Em manutenção!!!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Uma viagem ao Reino de Seráfia


Palácio de Seráfia


Por Zé Carlos

Esta semana a Lucinha Peixoto publicou um texto sobre a novela Cordel Encantado. Ela sempre diz que eu sou viciado em novela e eu digo: só nas boas. Por exemplo, depois da saga de Brogodó não estou vendo nenhuma, continuamente. Até gostaria de ver O ASTRO que já vi, mas, a hora que passa é proibitiva para quem acorda cedo.

Zona Rural do Reino de Seráfia

Sede do Consulado de Brogodó em Seráfia


Tempos atrás publicamos umas fotos do casamento do Príncipe Williams e Lady Kate (aqui) que até hoje é uma das postagens mais vistas da AGD, talvez porque dizíamos que a Inglaterra era Seráfia, o reino encantado da novela que naquela época estava começando.

Representação da prefeitura de Brogodó em Seráfia - A cabeça de viado
foi enviada por D. Ternurinha.
Todos, inclusive eu, sabíamos que não era Seráfia, e pronto. Mas,  se na ficção nem tudo é tão simples, imaginem na realidade. O correto mesmo é que eu já fui a Seráfia, muito antes de saber que um dia seu pessoal viria para Brogodó e causar tanta celeuma.

Palácio Real de Seráfia

Palácio Real de Seráfia


Não posso dizer que vi o Rei Augusto e nem mesmo se ele estava no Palácio de Seráfia, pois não quis entrar nele, ficando a vagar pelos seus lindos jardins, com a minha acompanhante. Ainda penso que vi a Doralice Peixoto em um cavalo branco pousando para fotos dos turistas ávidos de aventuras como nós.

Palácio Real e a bandeira da Europa

Palácio Real e alguns turistas

Aqui deixo para vocês algumas fotos  para que contemplem a beleza do Palácio daquele reino encantado. Todas elas foram tiradas por mim, incluindo o filme que é mostrado no final. Elas, as fotos, mostram apenas que podemos viver num reino encantado, e só experimentar o encantamento anos depois.

Visão lateral do Palácio Real


Hoje, fico esperando um motivo para ir a Brogodó, que é bem pertinho de Bom Conselho, e onde já possui uma empresa que fechou há pouco tempo atrás, mas quando aberta, recebeu toda a sociedade de Brogodó. Hoje não sei como está aquela terra, mas breve irei visitá-la.

Doralice Peixoto nos jardins do Palácio, quando estudava em
seu curso de Direito.


Aproveitando para matar a saudade completa, de Seráfia, de Brogodó, do Cordel Encantado coloco a letra e a música do Gilberto Gil, que é uma beleza, ao ponto do meu neto cantarolá-la em toda a abertura da novela. Esta realmente deixou saudades.

Filme feito por mim no Reino de Seráfia, em 2008, quando nem imaginava que Brogodó existia:



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Letra da Musica de abertura de Cordel Encantado

Minha Princesa Cordel (Gilberto Gil)

Minha princesa,
quanta beleza coube a ti
Minha princesa,
quanta tristeza coube a mim
Na profundeza
O amor cavou
O amor furou tudo no chão
No coração do meu sertão
No meu torrão natal
Meu berço natural
Meu ponto cardeal
Meu açúcar, meu sal
Nossos destinos
Desde meninos dão-se as mãos
Nossos destinos
De pequeninos eram irmãos
E os desatinos
também tivemos que vivê-los bem juntinhos
E os caminhos nos trouxeram
pra esse lugar
A que vamos ficar
Amar viver lutar
Até tudo acabar

Musica de Cordel Encantado

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

UM AMANTE FAZ BEM.





Por Carlos Sena

Eu quero um amante, disse o rapaz ao seu pai. Ando depressivo, vendo o mundo cinza. Não tenho achado graça na vida. As mulheres me fazem bem, mas o Psicólogo, na sessão de ontem, me sugeriu arrumar um amante. Perguntei-lhe o porquê daquela sugestão, mas ele me disse para eu “ruminar”, comigo mesmo, e chegar às minhas próprias conclusões. Fiquei pensando que ele achasse que eu sou um Gay do armário, mas estou seguro de que não sou gay. O pai, por sua vez, ficou chocado, principalmente quando o filho lhe perguntou se ele tinha um amante. Vermelho, o pai do rapaz quase parte pra cima dele, pois talvez tenha pensado que seu filho estivesse insinuando algo como ser gay.

Na sessão seguinte de psicoterapia, foi questionada a proposta do amante. Então, decidiu que é importante ter um amante? Um silêncio ficou estabelecido por alguns minutos. O rapaz se coçava, passava a mão no cabelo e nada. Nada conseguia verbalizar acerca do amante. Finalmente conseguiu desembuchar: afinal que amante é esse que o senhor me sugeriu arrumar? – Eu não lhe sugeri arrumar, mas pensar nessa possibilidade. Mas eu não sou gay! Eu nunca lhe falei disto, disse o Psicólogo. Raciocine comigo, prosseguiu. O que te faz feliz? Há algo em que você pense o tempo todo e que te retarde o sono? Existe alguma coisa ou pessoa em que você se ocupe dela o dia inteiro e que te traz paz interior? Pois é. Amante é o que amamos. É o que nos conduz como fonte de prazer e nos dá objetivo de vida. Quando a gente ama o trabalho que tem, por exemplo, dá-nos a impressão de que não trabalhamos e ainda ganhamos salário pra isto. Escolher a arte como amante, a literatura como amante, um homem ou uma mulher como amante, a vida contemplativa dos monastérios como amante... É isto que torna as pessoas mais felizes, motivadas!

"Sua sessão terminou", disse o Psicólogo. Decida se você precisa arrumar um amante. O rapaz foi embora pensativo e nunca mais voltou. Certamente descobriu que tinha vários amantes em sua volta, mas lhe faltava a capacidade de objetivar isto...

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Publicado no Recanto das Letras  em 22/09/2011

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ainda a Ana Arraes no TCU e o nosso HE-MAN




Por Zezinho de Caetés

Dias atrás eu fiz um comentário nos blogs do Roberto Almeida e da Lucinha Peixoto, onde falava da  nomeação de Ana Arraes, mãe do governador, para o  TCU.

Num dos blogs o Zé Fernandes, meu ex-contendor, mesmo sem citar meu nome ou pseudônimo pergunta onde estaria minha genialidade. Eu não sei de onde ele tirou isto de genialidade, mas eu suponho tenha sido uma ironia por causa da verdade bem dita, como o sabem fazer os bons jornalistas e analista da política tupiniquim. Não fiquei chateado, mas, reproduzo outra vez o texto do Reinaldo Azevedo, pois se ele preocupou o Zé Fernandes, é porque tem algum valor. Leiam e volto depois.

A forma como se deu a eleição da mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PE), para o TCU é particularmente importante porque ele é considerado aqui e ali, de modo superestimado a meu ver, uma liderança emergente da política, um homem especialmente hábil, chegado ao diálogo, um construtor de consensos, essas coisas genéricas, imprecisas e um tanto pastosas com que costumam definir no Brasil a falta de clareza, a ausência de contornos programáticos, a paixão pelo conchavo, as costuras de bastidores. Em suma: nesse particular, não há nada mais velho do que o jovem Eduardo Campos, que se comportou como um coronel ao velho estilo. Ah, sim: sua mãe é a deputada Ana Arraes (PSB), mas isso não tem a menor importância. Se ela se chamasse Jocasta, Sevília ou Maricota, daria na mesma. Ninguém votou nela, mas no filho.

Campos ligou pessoalmente para todos os governadores, cabalando votos para mãe, para que estes pressionassem suas respectivas bancadas. É verdade: se um filho não apoiar a sua mãe, quem há de fazê-lo, não é mesmo? Quando se é governador de Estado e quando a progenitora é deputada, estando em disputa uma vaga num órgão de assessoramente do Legislativo e de vigilância dos gastos públicos, é evidente que as ligações são mais do que impróprias.

