de nossa folia, e mesmo se o tivéssemos apresentado ele seria visto por poucos brasileiros e brasileiros que deixam os festejos de momo por uma boa leitura de um blog. Embora que, ao ver a programação oficial do carnaval de Bom Conselho, da cidade mesmo, penso que não tivemos desfalque nenhum entre os nossos leitores.

Penso que nem mesmo a guerra religiosa declarada entre católicos e protestantes oficializada e desmentida por um ministro da Dilma, deve ter esquentado os tamboris para os bailes futuros nesta área tão sensível a nós bom-conselhenses, nascidos aos pés da serra de Santa Terezinha.

De qualquer forma, ver o vídeo é uma forma de ir voltando ao normal ou ao anormal depois do carnaval. Vejam abaixo a sinopse do vídeo da equipe e abaixo o vídeo da semana que passou, ainda sem o carnaval.

O "Escuta Essa!" desta semana destaca a futura eleição na cidade de São Paulo. O prefeito, Gilberto Kassab, se divide entre a atração petista e o passado próximo ao PSDB e pode forçar a volta do tucano José Serra ao cenário político como candidato a sua sucessão. Outra notícia foi pedido de perdão por parte de Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, para a bancada evangélica por conta de declarações polêmicas.”

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

DESEJOS




Por Carlos Drummond de Andrade

Desejo a vocês...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

As sem-razões do amor




Por Carlos Drummond de Andrade

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

VÁRIAS


Bom Conselho - PE


Por Fernando Pessoa

Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

*

Eu tenho idéias e razões,
Conheço a cor dos argumentos
E nunca chego aos corações.

*

Basta pensar em sentir
Para sentir em pensar.
Meu coração faz sorrir
Meu coração a chorar.
Depois de parar de andar,
Depois de ficar e ir,
Hei de ser quem vai chegar
Para ser quem quer partir.

Viver é não conseguir.

*

Tenho esperança ? Não tenho.
Tenho vontade de a ter?
Não sei. Ignoro a que venho,
Quero dormir e esquecer.
Se houvesse um bálsamo da alma,
Que a fizesse sossegar,
Cair numa qualquer calma
Em que, sem sequer pensar,
Pudesse ser toda a vida,
Pensar todo o pensamento -
Então [...]

*

Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Vamos ao Galo da Madrugada, mas, cuidado com a Ficha




Por Zezinho de Caetés

Hoje estou como uma metamorfose ambulante da música do Raul Seixas,  como meu conterrâneo Lula se definiu um dia. E assim sendo, não tenho opinião formada sobre tudo. E nem mesmo sobre quase nada.

Não sei se escrevo ou  me prepare para o Galo da Madrugada, que já se encontra imponente me esperando na ponte Duarte Coelho. E quando penso em escrever, aí minhas dúvidas aumentam demasiadamente, ao ler um texto do Merval Pereira, publicado em O Globo, que ele chamou de “O passado condena”, onde lucubra sobre a recém aprovada Lei da Ficha Limpa.

Ninguém pode ser contra a algum dispositivo legal que venha moralizar a política neste nosso país, que, desde de Pero Vaz de Caminha, com seu alardeado nepotismo, começou tudo. No entanto, hoje temos uma Constituição que deve ser cumprida se quisermos viver num estado de direito pleno.

Eu vi alguns dos debates no Supremo e já estava metamorfoseando ambulantemente com a tal de “presunção de inocência”, que segundo um dos ministro, é quebrada pela lei, e aí me vem o Merval com este novo aspecto, para o qual eu ainda não havia atinado. Leiam-no, e eu volto lá em baixo,mas, se vocês não demorarem a ler, porque se houver delongas, eu irei me fantasiar para ir ao centro do Recife:

“Um dos pontos mais importantes para a atividade política decidido ontem, na segunda sessão de votação da Lei da Ficha Limpa, que acabou sendo aprovada para entrar em vigor já nas eleições municipais deste ano, foi a possibilidade de impugnar-se candidaturas por fatos passados.

Da mesma maneira como a vigência da lei, esse seu detalhe fundamental foi aprovado por 7 votos a 4, alterando-se apenas dois votos: o ministro Dias Toffoli, que votou contra a lei, não viu inconstitucionalidade em relação à possibilidade de causas de inelegibilidade atribuídas a fatos anteriores à vigência da lei.

Já o ministro Marco Aurélio Mello, que votou a favor da lei, foi contra a utilização de fatos pretéritos como motivo para impugnação de candidaturas.