Elas afrontam o princípio republicano. Uma coisa é endossar o pleito da mãe; outra, distinta, é organizar a pressão, deslocando, inclusive, o alto escalão do poder no seu estado para dar plantão na Câmara. É descabido. Pela primeira vez na história, que eu saiba, havia até buttons para pregar na lapela em defesa do nome da deputada. Campos pôs a mãe no meio para testar o seu prestígio. Ele andou espalhando a história de que, depois de lançada a candidatura, acabou se arrependendo. Não faz sentido. Ele a patrocinou para testar o seu prestígio. Deve estar feliz da vida.

É claro que governadores ajudaram, inclusive os do PSDB, mas o grande cabo eleitoral foi mesmo Luiz Inácio Lula da Silva, que continua em campanha para 2014. Ele também  testava o seu prestígio. Os petistas e uma parcela importante do PMDB migraram em massa para Ana.”

Nos comentários eu parei por aí, pois o espaço era limitado. Aqui eu posso me estender um pouco com a ajuda de outros, com quem comungamos do mesmo pensamento, mas, escrevem melhor do que eu. Por exemplo a Marisa Gibson, a quem admiro pela precisão na análise política e pela sua não submissão aos mandões do Palácio do Campo das Princesas, diz no Diário de Pernambuco, em sua coluna (23.09) o seguinte, com título de “Sem contraponto”:

“A plenitude com que o governador Eduardo Campos (PSB) exerceu seu poder no processo da escolha da deputada Ana Arraes (PSB), sua mãe, para ministra do Tribunal de Contas da União, deve ser vista como um indicativo claro de que não haverá divisão da Frente Popular nas eleições para a Prefeitura do Recife. Quem estiver alimentando esta ilusão pode procurar outro recurso, sobretudo a oposição, para tentar conquistar o comando da capital pernambucana. E mais: se dentro da Frente Popular não tem nenhuma liderança que ouse romper com Eduardo, lançando um candidato a prefeito fora do guarda-chuva do Palácio das Princesas, entre os oposicionistas, com exceção do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), todos têm receio de um enfrentamento com o governador. Por trás deste receio está a aliança de Eduardo com o ex-presidente Lula, e a sua movimentação no país, como presidente nacional do PSB, com alianças em estados poderosos como São Paulo e Minas, além do seu controle dentro do Congresso Nacional. É uma realidade inegável e diz respeito a 2012, a 2014, e, quem sabe, a outras futuras eleições, apontando para uma só conclusão: Eduardo vai mandar por muito tempo em Pernambuco e tem todos instrumentos – poder, talento, coragem, ousadia e familiares ligados à política – para instaurar, se quiser, uma dinastia no estado, assim como fez ACM na Bahia e como é no Maranhão de Sarney. O espólio eleitoral da deputada Ana Arraes, por exemplo, certamente ficará com a família, que já tem a vereadora Marília Arraes (PSB) e, vez por outra, se levanta a hipótese, entre os aliados, de uma possível candidatura da primeira-dama, dona Renata Campos, a deputada federal, embora ela negue. Esta situação de plenitude é um reflexo da ausência de um contraponto. Em governos anteriores, havia uma oposição fraca mas havia. Até nos tempos da Arena, existiu a Arena rebelde. No governo Eduardo, a oposição é zero.”

Tudo isto é pura verdade, principalmente,  no que diz respeito à oposição. Não temos oposição no Estado. Basta olhar o processo eleitoral para as eleições de 2012, que vemos quanto nosso governador reina absoluto. Eu ainda não vi nenhum pré-candidato a prefeito, com exceção dos muito grandes municípios que digam serem contra as atitudes do governador.

Existem municípios onde o governo do Estado praticamente esqueceu que existe, e só quem existe é a imagem do governador na parede para ser reverenciada. Eduardo Campos, não só se tornou o novo ACM, o novo Sarney, ou o novo Jader Barbalho, ele se tornou o próprio Padim Ciço Romão Batista. E quando ele perambula com o apedeuta a tiracolo só não os chamam Cosme e Damião porque o Lula tem barba e os santos eram imberbes. Mas, que tem crianças correndo atrás deles para ganhar doces, ah, isso tem. Crianças enormes, que são os pré-candidatos a prefeito e que não vestem mais calças curtas.

Não se iludam e nem desesperem, mas hoje, na política pernambucano, o que a Marisa Gibson diz, que a Renata Campos vai ser deputada federal, já é considerado um feito menor para nosso HE-MAN da política. Realmente, sem contraponto e sem oposição, o nosso donatário poderá ir muito mais longe. Dentro de poucos anos, quando houver uma reunião do TCU, e chegar alguém na porta dizendo que a casa dos Arraes ou Campos estiver pegando fogo, a sala ficará vazia. Triste fim dos nossos Policarpos Quaresma.

Quando já havia terminado de escrever leio uma notícia sobre uns aluguéis de carros em Brasília, por parte do nosso governador e de nossa deputada, que, se procedente, pode mostrar que nosso HE-MAN está já está encontrando algum Esqueleto por este Brasil afora. Gastar R$ 303.000 com aluguel de carro com o nosso dinheirinho, poderia ser pouco, mas para fazer campanha materna, é demais! Mas, isto já é assunto para outro texto.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Testemunhos do Vovô Zé - Uma nova enquete




Por Zé Carlos

Hoje, como dizem os analistas de Bom Conselho, a cidade é um caldeirão de política. Com o evento da EXPOBOM e o comparecimento de muitos políticos importantes na cidade as fofocas e análises (mais aquelas do que estas) sobre as eleições no próximo ano proliferaram. E certamente continuarão pelo ano afora e pelo ano adentro.

O Palácio do Coronel é a grande meta dos políticos locais, como a Casa de Dantas Barreto é o prêmio de consolação para aqueles que ainda não puderam mas sempre almejam chegar lá. Nós, que vivemos longe deste fogaréu, mas, como cidadãos nascidos lá, nos interessamos pelo destino dos nossos conterrâneos, ficamos sempre atentos à conversa.

Eu, como um político aristotélico, adora ler e ouvir as conversas sobre a marcha para o poder por parte de todos. Nestes últimos tempos, lendo os blogs de lá, já me sinto quase em casa para dizer que temos tantos candidatos a prefeito no próximo ano quanto é o número de partidos políticos. Será? Deixo a resposta aos analistas políticos e fofoqueiros políticos de plantão.

Nosso objetivo é proporcionar o máximo de informação possível ao nosso povo do ponto de vista do blogueiro interessado. Temos acompanhados 1001 enquetes sobre qual a preferência do eleitorado para colocar na prefeitura no ano que vem. Mas, ninguém que eu saiba perguntou ainda, quem ele não quer ver colocado lá, nem “pintado”. Como não temos meios tecnológicos para fazer uma pesquisa verdadeira sobre o grau de rejeição das pessoas, perguntando em quem o eleitor não votaria nem que a “vaca tossisse” ou nem se “o papacacinha secasse”, procuramos todos os nomes que apareceram nas últimas enquetes, os listamos e fazemos a seguinte pergunta aos nossos compatriotas:

“Dentre as seguintes pessoas, quem você não desejaria que fosse o prefeito de Bom Conselho nas próximas eleições?”

Como é impossível arrolar todos os que desejam serem prefeitos um dia, não podemos nunca dizer que o votante tenha todas opções possíveis. E aqui não colocaremos uma alternativa “outro”, porque eu mesmo iria votar nela, pensando em mim.

Esta enquete, terá várias rodadas, e terá a duração de 15 dias cada uma. A novidade em relação a outras é que os votantes, podem escolher mais de um candidato entre os apresentados. Em cada rodada serão retirados os 10 candidatos mais votados, isto é, aqueles que tiveram a maior taxa de rejeição.