“Vamos consertar o Brasil, mas vamos consertá-lo daqui para frente”, disse o ministro. Na sua visão, aprovada como foi essa possibilidade, em vez de uma renovação normativa, temos “uma revolução”.

Mesmo que Toffoli mude sua posição, pois ele se disse sensível a revê-la nesse aspecto, a maioria de 6 a 5 se imporá.

O ministro Cezar Peluso chegou a afirmar não conhecer “nem em regimes autoritários” a legislação atingir o passado. Ele foi irônico ao ser confrontado com o fato de que a maioria estava contra a sua posição:

“A lei assim perde o caráter prospectivo e geral, ganha caráter particular. Ela deixa de ser lei e passa a ser um confisco de cidadania.” Por essas razões “e com o respeito à douta maioria, sempre mais sábia”, Peluso registrou que há nessa decisão uma “retroatividade maligna”.

O presidente do Supremo usou um argumento quase filosófico para reafirmar sua convicção: “Nessa situação, há supressão da responsabilidade ética, pois a pessoa não tem sequer a possibilidade de evitar a conduta censurada.”

O ministro Ayres Britto em seu voto definiu que existem três valores consagrados: a democracia, o meio ambiente equilibrado e a moralidade da vida publica. “Valores que todo povo que se preze consagra na sua experiência histórica.”

E por que a Constituição reage de forma tão severa à improbidade?, perguntou o ministro, para colocar o dedo na ferida: “Porque nossa reputação nesse campo não é boa. Permitam-me citar um trocadilho do padre Antônio Vieira: ‘Os governadores chegam pobres às Índias ricas (como o Brasil era chamado) e voltam ricos das Índias pobres’.”

Ayres Britto defendeu a tese de que a Constituição mandou considerar a vida pregressa do candidato, “que não pode estar imersa em nebulosidade no plano ético”, pois a palavra “candidatura” vem de “cândido”, “limpo”.

Para ele, a Lei da Ficha Limpa tem uma ambição de implantar no país “uma qualidade de vida política e acabar com uma cultura perniciosa”.

O ministro Celso de Mello disse que a decisão, na realidade, “é o reconhecimento da possibilidade de o legislador imputar a situações pretéritas já consumadas a irradiação de novo efeito de Direito fundamental de participação política.”

O ministro Luiz Fux rebateu: “O cidadão teria o direito adquirido de cometer o ilícito e ainda poder concorrer?”. Ao quê, Ayres Britto aduziu: “A renúncia não pode significar blindagem.”

Para ele, ao falar expressamente em “vida pregressa”, a Constituição se referia ao passado. “Se a vida pregressa é pautada por esse namoro com o ilícito, é de se supor que vá aprofundar esse namoro no cargo público.”

A certa altura do julgamento, o ministro Gilmar Mendes criou um embaraço ao dar um exemplo do que seria uma exorbitância da lei. “Fico com a preocupação de o legislador amanhã querer ampliar a lei e abarcar outros fatos do passado. Na semana passada, discutimos a Lei Maria da Penha, que tem um sentido próprio de afetar culturas. Imagine se todas as pessoas que se envolveram em espancamento de mulheres (que, embora lamentável, parece ser um esporte nacional) ficassem inelegíveis? O ato é torpe, mas razoável apanhar esse fato para refletir sobre efeitos futuros?”.

Acontece que a ministra Cármem Lúcia, justamente na discussão da Lei Maria da Penha, havia reafirmado que as mulheres, inclusive as ministras do Supremo, sofriam discriminação.

Mesmo criticando, chamar o espancamento de mulheres de “esporte nacional” não foi a melhor maneira de defender sua tese.

Os ministros criticaram duramente os políticos. Celso de Mello disse que a grande falha é imputável “não ao povo, mas aos partidos, que escolhem mal seus candidatos”.

Ayres Britto lembrou que a lei veio 16 anos depois da Emenda Constitucional Revisora número 4, que previa a análise da vida pregressa. “O Congresso estava em mora, não atendeu por conta própria o chamamento da Constituição. O povo cansado, desalentado, se organizou sob a liderança de mais de 70 organizações e criou a iniciativa popular.”

O ministro Gilmar Mendes não se deixou intimidar pelas afirmações de que a vontade popular vai no sentido de aprovação da lei, afirmou: “Ao meu ver, é completamente equivocada a evocação de um desejo de uma maioria popular momentânea, a vontade do povo, para justificar o prejuízo de um princípio tão importante quanto a presunção de inocência.”.