Outra novidade é que alguns nomes que não foram arrolados nesta primeira lista poderão ser incluídos depois. Esta lista foi formada, pesquisando nosso blogs e meios de comunicação sobre aqueles que um dia foram aventados como possíveis postulantes à cadeira do coronel. Ela foi colocada em ordem alfabética. Desculpem-nos aqueles que são Doutor, mas não aparecem com tal na listagem, pois colocamos os nomes que mais aparecem na mídia, com o intuito de deixar claro ao eleitor quem é o indivíduo.

Como é diferente a enquete, e no intuito de dar ao votante todas informações daremos um exemplo com menos nomes. Na lista verdadeira temos 47 candidatos que são:

Alexandre Tenório
Alípio Soares
Ana Lúcia Olsen (Mama)
Ana Soares (CERU)
Arlan Curvelo
Audálio Ferreira
Bernardo do Posto
Cleonides Tenório
Cristina Curvelo
Daniel Brasileiro Filho
Décio Tenório
Dr. Daniel Brasileiro
Dr. José Arnaldo Amaral
Dr. José Tenório Neto
Dr. Sales
Dudé Amaral
Edézio Ferreira Filho
Edleuza Dionísio
Edvalda Carvalho
Eliomar Borges
Elisabete Borges
Emanuel Tenório Luna
Francisco Alexandre (Piúta)
Frei Zito
Geovane Lima
Gervásio Matos
Gilmar Aleixo
Givaldo Cavalcante
Hélio Urquiza
Ivete da Silva (Emfermeira)
José Maria Taveira
Judith Alapenha
Katiússia Araujo
Léa Ramos
Marcos Ferreira
Monsenho Nelson Brito
Nazário Filho
Paula Frassinete
Petrúcio Borges
Petrúcio Marinho
Renato Curvelo
Renato Ferreira
Renivaldo Tenório
Sílvia Borges
Socorro Marinho
Washington de Azevedo
Zenício dos Santos

 A nossa lista fictícia será composta apenas de 5 nomes, que são:

Zé Bebinho
Candeinha
Kololô
Gonga
Craúna

Vamos considerar que cada um desta lista fictícia vale por 10 na lista verdadeira. Então em cada rodada, ao invés de 10, eliminaremos um que tenha mais votos. Por exemplo, suponha que o resultado da primeira rodada, tenhamos o seguinte resultado, tendo votado 50 pessoas:

Zé Bebinho 10 votos
Candeinha 9 votos
Kololô 45 votos
Gonga 40 votos
Craúna 50 votos

Ou seja, todos que votaram, votaram em Craúna, e apenas 10 votaram em Zé Bebinho. Isto indica que na próxima rodada sairá o Craúna, e continuarão os outros 4. Na segunda rodada, podemos ter esquecido alguém, o Timotinho por exemplo, então ele entrará na lista.

Diferentemente da lista completa, onde sairão 10 em cada rodada, o empate é difícil, mas pelo regulamento, discutido e aprovado aqui na AGD, caso haja empates, por exemplos, no décimo lugar de cada rodada, haja alguns com votos iguais, deixaremos aqueles empates para outra rodada. Também, haverá depois da penúltima rodada uma sobra (se não entrar mais nenhum nem houver empates) de 7 candidatos não rejeitados.

Outra coisa importante é que cada computador não poderá votar mais de uma vez, mas, poderá mudar o seu voto, até o fim de cada rodada. Por exemplo, se o Zé Bebinho fez algo durante a rodada que desagrade o votante, mude seu voto do Craúna para ele.

Lembrem que os critérios de votação são sempre no sentido de votar naquele que não se quer, por algum motivo, sentado na cadeira do coronel. Para votar em quem você quer que sente naquela cadeira espere até outubro de 2012.

Ao chegarmos a estes 7 candidatos, faremos uma enquete normal, onde cada votante poderá votar apenas uma vez, e será escolhido o candidato menos rejeitado pelo eleitorado. Óbvio,  se houver representatividade deste processo em relação ao pleito de 2012, aquele que sobrar terá uma grande probabilidade de ocupar a cadeira do coronel, a partir de 2013.

Agora vocês, que me aguentaram até aqui, poderão perguntar, o que tem isto a ver com o Vovô Zé e seus testemunhos? A explicação é muito simples. Sempre que estou perto do meu neto Davi, estou participando de suas brincadeiras. Quando ele cansa de uma ele me propõe:

- Vovô, vamos brincar de outra coisa!

Foi lembrando desta frase do meu neto que resolvi lançar esta enquete, convidando a todos os virtuais eleitores de Bom Conselho:

- Vamos brincar de outra coisa!

Já dizia um filósofo argentino (nada contra na filosofia) que “evoluir é variar”, e que alguém já descobriu e me disse que “involuir também”, neste caso espero que evoluamos e esta nova brincadeira sirva para melhorar a escolha dos nossos eleitores em 2012.
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P.S.:  Terminei este texto ontem e hoje já vejo que, com 11 votos, as pessoas já pegaram o espírito da coisa. Mas, ao longo do tempo, esclarecimentos serão dados para que a enquete ajude na decisão de cada um.

ZC

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ANONIMATO - A RELEVÂNCIA DA OMISSÃO E A RELEVÂNCIA DO CONHECIMENTO JURÍDICO




Por Renato Curvelo

Um dia desses li uma postagem incorreta em um blog, parodiando minha palestra sobre anonimato e suas repercussões jurídicas, proferida no já conceituado evento do 2º Encontro de Blogueiros, promovido pelo brilhante e estimado Cláudio André Santos – O Poeta, parecendo mais que tinha sido escrita por um rábula (sem desmerecer), que apenas tem o dom da palavra, mas não possui o conhecimento técnico-jurídico, do que por um jurista, e pensando que alguém poderia tê-la visto também, vi, cautelosamente, a necessidade de fazer essa postagem para que o desconhecimento jurídico do escritor, eventualmente, não afete a boa ordem das relações jurídicas, causando um falso temor para aqueles que desejam autorizar postagens anônimas.

Pedindo vênia pela demora na postagem, é que o labor às vezes nos ceifa de momentos prazerosos da escrita literária ou doutrinária, volto ao esclarecimento popular. A obrigação do operador do direito é de interpretar, quando sabe, e aplicar as leis, a do legislador é de criá-las, moralmente perfeitas ou não. Independente de minha posição pessoal (que é pela identificação), a posição do direito é una.

Verifico que um parco conhecimento sobre relação de causalidade, ao se escrever um texto, interpretando erroneamente partes do texto penal, de forma isolada, pode ser fruto de um escritor que não acompanha a evolução da ciência jurídica, mas, fazendo ou não, obriga-me a trazer-lhe o conhecimento, esperando que aquele que vista a carapuça não se chateie de sentar novamente na carteira escolar, ainda que virtual. Sigamos.

A relevância da omissão, penalmente punida, conforme §2º do art. 13 do CP, somente se configura se o omitente conhece o fato e pode discernir se o “comentário” é verdadeiro ou não, do contrário não há omissão. Ou seja, a omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. Vou explicar melhor, mas se ficar difícil para o escritor do texto original entender, me avise para eu poder desenhar. Vejamos.

Se digo que FULANO desviou dinheiro público e eu sei que ele não desviou porque eu era o tesoureiro da sua gestão, caso eu permita uma postagem no meu blog dizendo que ele é  que desviou dinheiro posso ser responsabilizado por isso, pois eu tinha conhecimento da verdade. Mas se por acaso eu não participe de sua gestão, como posso atestar se ele desviou ou não o dinheiro público? Caso eu permita essa postagem, não poderei ser penalizado por isso, mas sim quem a elaborou. Aí pergunto: qual o resultado da postagem? Foi moralmente danoso por falar fatos inverídicos? E se os fatos forem verdadeiros onde está o resultado danoso? Como poderei distinguir? Se essa distinção não puder ser feita, não há relação de causalidade, tão pouco relevância da omissão.