E ainda provocou: “Este é o mesmo povo que elege os chamados candidatos 'ficha-suja'. Qual vontade popular é a mais legítima?” Para o ministro Gilmar Mendes, a população passará a acreditar que a Lei da Ficha Limpa é solução porque não é muito difícil para a população acreditar no forte teor simbólico dessa lei.

“Mas a função desta Corte é aplicar a Constituição, mesmo contra a opinião majoritária. E porque o problema continuará”, frustrando as expectativas populares.”

Vejam a bananosa em que os ministros do supremo, e o povo, meteram os políticos. Agora não é só preciso jurar que não se “fará” isto ou aquilo, mas é necessário provar que nunca “fez” isto ou aquilo. Ou seja, não adianta dizer que não fará malfeitos, mas também tem que provar que nunca os fez. Afinal de contas, é a Lei da Ficha Limpa, e pelo que eu entendo ninguém tem Ficha Suja no futuro, embora, possamos calcular muito bem a probabilidade de tê-la, e não votar no indivíduo.

E o pior de tudo, é que o nosso sistema, onde se privilegia o voto do analfabeto e do povão é muito difícil aplicar a lei, pelo conflito de valores que ela envolve. Quem tem mais poder, o povo ou a lei?  Num sistema  democrático representativo perfeito (e não falo em democracia popular ou direta porque os erros são muito maiores pela sua difícil execução prática), no qual seus representantes fizessem leis justas, este conflito não existiria. Mas vivemos na terra e para isto temos os juízes que também deveriam ser éticos e justos.

Penso que o maior problema será o da evolução ou mudança de valores que ocorre hoje em dia numa velocidade inimaginável. Há pouco tempo atrás alguém surrar uma pessoa de cor era considerado tão normal quanto o espancamento de mulheres, que um dos ministros considera um esporte nacional. Depois da Lei Áurea e da Lei Maria da Penha, político que surrou um negro ou que bateu na mulher fica inelegível.

E o que dizer daquelas pessoas que cometeram adultério ou tem filhos fora do casamento, como provas vivas de sua ficha suja? Lembro de tantos, que se a Lei for aplicada ao pé da letra, faltarão candidatos nas próximas eleições, se esvaziarão nossos parlamentos e, também, serão poucos os juízes para dar a sentença final.

Como toda lei, ela é uma intrusão dentro do nosso sistema de costumes e valores, e, sendo no Brasil, mesmo que seja de difícil aplicação, ou, com outras palavras, “vai demorar a pegar”, penso que ela seja um avanço, tanto por ser uma iniciativa popular quanto por tentar por um pouco de juízo na cabeça dos nossos políticos.

Eu sei que, a Lei da Ficha Limpa não resolverá todas as mazelas dentro do nosso sistema político, mas, apenas o clamor que vi na imprensa pela sua aprovação já vai fazer um efeito danado na cabeça daqueles que querem se candidatar um dia. Isto não se aplica a mim, graças a Deus, porém, pensarei duas vezes no que farei amanhã no Galo da Madrugada. E já me previno, pois sei que vou correr o risco de ter a mesma doença do meu conterrâneo Lula, tomando minhas cachaças, então,  eu irei de ônibus.

Não sei porque agora eu pensei no Isaltino Nascimento.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Vamos entender o PT!?




Por Zezinho de Caetés

Esta semana encontrei algo muito útil no Blog do Augusto Nunes e queria passar para vocês estudarem durante o carnaval. É um glossário de expressões criadas pelo lulo/petismo que, quando usadas sem o correto entendimento pode causar grande confusão.

Nesta tarefa de ser comentarista político há destas coisas. Exigimos precisão e prática no trato com a linguagem, e o PT criou nestes 20 anos de existência uma língua, que o blogueiro chama de “novilíngua lulista” e temos que estudar muito para com ela conviver sem cometer gafes enormes.

Se não fosse minha ânsia para cair na folia de momo eu juro para vocês que o complementaria com termos tais como “poste”, “apedeuta”, “socialismo (do PSB)” e tantos outros que tem outros significados que precisam ser entendidos para entender nossos dirigentes no dia a dia político.

Aliás, este carnaval está me tirando mesmo de tempo, pois, alegando a falta dele,  me recusei a comentar um comentarista do Blog da Lucinha Peixoto que ainda acredita no “Socialismo Cientifico”. Tenho certeza que ou ele está usando algum glossário do PT do B, que não conheço, ou está ficando maluco. Mas, não posso me alongar pois Momo me chama e se é uma das coisas que não posso perder é o Galo da Madrugado, para o qual me preparo muito antes.