O Superior Tribunal de Justiça através do Recurso Especial 1186616, firmou entendimento que o provedor de internet não precisa fazer controle prévio de conteúdo, isentando a Google Brasil Internet LTDA, de indenizar internauta ofendido no Orkut, decidindo que o provedor não participa na criação dos textos que são veiculados no site. É o caso dos Blogs que permitem a postagem, de forma automática ou não, onde seus criadores não estão obrigados a fazer controle prévio de conteúdo, nem podem ser punidos por permiti-los, já que não participam da elaboração dos textos.

Lembro novamente que o IP identifica cada máquina e cabe às investigações descobrirem o verdadeiro “infrator”, ressaltando que mesmo indesejável a verdade não é punida. Também lembro que a Internet é uma rede de domínio público. A justiça Federal do Distrito Federal, por meio do processo 20070110461634, isentou a Editora Três (Revista IstoÉ) e seus jornalistas escritores de sofrerem condenação indenizatória por terem publicado e assinado texto acusatórios baseadas em dados públicos.

Não demorarão a aparecer novos devaneios jurídicos tentando atemorizar os que permitem as postagens anônimas, não se iludam, se muito forem serão apenas rábulas e não juristas. Ainda falando do escritor, que divagando no alheio jurídico tanta levar o texto para uma conotação pessoal fazendo referência ao “joão sem braço”, lembro, se mais uma vez demonstrar-se desconhecedor do assunto, ou se o fator temporal não permitir-lhe lembrar, que tal gíria se refere a uma pessoa que finge não entender o que esta acontecendo para tirar vantagem da situação ou para o próprio bem (novamente, cuidado com a carapuça).

Não vejo como isso possa colaborar com minha situação, mas talvez outra gíria seja aplicada ao caso, ao seu caso, como “não meta o nariz onde não é chamado”, que é utilizado quando uma pessoa está fazendo algo, tentando escutar algo, presenciando ou falando algo que não deveria. Torno dispensável o alongamento da discussão pelo feitio que não tenho de tratar minúcias, todavia, adoraria fazê-lo, se necessário fosse, num ambiente didático-jurídico.

domingo, 25 de setembro de 2011

Semana dos brilhos: Da aluna e do professor




Por Zé Carlos

Esta semana foi repleta de coisas diferentes. Uma mulher fala pela primeira vez na ONU, e é nossa presidenta. Na Comissão de Constituição e Justiça, mais de 100 projetos são aprovados em menos de 3 minutos, por apenas 2 deputados (o que configura a maior produtividade já alcançado por um parlamento na história deste país e dos outros), e o ex-presidente Lula recebeu mais título de Doutor Honoris Causa.

Alguns dirão que o último acontecimento não é diferente, pois o Lula já recebeu muitos diplomas do mesmo tipo. O que eu achei diferente em relação a isto, é o número de títulos que ele ainda vai receber, e que não caberão num espaço tão pequeno como, numa igreja por exemplo. Já se pensa, pelo números de títulos que virão a serem entregues por este mundo a fora, a começar um processo de reciclagem dos diplomas, cujo produto dará para suprir a necessidade de papel da imprensa brasileira por muitos anos.

O que não é diferente mesmo é vontade do governo de meter a mão no nosso bolso para custear a saúde em nosso país. Isto já está virando rotina e o povo continua doente. Vejam a seguir o texto do produtores do filme da UOL, e em seguida o filme em si que resume mais uma importante semana de nossa vida política.

“Dilma Rousseff brilhou na assembleia geral da ONU, mas seu antecessor não ficou longe: recebeu pela sexta vez no ano o título de doutor honoris causa de uma universidade, dessa vez da Federal da Bahia. Já Dilma foi apelidada de "Dynamite Dilma" pela revista norte-americana Newsweek na semana que abriu a reunião internacional em Nova York. O outro tema da semana foi a empreitada do DEM contra as mudanças fiscais do governo. Os opositores derrubaram um novo tributo para a saúde e ainda entraram com uma ação contra a subida do IPI para os carros importados.”

sábado, 24 de setembro de 2011

Lembranças do Blog da CIT - I


Praça Pedro II - Bom Conselho - PE


Por Zé Carlos

Ainda durante o Encontro de Blogueiros, alguém, numa roda informal sentiu muito a término de atividades do Blog da CIT. Penso que todos, que acompanham os meios de comunicação em Bom Conselho e têm boa fé, sentiram também. No entanto, talvez ninguém mais do que eu.

Hoje, graças a Deus todos que faziam aquele blog estão alocados por aí, com seus blogs e suas colunas, menos o nosso Diretor Presidente. Este, ainda não se refez do tombo que levou, empurrado por alguém que ele pensava ser inteligente, e que depois se revelou apenas um poço de empáfia.

Este alguém que sentia falta blog, mandou até um recado para ele, no sentido de que reativasse o Blog da CIT. Eu pensei logo, que sem sua presença seria impossível, reativar o blog, mas iria dar o recado. E o fiz alguns dias atrás. Não houve jeito. Perdemos o Diretor Presidente, e o Blog da CIT, atuante, mas não perdemos o que foi por ele escrito durante quase três anos de trabalho ininterrupto para que Bom Conselho se tornasse cada vez mais uma cidade informada.

Resolvemos então, de vez em quando, ressuscitar alguns textos do próprio Diretor Presidente, principalmente, e até de outros que achemos importantes, e publicá-los aqui na AGD, que graças a Deus, continua com uma audiência grande e cada vez maior quando nos fazem críticas injustas e descabidas. Isto é natural. As pessoas vem ver se é verdade, vêem que é mentira e continuam lendo o blog. Começamos hoje com um texto de 31.10.2008. Leiam aqui abaixo ou leiam aqui http://www.citltda.com/2008/10/porque-cit-est-deixando-o-mural.html , e vejam que nestes três anos, parece que não mudou nada.

“Porque a CIT está deixando o Mural

Diante do que vimos recentemente no Mural do saite de Bom Conselho, não nos restou alternativa a não ser proibir nossos funcionários, qualquer um, de participação neste grande painel de informações. Poderíamos começar por qualquer dos ítens dos que nos influenciaram, eles são igualmente importantes.

Mas comecemos pela censura. Enviamos um e-mail para o editor do mural reclamando de sua censura a um texto nosso publicado abaixo neste Blog. Pasmem, este e-mail foi também censurado. Aqueles que o receberam (mais ou menos 100 pessoas da minha pequena lista de bom-conselhenses) podem verificar que falta uma parte do texto, considerado por nós de importância para entender a mensagem. Assim o texto não foi retirado, foi mutilado. Conheci o Saulo, um homem correto, calmo, decente, e como ele diz em mensagem por nós recebida, um homem simples e estudante de Direito. Ele não pode ter feito isto. Deve ter sido mal assessorado. Reconheço que o desejo pela imortalidade está tisnando os valores de alguns. Mas, ainda cremos que é melhor um mortal decente do que um imortal alma sebosa. No entanto, não poderíamos continuar como se nossas mensagens fossem Ulisses e nós fossemos a Penélope esperando seu regresso no Mural.

Outro motivo foi o Andarilho. Não foi pelo o que ele disse ou porque ele é mau. Mas pelo que não sabemos que ele é. Quando fala de religião ele deve inchar o pescoço ficar vermelho, pressão nas alturas. E se ele for um senhor de idade e tiver um enfarte. Não, não queremos este sentimento de culpa. Quando ele se revelar poderemos travar novos e calorosos embates, ele lá e nós cá.

Ligado a este motivo, mas um tanto diferente, foi o que escreveu o senhor Paulo Tavares sobre a Academia e sobre o Andarilho. Não o conheci pessoalmente, mas pelas suas fotos ele já é um senhor de idade. No entanto parece forte e não corremos o risco de ao respondê-lo causar qualquer problema à sua saúde. Se ele considerar, como consideramos que discordância não é ofensa pessoal, estaremos livre desta ameaça.