Mas, eu volto, depois de brincar na única “luta de classes” que ainda existe no Brasil, que é o encontro de Pitombeiras com Elefante no carnaval de Olinda. Por enquanto fiquem com o glossário da novilíngua lulista e o estudem, se puderem.

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aloprado. Companheiro pilhado em flagrante durante a execução de bandalheiras encomendadas pela direção do partido ou pelo Palácio do Planalto.

analfabetismo. 1. Pré-requisito para subir na vida. 2. Termo que, usado no sentido depreciativo, identifica outro preconceito alimentado por integrantes da elite golpista ou louros de olhos azuis.

asilo político. Situação jurídica que deve beneficiar todo companheiro ou comparsa condenado em outros países por crimes comuns ou atos de terrorismo.

base aliada. 1.Bando formado por parlamentares de diferentes partidos ou distintas especialidades criminosas , que alugam o apoio ao governo, por tempo determinado,  em troca de ministérios com porteira fechada (cofres incluídos), verbas no Orçamento da União, nomeações para cargos público, dinheiro vivo e favores em geral. 2. Quadrilha formada por deputados e senadores.

blecaute. Apagão

Bolívar (Simón). Herói das guerras de libertação da América do Sul que reencarnou no fim do século passado com o nome de Hugo Chávez.

bolivariano. Comunista que finge que não é comunista.

Bolsa Família. Maior programa de compra oficial de votos do mundo.

camarada de armas.  Companheiro diplomado em cursinho de guerrilha que só disparou tiros de festim; guerrilheiro que ainda não descobriu onde fica o gatilho do fuzil. (Ex.: Dilma Rousseff e José Dirceu são camaradas de armas.)

cargo de confiança. 1. Empregão reservado a companheiros do PT ou parceiros da base alugada, que nem precisam perder tempo com concurso para ganhar um tremendo salário sem trabalhar. 2. Cala-boca (pop.).

cartão corporativo. Objeto retangular de plástico que permite tungar o dinheiro dos pagadores de impostos sem dar satisfação a ninguém e sem risco de cadeia.

caixa dois. Dinheiro extorquido sem recibo de donos de empresas que enriquecem com a ajuda do governo, empreiteiros de obras públicas ou publicitários presenteados com contratos sem licitação.

Comissão da Verdade. 1. Grupo de companheiros escalados para descobrir qualquer coisa que ajude a afastar a suspeita, disseminada por Millôr Fernandes, de que a turma da luta armada não fez uma opção política, mas um investimento. 2. Entidade concebida para apurar  crimes cometidos pelos outros.

companheiro. Qualquer ser vivo ou morto que ajude Lula a ganhar a eleição.

concessão. Entrega ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores administrados até então por governos do PT (vide privatização).

controle social da mídia. Censura exercida por censores treinados pelo PT para adivinhar o que o povo quer ler, ouvir ou ver.

corrupção. 1. Forma de ladroagem praticada por adversários do governo. 2. Forma de coleta de dinheiro que, praticada por companheiros, deve ser tratada como um meio justificado pelos fins. 3. Hobby preferido dos parceiros da base alugada.

Cuba. 1. Ditadura que só obriga o povo a ser feliz de qualquer jeito. 2. Forma de democracia que prende apenas quem discorda do governo.

cueca. Cofre de uso pessoal utilizado no transporte de moeda estrangeira adquirida criminosamente.

ditador. Tirano amigo do imperialismo estadunidense (vide líder).

ditadura do proletariado. Forma de democracia tão avançada que dispensa o povo de votar ou dar palpites porque os companheiros dirigentes sabem tudo o que o povo quer.

erro. 1. Crime cometido por companheiros. 2. Caso comprovado de corrupção envolvendo ministros ou altos funcionários do segundo escalão ou de empresas estatais.

Fernando Henrique Cardoso. 1. Ex-presidente que, embora tivesse ampla maioria no Congresso, fez questão de aprovar a emenda da reeleição com a compra de três votos no Acre só para provocar o PT. 2. Governante que, depois de oito anos no poder, só conseguiu inaugurar a herança maldita.