Então vamos lá. Só quem fala hoje em Academia Bom-conselhense de Letras é o senhor José Taveira Belo, repetindo um pouco os textos de um ou dois anos atrás. Até o Andarilho, seu ídolo, só fala: Academia de Letras, Artes, Ciências e Tecnologia de Bom Conselho, uma corruptela do título sugerido pelo nosso ex-diretor José Carlos Cordeiro. Academia só de letras é apenas uma tentativa de macaquear nossa Academia Brasileira de Letras que macaqueou a francesa. Hoje, estas letras que escrevemos aqui são formadas de 0's (zeros) e 1's (uns). Outras formas de expressão e conhecimento devem ser abordadas e terem os seus espaços. Onde deverão estar os excelentes músicos que temos? Os Artesãos? Os cantores? Os cientistas? E os xilógrafos (leram a bela e oportuna informação do imortal Jordalino Neto na Academia Virtual sobre Dila?). Isto tudo é para perguntar: Por que não PEDRO DE LARA como patrono? Foi um homem sério, trabalhador honrado, grande artista, divulgador de nossa terra, não matou nem mandou matar, nem bateu a bota na saída da cidade para não levar a terra de Bom Conselho. Devemos esperar um teatro? Não. Elitismo tem limite.

Depois o senhor pergunta: quem foi o "fraco das idéias" que "bolou" o afastamento do Andarilho da academia? Pelo que pesquisamos, o primeiro foi Alexandre Tenório, o segundo o José Arnaldo Amaral com a anuência do José Taveira Belo, depois nós no artigo em que fomos censurados. Confesso que destes só nós nos consideramos fracos das idéias, os outros três deveriam ser imortais de nossa academia. Um já é imortal. Dois deles saíram, porque ficarmos? Ou o senhor sabe quem é o Andarilho? Para nós, é um ex-seminarista jesuíta que anda perguntando se chinês tem alma.

Enfim, a CIT se retira do mural e vem para o seu Blog, mas não esquece Bom Conselho, isto é impossível. Está no sangue.

Cordiais Saudações
Diretor Presidente”

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O PERIGO PODE ESTAR PERTO DE VOCÊ!




Por Patrícia Gonçalves Miranda (*)

Pessoas encantadoras, educadas, compreensivas, bons ouvintes, atenciosas... quem não gostaria de conhecer e conviver com pessoas assim. Porém, muitas delas usam esses atrativos para “capturar” suas vítimas, pois elas possuem um diferencial, a CRUELDADE. Estou me referindo ao PSICOPATA ou SOCIOPATA, essas são algumas das nomenclaturas mais conhecidas para o perfil psicológico que vou descrever.

O psicopata é uma pessoa com déficit de sentimentos, não possui afeto, e suas emoções são quase inexistentes, além de não preocupar-se com o bem estar de outras pessoas ou da sociedade em que vivem. É um desvio de personalidade, que não é caracterizado como patologia, pois esses não possuem nenhuma lesão cerebral ou qualquer tipo de transtorno psiquiátrico, sua cognição é perfeita.

São pessoas frias, manipuladoras, megalomaníacas, egocêntricas, mentirosas, que não obedecem regras sociais, se divertem com o sofrimento dos outros, não possuem sentimentos de culpa, costumam se fazer de vítimas e de jogar a culpa do seus atos para outras pessoas ou para uma falsa história de vida criada por eles. A psicopatia existe em três níveis: leve, moderado e o grave. Eles agem de forma consciente e premeditada, sabem cada passo que estão dando.

As atitudes desses indivíduos podem ser uma “simples” mentira, que gere fofocas e intrigas, até a desorganização financeira e emocional de suas vítimas, bem como assassinatos, assaltos, roubos, dentre outros crimes cometidos por eles. O psicopata tem prazer em ver o sofrimento do outro, e todas as suas atitudes são em interesse próprio.

Eles podem estar inseridos na família, no meio político, nas igrejas, no trabalho, dentro do ônibus, em boates, festas, internet, etc. Enfim, qualquer um de nós pode ser vítima de um mau-caráter. Os psicopatas escolhem suas vítimas e conseguem atraí-las e encantá-las, com sua lábia, suas conversas interessantes. Geralmente sabem conversar sobre qualquer assunto, de maneira superficial, mas para os leigos, são verdadeiros conhecedores do tema em discussão.

Conseguem perceber o ponto fraco de suas vítimas, geralmente pessoas inseguras, carentes, de bom coração, boa índole e quando a conquistam, sugam tudo que podem de sua vítima, deixando-a verdadeiramente destruídas.

Existe aquele que estupra, tortura e/ou mata com requintes de crueldade. Esses indivíduos não se sentem nem um pouco constrangidos quando são desmascarados ou punidos, não demonstram nem um tipo de arrependimento e, na primeira oportunidade, voltam a fazer tudo novamente.

É importante saber que, nem todas as pessoas que cometem algum delito ou que estão presas, são psicopatas, pois muitas delas são providas de sentimentos e arrependimentos. Muitas vezes, cometem um crime em legítima defesa ou são surpreendidos pelo seu estado emocional do momento, e acabam se tornando criminosos. Esses sim podem ser recuperados. Para o psicopata não há tratamento, nem medicamentoso e nem psicoterápico. Eles se acham sempre corretos e não se disponibilizam a mudar.

Não existe uma comprovação científica do porquê tais pessoas têm essas características, pois elas já nascem assim, não dependem da educação dadas a elas. Claro que, quando os pais conseguem perceber que seus filhos possuem traços psicopatas e os educam de forma mais rígida, impondo limites mais sérios, pode minimizar e retardar o desenvolvimento de suas atitudes maldosas. O meio em que vivem também contribui para piorar ou minimizar o lado perverso. Mas é nato de tais pessoas terem essa má conduta de personalidade.

Até os 18 anos as crianças e os jovens não são considerados psicopatas, mesmo possuindo os traços característicos. É considerado pelos cientistas que estudam o comportamento infantojuvenil, que a maturação psíquica e biológica, desses indivíduos, só estará definida à partir dos 18 anos. Então crianças e jovens são diagnosticados com “transtorno de conduta”.
É possível prevenir-se e evitar ser vítima desses “monstros”. Porém, é necessário conhecer bem sobre o assunto, prestar bem atenção nas pessoas que vivem ao seu redor e observar bem de perto quem se aproxima, suas conversas, seu modo de olhar, procurar ter muitas informações sobre o novo “amigo” ou “pretendente” amoroso. Não ter dó de todo mundo, principalmente daqueles que gostam de se fazer de “coitadinhos”.

Mas é preciso ter cuidado, pois há muitas pessoas boas, e todos nós cometemos atos errados e nem por isso somos desprovidos de sentimentos. Não se pode viver “julgando” todo mundo. É necessário perceber pessoas suspeitas, e não achar que todos somos psicopatas.

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(*) Texto publicado no Blog do Poeta em 22.09.2011

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ecos do Encontro - A palestra do Magno Martins


Magno Martins no II Encontro - (Foto Magno Martins)


Logo após a palestra do Dr. Renato Curvelo e depois de um lanche, pois saco vazio não se põe de pé, continuou o II Encontro de Blogueiros de Bom Conselho. Eu, já abastecido interna e externamente com alguns Bob Esponjas (yogurte da Batavo), estava preparado.

Então começou a palestra do jornalista blogueiro ou blogueiro jornalista Magno Martins. Eu aqui mantenho esta dúvida se depois da não exigência do diploma para exercer a profissão de jornalista, se eu posso ser chamado de jornalista ou não. Penso até, que naquele encontro, se fôssemos cobrar o diploma de jornalista, só ficaria o Magno. Desculpem-me outros se tiverem diploma e eu não esteja sabendo. Mas, voltarei ao tema mais abaixo.