FHC. 1. Grande Satã; demônio; capeta; anticristo;. satanás; diabo. 2. Assombração que vive aceitando debater com Lula só para impedir que o maior governante de todos os tempos se dedique a ganhar o Nobel da Paz. 3. Sigla que, colocada nas imediações do SuperLula, provoca no herói brasileiro efeitos semelhantes aos observados no Super-Homem perto da kriptonita verde.

líder. Ditador inimigo do imperialismo estadunidense.

malfeito. Ato criminoso praticado por bandidos companheiros.

MST. 1. Entidade financiada pelo governo para fazer a reforma agrária e levar à falência a agricultura. 2. Movimento formado por lavradores que não têm terra e, por isso mesmo, não sabem plantar nem colher.

no que se refere. Expressão usada pela Primeira Companheira para avisar que lá vem besteira.

ou seja. Expressão usada pelo Primeiro Companheiro para avisar que, por não saber o que dizer, vai berrar o que lhe der na cabeça.

pedra fundamental. Obra do PAC inaugurada antes de começar a ser construída.

privatização:  Entrega ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores administrados até então por governos inimigos do PT (vide concessão).

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P.S.: Ainda não havia sido publicado este texto, e pedi à AGD para complementá-lo com algumas coloborações adicionais vindas dos comentários do mesmo blog de onde tirei o anterior. Então, vejam as seguintes e serão aceitas outras palavras de outros colaboradores. Vamos trabalhar para entender este partido que nos governa.


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anistiado político. Companheiro que só não aprovou o regime militar para garantir uma velhice confortável como pensionista do Bolsa Ditadura.

conselho de ética. Grupo formado por pessoas que não acham antiético roubar o cofrinho de moedas da filha, tungar a aposentadoria da avó ou vender a mãe.

Copa do Mundo. Negócio da China.

consultor. 1. Companheiro traficante de influência. (Ex: Antonio Palocci é consultor). 2. Companheiro que facilita negócios escusos envolvendo o governo e capitalistas selvagens. (Ex: José Dirceu é consultor). 3. Companheiro que, enquanto espera um cargo no governo federal, recebe mesadas e indenizações de empresas que favoreceu no emprego antigo ou vai favorecer no emprego novo. (Ex: Fernando Pimentel é consultor)

contrato sem licitação. Assalto aos cofres públicos sem risco de cadeia.

convênio. Negociata envolvendo um ministério e ONGs fantasmas ou empresas pertencentes ao ministro, amigos do ministro ou parentes do ministro.

financiamento de campanha. Expressão usada por integrantes da quadrilha chefiada por José Dirceu e por testemunhas de defesa em depoimentos na polícia ou na Justiça sobre o escândalo do mensalão.

inundação. Desastre natural provocado por chuvas fortes que, embora se repitam em todos os verões desde o século passado, continuam surpreendendo o governo.

Mensalão. Maior escândalo que não existiu entre todos os outros ocorridos no Brasil desde o Descobrimento.

mercadante. Companheiro que revoga até o que considera irrevogável.

meu querido/minha querida. Expressões usadas por Dilma Rousseff quando está conversando em público com jornalistas ou ministros e não pode soltar o palavrão entalado na garganta.

ONG. Organização não-governamental sustentada por negociatas governamentais.

PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Maior concentração de canteiros de obras abandonados do planeta.

Pedro II. Dom Pedro II segundo Lula. (Ver Transposição do São Francisco)

presidenta. Forma de tratamento usada por candidatos a Sabujo do Ano ou companheiros com medo daquele pito que fez José Sérgio Gabrielli cair na choradeira.

reforma ministerial.  1. Substituição de ministros pilhados em flagrante pela imprensa independente. 2. Substituição de ministros obrigados a deixar o cargo para disputar a próxima eleição. 3. Troca de seis por meia dúzia.

revisão de contrato. Reajuste de sobrepreços e propinas.

Sírio-Libanês. Hospital a que recorrem Altos Companheiros com problemas de saúde para que o SUS, que está perto da perfeição, tenha mais vagas para os miseráveis, os pobres e a nova classe média. (ver SUS)

SUS. Filial em tamanho gigante do Sírio-Libanês reservada a quem não tem dinheiro para internar-se na matriz. (ver Sírio-Libanês)

Transposição do São Francisco. Projeto multibilionário concebido para promover o ex-presidente Lula a Dom Pedro III. (Ver Predo II)

trem-bala. Trem fantasma que partiu da cabeça de Lula e estacionou na cabeça de Dilma Rousseff, onde vai atravessar o século em companhia do neurônio solitário.