O início da palestra foi um vídeo corporativo, cuja corporação era o próprio Magno Martins e seu blog, onde ele mostra seu caráter de enfocar os fatos políticos. Confesso que não recordo muito bem todo o vídeo, mas só lembro que era mais uma peça publicitária do seu blog.

A palestra que se seguiu foi interessante pela citação de dados a respeito da inclusão digital e a força dos blogs nesta tarefa, além da demonstração dos diversos equipamentos usados atualmente para se produzir notícia com a celeridade que nosso tempo exige. Eu confesso que não prestei tanta atenção a estes números, porque já os conhecia. Talvez tenha havido uma exceção da qual me lembro. Ele citou que a blogueira mais velha do mundo era americana e tinha 93 anos, e eu sendo o blogueiro mais velho do Encontro, com os meus cabelos pintados (como me acusou o Altamir), fiquei sendo observado por alguns, como quem diz: “Oxente, o Zé Carlos é mais velho do que esta mulher!”, mas, declaro que ainda não cheguei lá.

O que mais me chamou a atenção foi o anticlímax que se seguiu, quando depois da brilhante palestra sobre o anonimato e sua defesa, o Magno Martins afirmou que exigia documentos para fazer comentários em seu blog. Eu nem disse nada para não parecer o advogado do diabo, o que nem precisei ser quanto ao anonimato em si. Eu não disse nada, e apenas fui ao Blog do Magno depois, cumprir minha obrigação de registrar na AGD, em Deu nos Blogs, a repercussão do Encontro, e não fui mais lá. Ora, se o que mais gosto nos blogs é a liberdade que se pode dar aos comentaristas, penso que, neste país com tantos descalabros de governos e que nos afetam tanto, alguém exigir o CPF de alguém para comentar é um exagero. Eu já acho até demais pedir uma Conta no Google (embora esta seja mais difícil de falsificar do que um CPF ou RG), imagina pedir CPF.

Seguindo a palestra, o Magno começou com uma crítica à não exigência de diploma de jornalismo para exercer a profissão de blogueiro, alegando, como quase todos, que o indivíduo faz um curso por quatros anos, com esforço dedicação e carinho e agora qualquer um pode ser jornalista. Meu Deus, eu não quis nem discutir isto, pois isto se chama chorar sobre o leite derramado e eu não senti nenhum pouco que ele fosse pelo ralo abaixo. Eu penso que ao exigir o diploma, aqueles que são verdadeiros jornalistas, saindo das universidades ou não, só tiveram a ganhar e também o público sedento de informações. Eu não sei porque o Magno Martins tem que temer a concorrência de pessoas como eu, jornalistas bissextos, quando ele é um grande jornalista.

A seguir, surgiu uma discussão sobre a criação de uma associação de blogueiros de Pernambuco. Eu não me lembro se isto estava previsto na palestra do Magno ou foi um blogueiro que o acompanhava, do qual não gravei o nome, a ideia. E lá vai eu outra vez eu fazer o papel de advogado do diabo, sem passar no exame da OAB e ainda mais sem diploma.

Quando alguém quer fazer uma associação de algumas pessoas, tem que pelo menos tentar definir o que é que se deve ser ou fazer para pertencer a esta associação. Por exemplo, Associação de Pais e Mestres, é fácil, entram pais e mestres. Associação Atlética do Banco do Brasil, só deveriam entrar atletas ligados ao Banco do Brasil,  embora ainda haja dúvidas se clientes podem. Associação de Amigos do Rei, deveria ser formada pelos amigos do Rei, e já começa a ser difícil de definir, pois o Manuel Bandeira só era amigo do rei em Pasárgada. E,  se nos mantivermos dentro do art. 53 do Código Civil Brasileiro  que diz o seguinte:  “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.”, aí é que não temos como definir mesmo uma associação de blogueiros, pois os fins econômicos de diversos blogs são evidentes, e eu, estou longe de ser contra isto.

O grande problema é definir o que é um blogueiro. Hoje eu penso, que, com a advento da internet e sua facilidade de colocar as pessoas frente a frente, o blog nasceu para ser algo ligado a indivíduos que quisessem se comunicar com outros sem está usando centenas e centenas de endereços, como nos e-mails, ou deixando recado em Murais, chateando a paciência dos outros. Então poderíamos até, com um pouco de exagero, considerar um blog a extensão de alguém que tenta se comunicar através desta grande rede com um endereço certo e sabido. Inicialmente, o blog era usado para dizer para os amigos que “o gato da família morreu e que o enterro foi uma beleza”. Foi evoluindo e chegamos a um ponto em que eles se confundem com grandes portais da internet com milhões de acessos diários, comentaristas e seguidores e cujas notícias hoje é do tipo, “o ministro tal roubou, abaixo o ministro”. Ou seja hoje, o jornalismo se popularizou (enquanto outros dizem, e eu não concordo, que ele se “avacalhou”).

Eu me considero hoje um jornalista quando escrevo para a AGD. Procuro, quando tenho dúvidas, até consultar minha filha que tem um diploma de jornalismo da UFPE, mas que se expressa por fotos, se eu estou exagerando quanto aos cânones do jornalismo tradicional. Mas, acho que estou fazendo o meu papel de blogueiro. O que não sei é como realmente me definir para pertencer ou não a uma associação de blogueiros.

Esta semana fui ao Mural da AGD, parabenizar o Cláudio André, o nosso blogueiro mais lido de Bom Conselho, pelo seu aniversário, e reclamei dizendo, como já havia conversado com outras pessoas, que gostaria de dar-lhe os parabéns lá no blog dele e não podia porque ele havia suspenso os comentários. Uma pergunta é: Deveria haver blogs sem comentários? Então para mim uma associação de blogueiros deveria exigir que seus associados abrissem seus comentários (e, para mim, até para os anônimos) e neste caso, até poucos dias atrás o Blog do Poeta não poderia pertencer a uma associação de blogueiros.

Este é só um exemplo da dificuldade de tentar formalizar, através de uma associação uma atividade que nasceu informal, é boa porque é informal e livre e que assim deve permanecer,  até quando ela conseguir chegar a estágio tal que possamos definir exatamente o que um blogueiro faz, e amarrá-lo dentro de um conjunto de normas, artigos e incisos, que servem apenas para vaquejar sua atividade orientando-o para manter o status quo e os governos e instituições de plantão, ou o que deles estão se beneficiando. Eu,  quando for obrigado a associar-me a algo assim, não o farei, pois já estarei sem meu blog.

E agora me lembrei bem que já faço parte da única associação de blogueiros que é digna de blogueiros, a LICAMPE  (Liga dos Comentaristas Anônimos do Agreste Meridional de Pernambuco)  cujo estatuto foi elaborado pelo genial blogueiro Altamir Pinheiro, do Blog Chumbo Grosso, de nossa cidade vizinha de Garanhuns e que pode ser visto aqui . Soube que a LICAMPE esgotou as primeiras carteirinhas de filiação somente com os anônimos que frequentam o Blog do Roberto Almeida e do Ronaldo César. Em Bom Conselho o pessoal está começando a esquecer o medo que lhes afligiu, quando disseram que andavam rastreando IPs. Depois do II Encontro a tranquilidade voltou a reinar na blogosfera papacaceira, e todos sabem que podem dela participar sem ódio e sem medo, sejam anônimos ou não.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

POLITICAMENTE CORRETO... Porque sou, mas não posso ser!




Por Carlos Sena (*)

Sou negro, mas não posso ser negro. Sou gay, mas não posso ser gay. Sou mulher, mas não posso ser mulher. Sou cego, mas não posso ser cego. Sou velho, mas não posso ser velho. Sou, mas não posso ser...
Vivemos em tempos difíceis em que somos sem podermos ser, porque o POLITICAMENTE CORRETO parece que nos aprisiona. Talvez chegue o dia em que teremos que ser POLITICAMENTE CORRETOS sem podermos ser. A sensação é que negro não gosta de si, nem Gay de si muito menos gosta. Tudo afeta, tudo constrange, tudo molesta, tudo traumatiza, tudo causa danos morais, etc.

Fique claro que não somos contra o politicamente correto, mas é porque se criou certo patrulhamento em função disto. Dá-nos a impressão de que as próprias pessoas pertencentes às minorias não se gostam de sê-las. Particularmente, se eu fosse negro, adoraria que me chamassem de negro e assim por diante. Porque o preconceito é além dessa caracterização, um mal que talvez a humanidade não tenha condições de abolir da face da terra. Exagero? Basta imaginar que estamos no terceiro milênio da era cristã e a civilização do amor ainda está balbuciando isto. Em nossa volta imperam em grosso e no varejo as discriminações, violências físicas e morais e outras em grosso e no varejo. O ser humano tem confundido união com reunião. Ficam todos em rede de internet ligados, teclando uns com os outros, mas não sai disto. Estimulam a falsa sensação de que estão unidos, ou mesmo que estão vencendo a solidão. Engano em dobro, porque a solidão tem se estabelecido como o mal do século do ponto de vista comportamental, não bastando que provoca a posteriori a sensação do desespero com o vazio que as redes deixam. As redes sociais de relacionamento reúnem, mas só as redes face-a-face unem, constroem processos possa continuar nesse “endeusamento”, pois mais parecem (as redes net) uma réplica do bezerro de ouro de Moisés quando do seu retorno do Monte Sinai.

Sou, mas não posso ser, embora gostasse de ser o que sou em minha essência. Outro dia numa palestra, fui me referir a uma bola preta de sinuca, e fiquei pensando se essa referência não incorreria no politicamente correto. Fui também dizer que a segunda-feira era dia de branco, fiquei do mesmo jeito imaginando essa situação. Acho até que esse modismo foi quem colocou as minorias nessa condição de “coitadinhos” como tem parecido ser... Mas não é. Na questão da homossexualidade, por exemplo, tem-se a sensação de que os gays são meio “não me toque”, o que não são. Da mesma forma que os idosos, pois eles não são o “fim da linha”, os coitadinhos como se quer que eles sejam, mas não são. Não fosse assim, criança não morreria, nem haveria gays felizes e de bem com a vida.

Argumenta-se a questão do respeito em relação às minorias, mas isto não deveria ser só em relação a elas. Todo ser humano tem que ser visto na sua condição holística de vida e de sentimentos do viver. Tratar os iguais igualmente e os diferentes diferenciadamente, talvez seja o grande mote dessa difícil construção cidadã que se tem querido dar com o exacerbado politicamente correto. Como se vê, o terceiro milênio não desenvolveu pra si uma civilização do respeito às diferenças, porque todo ser humano por si só é diferente do outro e isto já deveria servir de parâmetro. Se todo mundo tivesse dentro de si essa compreensão, então talvez o gay pudesse ser gay, o negro pudesse ser negro, o... Pudesse ser sendo.

Defendo, por fim, que ninguém seja barrado num elevador, por exemplo, por conta da pele ou da preferencia sexual. As leis que isto pune são fundamentais, pois esse é o principio da convivência entre os contrários. O grande problema é que parece que cada pessoa gostaria de ser como aqueles relógios Champion que têm várias pulseiras para cada roupa, para cada dia, etc. Em comportamentos até elas o são, mas na realidade concreta não. Há pessoas que adorariam trocar de pele como trocam de sapato; trocar de sexo como trocam de sapato; trocar de raça como trocam de sapato; entrar com os pés como entram os sapatos; entrar de mãos como entram em contramão da história e da glória.

Minha mãe costuma se referir a um negro bom como “negro de alma branca”... Não a culpo por isto, nem vou lhe patrulhar dentro do POLITICAMENTE CORRETO. Não posso chamar um DIAMENTE NEGRO de NEGRO? Onde está a contradição, na semântica? O relativismo cultural não vale? Não seria mais fácil se as minorias se conscientizassem dos seus papéis e exercitassem um pouco acerca de o quão “não devem ser frágeis, desmilinguidas, coitadinhas”? Porque efetivamente não são. Sendo prático: politicamente correto é votar certo para mudar a realidade cultural do país e as leis que protegem as maiorias e marginalizam as minorias. Talvez chegue um dia em que se fale do politicamente correto às avessas, pois a gente vê grande quantidade de negros que se casam com brancos. Por que será? Como se vê, a coisa tá preta. Como? Falei preta? E agora? Já pensou se eu fosse dizer que a coisa está branca querendo dizer que ela está preta ou vice versa?

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 15/09/2011

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ecos do Encontro - A palestra do Dr. Renato Curvelo




Por Zé Carlos

Não fugindo do lugar comum, eu diria que o ponto alto do Encontro foi a palestra sobre anonimato. Digo isto por várias razões.

Primeiro, porque o Encontro, em seu nascedouro, tinha este como tema único, talvez inspirado pela aparição de blogs anônimos e mesmo pela crença errônea ou exagerada de que algumas pessoas que se expressam nos blogs eram anônimas. Depois é que apareceram as outras palestras, inclusive a do blogueiro de Recife, o Magno Martins, que foi aproveitar a audiência para continuar a dar sua palestra e fazer publicidade do seu blog, mas sobre isto falo depois.

Segundo, porque o tema é palpitante e tem tudo a ver com este meio de comunicação moderno, a internet, que muitos tentam levar para o século passado, mas, em vão. São as instituições que devem se adaptar à grande rede, e não o contrário. Se compararmos no tempo, estamos diante de uma revolução maior do que a invenção da imprensa, podendo ser comparada inclusive com a invenção da escrita em termos de ferramenta para a evolução da humanidade. Nem o computador no século passado teve um impacto tão grande quanto tem hoje a internet.

Terceiro, isto para mim, e para aqueles que assistiram a palestra do Dr. Renato no I Encontro, e que ficamos com o gostinho de “quero mais”. Pela sua juventude, cultura, inteligência é um homem do deste século e, se o assunto do anonimato era para ser tratado dentro do campo jurídico, ninguém melhor que ele para fazê-lo. Não quero dizer com isto que não temos outros advogados brilhantes e que poderiam lidar com o tema. Eu até sugeri ao Cláudio André que procurasse outras pessoas, porque eu adoro o “contraditório”, e nem sou advogado, para que o tivéssemos. Mas, na ausência de outros, tivemos o Dr. Renato.

Confesso, que quando cheguei lá, sendo um defensor do anonimato (embora não nato como disse o Poeta, pois só vim a sê-lo com a experiência diária por muitas décadas, e agora como blogueiro), fiquei receoso de não conseguir livrar o réu, o anonimato, se tivesse o Dr. Renato como um promotor e acusador, dado sua capacidade jurídica e argumentativa. Se alguém olhasse para mim, veria que no início da palestra eu mexia nos meus papéis todo o tempo, já prevendo ter que “colar” para defender o anonimato. Mas, este comportamento foi mudando durante a palestra, e fui me acalmando.

Me acalmei tanto que a adrenalina já não existia mais se fosse necessária minha intervenção em outro ponto. E notei o óbvio. Diante da argumentação, clara, racional, precisa, eu, como defensor do anonimato, não teria mais serventia nenhuma naquela sala. Não vou repetir aqui a palestra, pois um seu resumo foi apresentado neste blog (aqui). Mas, convém resumir alguns pontos, para minorar o mal que foi feito às comunicações em Bom Conselho, por denúncias não cabíveis.

Primeiro, o anonimato não é um crime. E aqui eu cito, data venia, o Dr. Renato:

Embora, às vezes não seja ético o uso do anonimato, juridicamente ele é plenamente possível e garantido. No meio social o anonimato estimula a criatividade, o debate e o surgimento de idéias e movimentos reivindicatórios e RENOVATÓRIOS em defesa da sociedade. O que entendemos estar escondido por trás da vedação do anonimato não é o interesse do Estado na promoção de relações interpessoais mais saudáveis, mas sim uma possibilidade legal de se exercer um controle de dados e informações da própria sociedade.”

Este é o ponto crucial. É a necessidade de controle social que leva as “autoridades” a combaterem o anonimato, criando ilusões e se aproveitando de nossa cultura “coronelesca” para dizer que  o “anônimo é um covarde” e que o bom e correto é andar com o RG e CPF estampado na camisa. Lembro aqui que, quando usamos a internet, de alguma forma somos todos anônimos, pois todos temos um pseudônimo que lá no fundo é o IP de nossos computadores. E é até aí onde vai o mundo jurídico. Quem usou o computador, será sempre apenas uma fato a ser investigado. Eu tenho um blog e escrevo nele. Não estou livre de que alguém, quebrando a minha senha, escreva nele e xingue o Papa. Ou, um exemplo mais perto de nós. Uma prefeita tem um blog e vem alguém e escreve por ela no blog e xinga o Mr. M. De quem é a culpa dos xingamentos, do blogueiro ou do hacker ou usurpador do blog da prefeita?  Deveríamos nós sermos punidos por nada termos escrito?

O que entendi o Dr. Renato explicar de forma brilhante é que, por uma relação de causalidade que existe no mundo jurídico, ninguém pode punir, nem eu nem a prefeita. Isto se estende ao caso dos anônimos que escrevem em blogs. Pela relação de causalidade, a justiça deveria encontrar o anônimo que escreveu algum comentário que tenha machucado alguém e não aquele que detêm o meio de comunicação. No mundo da imprensa, e de sua liberdade fundamental nas democracias modernas, isto é tão importante, que, na maioria dos países foi instituicionalizado o sigilo das fontes, o que implica na legalização do anonimato, mesmo no Brasil.

Agora, voltando à responsabilidade do blogueiro em publicar ou não comentários anônimos, o que isto significa, pois já sabemos que não é crime publicá-los? Aí entramos no campo ético, e isto foi frisado com veemência pelo Dr. Renato. E ética, por mais que queiramos padronizá-la ao longo do tempo (a religião faz isto conosco desde criancinha) não há ainda uma padronização aceitável para todos.

Cada blogueiro adota a norma que quer e acha que isto se adéqua  mais ou menos aos seus valores. Se alguns, como o Magno Martins, só publica comentários com CPF, é um problema dele. Eu filtro os meus comentários por outros valores e levando em conta que a anonimato, às vezes é a única saída para manter a liberdade de expressão. Eu jamais deixaria de publicar ou censuraria recados do Zé Pilintra , do Zezinho de Caetés ou do Diretor Presidente, por eles não concordarem com certos atos de autoridades de Bom Conselho, do Estado ou da República, principalmente, aquelas que tem um mandato popular e que devem satisfações ao povo. E, como sabemos, povo não tem nome.

Confesso que, certas horas, tenho vontade é de censurar pessoas com RG e CPF, que só sabem louvar e elogiar poderosos com medo de represálias ou para obter restos do banquete. Mas, não o faço, sejam anônimos ou não.

Mas, voltemos à palestra do Dr. Renato, da qual não saímos até agora, mas precisamos prosseguir. Eu já estava satisfeito com o meu papel de balançante afirmativo de cabeça, e um pouco triste, quando o palestrante colocou na tela uma frase de uma anônimo que dizia o seguinte:

“Geralmente, quem é contra o anonimato ou tem o rabo preso ou o rabo sujo.”

Um certo frisson se ouviu na plateia, como se fosse o “gran finale” . Para mim, e para mais alguns que defendiam o anonimato, o frisson era positivo e para outros negativo. Eu mesmo tive vontade de gritar: Viva o anônimo! Pois a frase resumiu de forma magistral o que penso sobre o tema. Seria preciso outro texto para analisar em detalhes o profundo significado desta simples sentença. Deixo-a aqui para sua meditação.

Para a maioria, se o II Encontro de Blogueiros tivesse terminado aí já seria o suficiente. Alguns tristes por não ter encontrado motivos para ficar espicaçando o anonimato sem razão e outros, como eu, alegres por não ter que defender mais as minhas ideias, pois, como todos presenciaram, tendo que fazê-lo com um microfone, seria um desastre. Mas estou treinando e brevemente irei a Bom Conselho, tomar umas lições com o radialista Cláudio André.

Falando em Cláudio André, vi que logo após o encontro ele disse que eu havia contratado o Dr. Renato para defender o anonimato. Não, Claúdio, não o fiz. Ele apenas defendeu suas ideias, coisa esta que move o mundo e nos faz sermos chamados de humanos, e não é com ameaças que podemos calá-las. Cito aqui a última frase da palestra:

Somente ideias podem suplantar ideias” (Ludwig Von Mises)

Eu só acrescentaria, sendo anônimas ou não.

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(*) Foto do Blog do Poeta

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

CHEGAMOS AOS 50.000




Por Administração da AGD

O reloginho que conta nossos acessos chegou a 50.000. Nunca tivemos a pretensão de atingir tal número em tão pouco tempo. Não temos ainda 10 meses de vida e tantos já gostam ou desgostam de nós, mas, nos acessam. Não somos um blog de massas nem um blog comercial. Nos parecemos mais com um servidor público, que não recebe um ceitil do setor público, mas tenta, com todas as forças servir ao público.

Em dezembro do ano passado começamos nossa missão, que se parecia com aquela que meus amigos da CIT Ltda queriam para o Blog da CIT. Melhorar, de alguma forma a vida do povo de Bom Conselho. O Blog da CIT acabou, mas continuamos, com a ajuda de todos a informar nosso povo.

Como acontece com qualquer esforço de planejamento, nem tudo que perseguíamos no início foi alcançado. Nossa principal frustração foi não poder, pelo menos na medida em que desejávamos, produzir notícias diretamente de nossa terra. Vimos que o custo para isto era muito alto sem o respaldo dos nossos leitores como partícipes ativos. E até agora só podemos atraí-los de forma parcial, mas, continuamos na luta.

Contornamos a situação gerando notícias de outros lugares e da cidade através de outras fontes, enquanto publicávamos nossos escritores mais talentosos, que não se importaram de se misturarem com os medíocres escribas que administram  este blog. A eles devemos a audiência e o sucesso dele, em grande parte.

Nesse caminho nem tudo foram flores e perfumes bons. Tivemos que enfrentar mandacurus, e os espinhos sem as rosas e os maus odores. E disto estávamos cientes e conscientes desde o início. Sabíamos que um blog para agradar a todos,  como qualquer outra atividade, só poderia existir em forma de tratamento de cemitério para o dia de finados, do ponto de vista dos mortos.

No entanto, depois desses meses, não há sinais de arrependimento de nossa parte. Entre aqueles 300 leitores diários, temos certeza que temos uma maioria que gosta do blog, outra parte o modificaria, e outra ainda o exterminaria. Mas, todos o lêem. Parafraseando aquela frase do indivíduo que diz que falem dele, mesmo que seja mal, mas falem, nós diríamos, podem falar mal de nós, mas nos leiam. E isto temos conseguido e de forma crescente no tempo.

Temos certeza que hoje, em Bom Conselho, que já se espraia pelo mundo, somos lidos. E este era um dos objetivos primeiros de nossa atitude em administrar um blog. Fazer Bom Conselho ler. Por isso estamos de parabéns juntos, nós e os bom-conselhenses.

De nossa parte só temos a agradecer a todos e esperar que continuem a nos prestigiar com sua leitura, seus comentários, suas críticas, pois sem eles não existiríamos. Obrigado a todos.